Depois de alguns anos de relativa ausência o Jazz voltou a Torres Vedras.
Ao longo dos últimos meses a multiplicação de eventos em torno do Jazz tem permitido uma reaproximação entre este tipo de música e um público de todas as idades mas maioritáriamente jovem, curioso e interessado pelo género, que não perde a oportunidade de assistir a um espectáculo e de seguir atentamente o que se passa no palco.
Acreditamos estar na altura de Torres Vedras voltar a ter uma programação regular de Jazz, convicção essa partilhada pela autarquia torreense em colaboração com a qual surge agora o tvedrasjazz. Ao longo de duas semanas, cinema, fotografia e concertos animarão a zona histórica da cidade num evento que, queremos acreditar, virá a marcar a vida cultural da Região.
Com uma programação maioritáriamente nacional, para além da música e boa disposição dos Desbundixie, passarão pelo palco ao ar livre do tvedrasjazz nomes como Laurent Filipe, Pedro Madaleno ou o saxofonista francês François Corneloup acompanhado pelos Lokomotiv de Carlos Barretto.
Na sala de exposições dos Paços do Concelho a fotógrafa Rosa Reis dará a conhecer ao longo destas duas semanas a sua profunda paixão pelo Jazz numa exposição intitulada “Imagens com Jazz ”.
No Teatro-Cine de Torres Vedras vão poder ser apreciados alguns dos melhores momentos de cumplicidade entre o cinema e o Jazz. Realizadores como Otto Preminger ou Antonioni, bandas sonoras de Ellington ou Herbie Hancock partilharão o ecrã ao longo dos quatro filmes que compõem este ciclo todos eles apresentados pelo conceituado crítico Raul Vaz Bernardo.
Referindo o empenhado apoio da Câmara Municipal de Torres Vedras esperamos com este primeiro tvedrasjazz contribuir para a presença regular do Jazz na vida cultural dos torreenses e da Região de forma a poder partilhar com eles toda a imensa liberdade que o Jazz tem para oferecer.
José Menezes, Direcção Artística
¿Te imaginas poder ver en menos de 48 horas a Robert Cray, Lucky Peterson, Mavis Staples, Magic Slim, Otis Grand, The Commitments o Jerry Portnoy.. sobre un mismo escenario?, pues bien... este solo es el adelanto de lo que BluesCazorla ha preparado para ti en su edición 2005. Más de veinte artistas llegados de todo el mundo, cuatro escenarios, actividades paralelas... y blues, mucho blues en el corazón de la Sierra de Cazorla. Los próximos 21, 22, 23 de Julio vuelve la cita bluesera más importante de nuestro país, tres días en los que Cazorla será punto de encuentro para miles de aficionados. Aquí tienes nuestra undécima edición, saboréala plácidamente y si necesitas más visita http://www.bluescazorla.com/.
Daunik Lazro - saxofones alto e barítono; Carlos Zíngaro - violino; Joëlle Léandre - contrabaixo; Paul Lovens - percussão
Gravação de 31 de Março de 2001, no Festival Banlieues Bleues. Durante a exposição os membros do quarteto vão-se agrupando em duos e trios à medida que a música progride em mutações constantes. Daunik Lazro é o mais adiantado dos quatro, riscando a superfície com o granulado dos saxofones, especialmente do barítono. É marcado de perto pelas escovas sobre tambores e pratos de Paul Lovens. Ocasionalmente a percussão explode, sinal de que algo está prestes a mudar na paisagem sustentada pelas cordas de Joëlle Léandre e de Carlos Zíngaro.Apesar da longa duração dos dois únicos temas (40 e 20 minutos, respectivamente), prevalece a economia de meios e a concentração, tornando a audição de Madly You uma agradável excursão. Excelente euro-improv, editada pela francesa Potlatch. Atenção às promoções... .
Braxton foi ao Victo para tocar em dueto com o guitarrista improvisador Fred Frith e com o seu próprio sexteto, mas acabou por também fazer uma perninha com os brutalistas ruidosos Wolf Eyes, banda de que Braxton ficou a gostar, depois de os ter visto actuar ao vivo na Suécia, onde ficou impressionado com a energia e a vibração que emana dos três espalha-brasas de Michigan. «There is hope for America with new angels of art existing here like Wolf Eyes» - disse Braxton em conferência de imprensa no Victo. E parece que a actuação de domingo deu brado no público e na crítica que assistiu ao concerto.
No seu artigo, Wilson aflora ainda as prestações do Peter Brötzmann’s Chicago Tentet, da William Parker’s Little Huey Creative Music Orchestra, bem como as actuações de Xu Fengxia, Zeena Parkins, Ikue Mori, Kid Koala, e do turnablista canadiano Martin Tétrault, que esteve em Lisboa no Jazz em Agosto do ano passado.
Leia-se este colorido excerto publicado na página da Ecstatic Peace sobre a génese da jam session: «(…) So Wolf Eyes and Hair Police show up and we hit the hotel bar hard and Braxton appears after his duo gig with Fred Frith and connects with Wolfs and Nate asks Braxton if he would like to smoke a joint. "I would be honored to smoke marijuana with the Wolf Eyes". Again, no shit. Next day Braxton is at gig (3 pm) and Nate asks Braxton if he wants to jam w/ the Wolfs and Braxton says yes, just let me know when and Bate says play the whole gig dude. So after more weed blowig they hit the stage. The audience is all seated at round tables in a huge theatre called the Colisee. Hair Police already decimated this crowd, they were awesome. But now we're tripping. This is too unreal. Braxton swoops in and out of the jams, at one point doing killer long sax tone duets w/ Olson. Nate announces stabbed in the face. And then Olson asks Braxton what jam they should do next. "Black Vomit" sez Braxton. Seriously, no shit. Unbelievable sickness. That night Dead Machines/Double Leopards jammed together till 1 AM then back to hotel bar for extreme wind down». Por estas e por outras, já há quem lhe chame Anthony "Wolf Eyes" Braxton.
Notícias frescas ZDB para sexta-feira, 3 de Junho. Três valentes propostas na área das Free_Folk_and_Other_Music_Sessions, a saber:
Matt Valentine & Erika Elder (EUA)
Fish & Sheep (PT)
Manuel Mota (PT) + Margarida Garcia (PT)
Matt Valentine & Erika Elder (EUA)
Por meras questões de difusão e timing, à época do lançamento da capa da Wire que anunciava a vinda da «New Weird America», Matt Valentine e todo o seu trabalho não apanhou a boleia de visibilidade (sempre relativa) que projectos como os Charalambides, Six Organs Of Admittance, Sunburned Hand Of The Man ou No-Neck Blues Band encabeçaram como algumas das mais relevantes entidades artisticamente manifestantes no dialecto espiritual primitivo norte-americano. Matt Valentine, MV ou os Tower Recordings (nome, heterónimo e banda, respectivamente) não tiveram nenhum lançamento de maior circulação, ou particularmente exaltado pela crítica, e Valentine ficou só mais um nome em listas de coisas a ouvir para muito boa gente, interessada em conhecer.
Nada mais imerecido. Matt Valentine é um «free spirit» e um pensador sem limites, autêntica versão contemporânea, mais íntima, de todos os cidadãos livres e transcendentalmente americanos, sejam eles Walt Whitman, Jack Kerouac, Charley Patton ou Albert Ayler. Matt Valentine é um mágico, e isto é para se dizer sem simbolismos ou metáforas. Não há gravação sua disponível que não largue rastos de poeira lunar, a tal de que Buda, Platão e Wordsworth falavam e deixavam entrever, que só os seres realmente voadores possuem.
Iniciou actividades enquanto parte dos míticos Tower Recordings, corriam os meados dos anos 90, um «ensemble» que girava à volta de três pessoas: o próprio Valentine, P.G. Six e Helen Rush. Manipulações de cassete andavam de mãos dadas com gravações de folk reinventada com «tape hiss» de quatro-pistas, colagem com canção estelar. Helen Rush era o amor, P.G. Six a ordem, Valentine o sonho. Tower Recordings, do passado e presente, possui elenco de músicos que se alargou a artistas como Samara Lubelski, ao fantástico percussionista Tim Barnes, a Barry Weisblat, até, numa encarnação mais recente, Margarida Garcia, contrabaixista lisboeta agora residente em Nova Iorque, colaboradora regular de músicos locais como Sei Miguel ou Manuel Mota. Se se quiser encontrar referências para o som dos Tower Recordings pode-se remontar até ao Sun Ra de «Heliocentric Worlds» ou «Strange Strings», a «Jack Orion» de Bert Jansch, a Jandek num dia de sol, aos Creedence Clearwater Revival no espaço sideral, o trabalho de Angus MacLise ou a poesia e acção de Ira Cohen.
Dissoluto o trio fundador dos Tower Recordings (apesar de Valentine ainda utilizar esse nome, o ensemble sobrevive com P.G. Six e Helen Rush fora), Matt Valentine mudou-se para o estado do Vermont. Nos últimos anos tem-se centrado no seu fantástico selo de CD-R’s, a Child Of The Microtones, em que cada edição é limitada a 99 exemplares, enquanto edita aqui e ali discos de maior visibilidade. Tem obra editada como MV & EE (formato em que se apresenta na Zé dos Bois, com Erika Elder, sua companheira e exemplar instrumentista), The MV & EE Medicine Show ou só em nome próprio. Duas das suas colaborações mais regulares têm sido com o notável baterista de free Chris Corsano, bem como com o maior «yodeller freeform» de todo o universo do independente norte-americano, a instituição que é o mago Dredd Foole.
Enquanto guitarrista, poeta ou cantor, é único em misticismos e espacializações telúricas. O seu universo é de densidade eterna e brilho infinito, tudo aquilo em que toca ganha vida e vibração. Uma instituição norte-americana ambulante, obrigatória para quem quer sentir a obliteração divina de um sol na terra. Estreia nacional.
Discografia seleccionada:
The Tower Recordings - «Folkscene» (Communion, 2001)
Matt Valentine - «Space Chanteys» (Fringes, 2002)
The Tower Recordings - «The Futuristic Folk Of… Vols. 1 & 2» (Time-Lag, 2004)
The Tower Recordings - «The Galaxies Incredibly Sensuous Transmissions Field Of…» (Communion, 2004)
Matt Valentine - «Lunar Blues» EPs (Child Of The Microtones, 2004)
Fish & Sheep (PT)
Fish & Sheep é um duo composto por Afonso Simões (responsável pelo bem amado projecto Phoebus) e Jorge Martins (dos barreirenses Frango), onde percussão e guitarra se juntam para improvisação total.
O tipo de improvisação que criam não é tanto a já institucionalizada nem a comunal. É um «free» que não é só rock nem é só jazz, que consegue traduzir um amor profundo por todas as músicas livres em expressão física
e espiritual completa, própria e distinta.
Traços marcantes do trabalho de Afonso Simões podem ser encontrados nas polirritmias africanizantes por via dos Art Ensemble of Chicago, Milford Graves ou da riqueza tímbrica do Elvis Jones dos tempos de Coltrane, nos Can e o «kraut» da hipnose «motorika», bem como das arritmias e contra-intuitivismos que buscam vozes tanto nos This Heat como na improvisação europeia mais fogosa.
Por outro lado, a guitarra de Jorge Martins é um turbilhão de som total, capaz de invocar o ruído fresco dos «brooklynitas» Sightings, o Sonny Sharrock de «Black Woman» e o Keiji Haino dos Fushitsusha mais explosivos, num raríssimo exemplo de verdadeira amplitude de expressão em guitarra.
A empatia entre os músicos consegue ser tremenda, sendo que os seus concertos têm arrasado públicos um pouco por todo o país. Instintos e criatividade à solta, em alguma da música mais viva e edificante que se
vai produzindo em Portugal.
Manuel Mota (PT) + Margarida Garcia (PT)
Manuel Mota é um celebrado improvisador de méritos reconhecidos transcontinentalmente, que tem vindo a desenvolver uma linguagem de guitarra eléctrica «fingerstyle» ao longo dos últimos. Incorporando intuitivismo e contra-intuitivismo, intersectados com um conhecimento íntimo da fisicalidade do instrumento e do corpo, a lírica de Manuel Mota tanto alinha constelações quanto encontra vozes nos momentos e pormenores mais humildes que as mais variadas situações musicais oferecem.
É proprietário da editora Headlights, tendo já tocado com luminários das seis cordas de aço como Tetuzi Akiyama, Annette Krebs ou Noël Akchoté.
Margarida Garcia tem vindo a trabalhar o seu discurso no «double bass» (contrabaixo eléctrico) de há alguns anos para cá. Com total fluidez, pragmatiza o tacto delicado e as expressões mais oblíquas de um instrumento a que parece eternamente abraçada. Resolvendo interrogações, criando espaços e não-espaços, através do uso do arco por dentro e por fora do «double bass», bem como usando-o em microfones de contacto nele colocados.
Actualmente residente em Nova Iorque, já actuou com músicos livres como Matt Valentine, Tim Barnes ou Fred Lonberg-Holm.
Ligação criativa que vem de há largos anos, o trabalho que Manuel Mota e Margarida Garcia têm vindo a realizar nas mais variadas formações pauta-se por uma empatia discursiva de dimensões tremendas. Essas formações incluíram numerosas actuações com músicos como Sei Miguel, Toral, Fala Mariam, Ernesto Rodrigues, César Burago, pL ou Alfredo Costa Monteiro. Ouvem-se para lá do hábito e da partilha estagnada, continuamente perfurando por instáveis espaços de ser até sítios onde as coisas vibram em beatífica quietude pálida.
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“Se Ali Farka foi a resposta do Mali a John Lee Hooker, então Boubacar Traoré é o seu Robert Johnson”.
Esta é porventura a mais lapidar e definitiva citação sobre o génio criativo de Boubacar Traoré. Apropriadamente, saiu da boca de um dos principais instigadores e divulgadores da música ocidental africana, Andy Kershaw – em parte, através do seu lendário programa na BBC3, o homem responsável pela “descoberta” de ambos, em meados dos anos 80.Mas Boubacar é muito mais que um bluesman. A sua música é tão informada pelo rock’n’roll – e pelas cassetes de guitarristas norte-americanos que Ali Farka lhe emprestava – quanto pelos ritmos khassonke e pela música árabe. É um dos principais e mais influentes artistas da região correspondente ao antigo império Mande - terra de abundante talento – contemporâneo do impacto de Toumani Diabaté, Salif Keita, Afel Bocoum, Mory Kanté, Oumou Sangaré, Bembeya Jazz ou, mais recentemente, Tinariwen ou Rokia Traoré, mas de todos eles predecessor, e de todos eles distinto.
Nos anos 60, as cidades acordavam ao som da sua voz na radio e os seus habitantes dançavam os seus êxitos à noite nas discotecas. Com o tema «Mali Twist» criou um hino para a independência do país ao mesmo tempo que era apelidado de Elvis, Chuck Berry ou James Brown do Mali. Mas aos poucos foi sendo esquecido. Trabalhou como alfaiate e agricultor e a sua música, como aliás aconteceu com Ali Farka, passou para segundo plano. Quando foi redescoberto, em 1987, trabalhava em Paris na construcção civil. Hoje voltou à primeira divisão da música africana e está numa digressão que, no Verão, o conduzirá aos Estados Unidos.
Boubacar é um contador de histórias. Pela sua voz narra-se o dia a dia do seu povo nos últimos 40 anos. Com emoção, clareza e simplicidade, cristaliza-se num estilo único, em que a guitarra funciona como uma câmara que amplifica os seus anseios, desejos e mensagens de esperança. No fundo, a própria matéria que define o blues.
Kongo Magni. O mais recente disco de Boubacar Traoré. E o segundo lançamento da novíssima distribuidora lusa Dwitza. A mesma que por cá deixou passar Mountain Passages, de Dave Douglas. Aguarda-se pelo DVD de Je Chanterai Pour Toi.
Heliocentric Worlds. Conheciam-se dois belos volumes deste opus de Sun Ra, remasterizados e reeditados pela restaurada ESP-Disk, editora que os tinha originalmente dado à luz. Passados que estão 40 anos sobre as datas de 20 de Abril e 16 de Novembro de 1965, a editora de Bernard Stollman resolveu publicar as sobras da sessão de que havia sido lavrado o volume segundo, sob o título de Heliocentric Worlds, Vol. 3: The Lost Tapes. Os volumes da agora trilogia Herliocentric Words resumem bem a actividade criativa de Sun Ra no período em que Sun Ra começava a fazer carreira no experimentalismo free. Celeste, clavoline, marimba, sintetizador e outros membros da mesma família, serviam de veículo à imensa verve de Sun Ra, que o mestre misturava com a instrumentação mais clássica, de saxofones, trompetes, trombones e percussão.
A edição do 3.º capítulo de Heliocentric Worlds, 40 anos depois, é motivo de júbilo. Escavando bem, não tarda muito a ESP deve estar a anunciar um 4.º Volume. Não admira, seria apenas mais uma das muitas supresas de Sun Ra.
Sun Ra, Marshall Allen, Pat Patrick, Walter Miller, John Gilmore, Ronnie Boykins e Roger Blank.
1. Intercosmosis - 17:03; 2. Mythology Metamorphosis - 4:15; 3. Heliocentric Worlds - 4:16; 4. World Worlds - 5:07; 5. Interplanetary Travelers - 5:06
Se o assunto continua a ser noise, não posso deixar de recomendar a audição do ep que Gregg Kowalsky e Danny L., sob a designação Oyster, gravaram em Novembro de 2004 e tornaram disponível para descarga gratuita através da netlabel Fukk God (archive.org). Ondas oscilantes de ruido digital preenchem todos os espaços, criando texturas sempre diferentes a partir da colagem e sobreposição de camadas de sons organizados em diferentes modulações, frequências e tonalidades. O esplendor dos drones em ambiente introspectivo exploratório de zonas remotas, algures nas profundezas do ser. Oyster - Oyster [Fukk God 037]
Obra-prima da free improv/noise de 1966, com Cornelius Cardew, piano, violoncelo, rádio transistor; Lou Gare, saxofone tenor, violino; Eddie Prévost, percussão; Keith Rowe, guitarra eléctrica, rádio transistor; Lawrence Sheaff, violoncelo, acordeão, clarinete e rádio transistor.
Later during a flaming Riviera sunset (27.53), Later during a flaming Riviera sunset [LP version] (21.03), Ailantus glandulosa (05.27), In the realm of nothing whatever (13.19), After rapidly circling the plaza (24.19), After rapidly circling the plaza [LP version] (20.31), What is there in uselessness to cause you distress? (03.00), Silence (00.10).
De 9 a 11 de Junho, a ACERT apresenta a edição de 2005 do Jazzin’Tondela, com um programa deveras interessante:
- Quinteto de Laurent Filipe - Laurent Filipe, Mário Delgado, Rodrigo Gonçalves, Nelson Cascais e Alexandre Frazão
- Andrew Drury Trio - Andrew Drury, Myra Melford e Chris Speed
- Luís Lapa T4 - Luís Lapa, Mário Santos, António Augusto Aguiar e Marcos Cavaleiro
- FAB Trio - Joe Fonda, Barry Altschul e Billy Bang
- AquiJazz - Coro de Jazz da ESMAE
- Ravish Momin’s Trio - Ravish Momin, Jason Hwang e Shanir Ezra Blumenkrantz
A ACERT, após ter visto premiar pelo Jazzportugal net o 1º Jazzin’ Tondela, em 2004, como um dos Festivais de Jazz de Portugal mais expressivos, sente-se grata pelo reconhecimento a uma equipa que, longe de fazer apenas convergir atenções sobre este género musical, procura ampliar, mais abrangentemente, a sua paixão aos públicos que merecem ser tratados, não como consumistas, mas como actores directos da sua evolução crítica, enquanto participantes culturais. Sobre o porquê deste investimento artístico, apenas reafirmamos que, ao apostarmos neste Festival mais não pretendemos que valorizar um género musical dos mais influentes na música actual, à semelhança do que vem acontecendo há quase 150 anos, desde que se tornou vivo e actuante para quem o cria e escuta.
Jazz é improvisação, vida, expressividade, evolução permanente. A sua história é das mais originais da música. Como afirmou Miguel Candegabe, “Os intervenientes e estilos do jazz tornam-no extraordinariamente atractivo, e, ainda que algumas tendências exijam alta preparação da parte dos espectadores, é sobretudo música para ser ouvida com os pés.” Esta constatação, ainda que carregada de autenticidade, não contradiz um conceito que projecta o jazz como um estilo de música que atrai o intelecto, fazendo-o perdurar junto do público que o segue com extraodinário entusiasmo. Qual o segredo? A sua enorme vitalidade.
Na edição de 2005, o Jazzin’Tondela, continua a afirmar a sua vocação de tornar o jazz inteligível a todos os públicos, confirmando o percurso da ACERT em continuar a proporcionar a acessibilidade aos grandes concertos internacionais e nacionais. A prová-lo, um naipe de grandes nomes do jazz, em três concertos que desejamos inolvidáveis. Também nas ruas do Concelho de Tondela e algumas cidades da Região Centro, duas bandas inundarão de jazz os espectadores, aguçando apetites para os concertos da noite.
O jazz estará junto do público mais jovem das escolas, em acções de sensibilização ao jazz.
O livro e o disco jazz marcarão a oferta ao público participante.
As exposições de excelentes fotógrafos que vêm percorrendo o jazz n’ACERT ao longo dos anos, brindarão os espectadores com seus mágicos registos.
A boa comida e o vinho do Dão serão um bom motivo para se instalar na esplanada e jardins do Novo Ciclo ACERT, horas antes dos concertos, para saborear jazz em ambiente familiar, percorrendo os segredos que a ACERT lhe reserva.
E, em 2005, um convidado muito especial estará connosco neste Jazzin’Tondela: Niklaus Troxler. Para os amantes do jazz, do desenvolvimento integrado e das artes plásticas que a nós se queiram associar num tributo a este grande artista internacional.
Depois de tudo isto, que mais nos resta desejar que não seja ter-vos connosco para que, com o belo incentivo deste programa, possam (re)conhecer-se em Tondela e no seu Concelho e viver com a ACERT este sonho: dar a este Festival uma identidade do que, em festa e partilha, desejamos construir com todos os públicos. (Texto de apresentação).
A gente quase não se dá conta da passagem do tempo, mas em Junho a Black Saint / Soul Note faz 30 anos de actividade. Coincidindo com as comemorações do 30º aniversário da editora italiana, está previsto o lançamento, a 28 de Junho, de um disco do saxofonista afro-dinamarquês, John Tchicai, do guitarrista de Boston, Garrison Fewell, e do saxofonista italiano, Tino Tracanna. Big Chief Dreaming (Soul Note 121385-2) que inclui um conjunto de composições dos três líderes, conta ainda com o contrabaixista Paolino Dalla Porta e o batarista Massimo Manzi. O quinteto inspira-se numa variedade de estilos e na obra dos mestres Don Cherry e Sun Ra, sobre as quais improvisa colectivamente, em duos e trios.
Foi há dias. JKL Jazz Brotherhood, feat. Emma Salokoski (Jarkko Niemelä, Jaakko Syrjänen, Antti Kujanpää, Jori Huhtala, Joonas Leppänen) - Jazz Bar - Jyväskylä, Finlândia.
Fotos: Diego Ortega Alonso (tomajazz)Nuestro devotado amigo Juan Antonio "La Camisa Negra" Barranco, aka Juanan, assistiu ao concerto do Archie Shepp/ Roswell Rudd Quartet, no passado 14 de Maio, no Palacio de Congresos y Exposiciones de Marbella, em Málaga, Espanha.Archie Shepp (piano, voz, saxofones tenor e soprano); Roswell Rudd (trombone); Reggie Workman (contrabaixo) e Andrew Cyrille (bateria). E Juanan conta como foi a sessão num texto colorido, originalmente publicado na dedicada webzine tomajazz (Gracias, Pachi, te la robé con el consentimiento de Juanan): De un aforo para 1600 personas, rondaría la mitad (más o menos) al inicio del concierto de Kyle Eastwood, de los cuales no todos asistieron al del cuarteto que nos ocupa. Parte de ellos causaron baja al finalizar los primeros temas del concierto de este músico. ¿Música gamberra, excesivamente vigorosa o muy libre en sus formas? Nada de esto. En ningún momento se salió de los más estrictos cánones de lo que se acuerda en denominar como mainstream.
En cuanto al segundo de los conciertos, quizás haya dos claves para que cuatro grandes músicos con una dilatada carrera a sus espaldas y caracterizada por su pertenencia a la corriente del jazz más innovadora y libre nos ofrecieran una música tan falta de riesgo como la que nos brindaron.
En primer lugar el visible deterioro físico de su líder, que posiblemente esté dando lugar al temprano ocaso de su carrera: en los tiempos que corren 68 años no tendrían que ser óbice para mantener un aceptable nivel artístico. Lo vi llegar al recinto enfrascado en un traje negro, con su clásico sombrero del mismo color y un bastón para ayudarse en su andar dificultoso y al mismo tiempo parsimonioso. ¿Enfermedad, el resultado de una vida algo azarosa o ambas cosas?
Aunque antes del concierto me resistía a tomarla en consideración, conforme iban pasando los temas no tuve más remedio que rendirme a ella. La segunda de las claves, y puede que como consecuencia de la primera, estaba en el CD editado en 2001 y titulado Live in New York ( Verve ); un anticipo casi calcado de lo que nos esperaba. Un disco que a la vista de tan grandes nombres (más los añadidos de Grachan Moncur III y Amiri Baraka ) claramente decepciona. Por otra parte, un proyecto musical con tan escasa relevancia ¿puede seguir manteniéndose intacto 5 años después? Humildemente lo encuentro excesivo y muy significativo.
Digamos que el principio y el final del concierto fueron los mejores momentos de éste. La parte central fue aburrida y anodina, con Shepp sentado al piano limitándose a utilizarlo como un mero apoyo armónico al sonido de la maravillosa sección rítmica que le brindaba el tándem Workman/Cyrille y un Roswell Rudd encorsetado y que en todo momento fue quien cargó con el peso del concierto. Aunque Archie no ha perdido ese sonido tan recio que le caracteriza, sus intervenciones fueron pocas y breves. Claramente sus facultades no le permitían llegar a los registros e intensidad que le podemos escuchar en sus discos de décadas pasadas.
De cualquier forma, sombrerazo para la carrera musical de un gran saxofonista y de un hombre que ha llevado con dignidad una bandera de lucha política durante toda su vida.
Volviendo al concierto, Rudd fue quien mayormente mantuvo la parte solista del mismo y lo hizo con pulcritud y entusiasmo. Lo mejor, con diferencia, nos lo ofrecieron Workman al contrabajo y Cyrille a la batería. Extraordinaria sección rítmica que me ha hecho soñar con volver a verlos… pero a Workman, por ejemplo, justo un mes después (el 14 de junio) en el Vision festival con P.AkLaff, S. Rivers y R.Mitchell; y a Cyrille, por ejemplo, con los Cosmosamatics o en trío con Grimes y Crispell. Habrá que consolarse pensando que no es malo del todo seguir teniendo metas que alcanzar o sueños que realizar.
Unas últimas palabras para un público marbellí muy cosmopolita e inusualmente para un concierto de jazz, con una media de edad bastante superior a lo acostumbrado en estos eventos. Un público vip al que aún sin pedirlo le regalaron un bis y que estuvo en un tris de no suceder. - Juan Antonio Barranco.
It's Magnificent, But It Isn't War. A carga de ironia é do chamejante altoísta e tenorista Paul Flaherty de New England, que reuniu o energético baterista Chris Corsano, o trompetista Greg Kelley, dos grupos nmperign, Heathen Shame, e Matt Heyner, o contrabaixista habitual do No Neck Blues Band e do Test. Qual horda de cavaleiros do apocalipse, o estreante quarteto Cold Bleak Heat faz subir a parada às mais altas temperaturas, brandindo metal contra metal até derreter o cenário com as torrenciais e electrizantes melodias de sempre. Música ideal para a prática de levitação. Ou então, como opinou Lee Jackson, «It’s Magnificent, But it Isn’t War is a fabulous, furious journey through caterwauling free expression, telekinetic improv and pure sound that fuels the soul even as it lacerates the mind». Edição recente da Family Vineyard, que eu não vou perder. Tal como o segundo do trio Tigersmilk, (From the Bottle), do cornetista, electronicista e laptopista Rob Mazurek, do Chicago Underground e Isotope 217; do jovem contrabaixista Jason Roebke (Dave Rempis Quartet, Rapid Croche, Fred Lonberg-Holm Trio, Terminal 4) e do percussionista canadiano, que esteve em Portugal o ano passado, com a formação de Peggy Lee, Dylan van der Schyff. O primeiro do Tigersmilk é óptimo, e este não deve andar longe disso.
Há nos EUA uma nova organização internacional vocacionada para apoiar todas as formas de música improvisada: a International Society for Improvised Music (ISIM). Pretende funcionar como rede entre músicos professores, estudantes, ouvintes, críticos e demais pessoas de algum modo interessadas no fenómeno, promovendo actividades no domínio do ensino, da investigação e da organização de concertos e outros eventos públicos.
ISIM arrives at a time when the unprecedented diversity of the musical world calls for a heightened understanding of the improvisatory core to musical creativity. The heading “improvised music” has emerged as an overarching label that describes the increasingly difficult-to-categorize musical expressions of today’s diverse culture. ISIM will cultivate awareness of improvised music through performance, education, research, and cross-disciplinary applications of improvisation. According to ISIM Founder and President Ed Sarath, “We have entered an extraordinarily exciting time in the history of music, when musicians have access to an unprecedented expanse of influences and creative strategies. Improvisation in one form or another is central to this global musical synthesis, and may even suggest applications to fields as diverse as business, education, science, communications, and sports”.
The diverse backgrounds of the ISIM Board of Directors and ISIM Advisory Council highlight the broad spectrum of the organization’s goals. Internationally notable artists such as Geri Allen, Oliver Lake, Pauline Oliveros, Jane Ira Bloom, Rufus Reid, Dee Spencer, Bob Hurst, Archie Shepp, and Evan Parker are represented, alongside highly regarded proponents of disparate cultural musics of India, Latin America, and elsewhere—including Rui Carvalho, Ganesh
Komar, John Santos, Sam Shalabi, Wojciech Konikiewicz, and Karaikudi Subramanian. In education the ISIM Advisory Council includes internationally acclaimed scholars David Elliott and Bennett Reimer. The ISIM Board of Directors consists of Ed Sarath, Maud Hickey, Betty Anne Younker, Mitchell Gordon, Michael Nickens, and Sarah Weaver.
ISIM will promote performance opportunities for established and aspiring artists through concerts, festivals, recordings, professional chapters, and other activities. ISIM will promote education by making available new pedagogical resources for the development of trans-stylistic improvising skills, advocating broader improvisatory training in academic music curricula, and establishing student chapters at member institutions. ISIM will promote research through forums such as discussion groups, conferences, and the ISIM journal. ISIM’s work in illuminating improvisation as a cross-disciplinary model for creativity will build on events such as Harvard Law and Business School’s “Improvisation and Negotiation” conference, which united colleagues in economics, social sciences, business, law, education and the arts to explore the improvisatory core of creativity across fields.
Through its range of activities, ISIM will be a network that unifies the musical community, and by extension seeks to make contributions in broader professional circles, and society at large.
Detalhando a informação aqui prestada há dias, sobre o JAZZ EM AGOSTO / 2005, acabada de receber do Rui Neves, comissário do festival da Fundação Calouste Gulbenkian:
1ª semana
5 (sex) – 21:30
Anfiteatro ao Ar Livre
GLOBE UNITY ORCHESTRA (Alemanha/Reino Unido)
Manfred Schoof (tp), Jean Luc Cappozzo (tp), Evan Parker (ts, ss), Gerd Dudek (ts, cl), Ernst Ludwig Petrowsky (ts, as, cl), Rudi Mahall (b cl), Paul Rutherford (tb), Johannes Bauer (tb), Alexander von Schlippenbach (p), Paul Lytton (drms), Paul Lovens (drms)
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6 (sáb) – 15:30
Sala Polivalente CAMJAP
JEAN-MARC FOLTZ/BRUNO CHEVILLON (França)
Jean Marc Folz (b cl, cl), Bruno Chevillon (b)
6 (sáb) – 18:30
Grande Auditório
ALEXANDER von SCHLIPPENBACH/EVAN PARKER/PAUL LOVENS (Reino Unido/Alemanha)
Alexander von Schlippenbach (p), Evan Parker (ss,ts), Paul Lovens (drms)
6 (sáb) – 21:30
Anfiteatro ao Ar Livre
GEBHARD ULLMANN’s TA LAM ZEHN (Alemanha)
Hinrich Beermann (bs), Daniel Erdmann (ss, ts), Thomas Klemm (ts,fl), Jürgen Kupke (cl), Joachim Litty (as, b cl), Michael Thieke (b cl, ss), Heiner Reinhardt (b cl), Volker Schlott (as, ss), Gebhard Ullmann (b cl, ss, fl), Hans Hassler (acordeon)
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7 (dom) – 15:30
Sala Polivalente CAMJAP
JEAN LUC CAPPOZZO/AXEL DÖRNER/HERB ROBERTSON (França/Alemanha/EUA)
Jean Luc Cappozzo (tp), Axel Dörner (tp), Herb Robertson (tp)
7 (dom) – 18:30
Grande Auditório
IRÈNE SCHWEIZER/PIERRE FAVRE (Suíça)
Irène Schweizer (p), Pierre Favre (drms)
7 (dom) – 21:30
Anfiteatro ao Ar Livre
ATOMIC (Noruega)
Fredrik Ljungkvist (ts, cl), Magnus Broo (tp), Havard Wiik (p), Ingebrigt Haker-Flaten (b), Paal Nilssen-Love (drms)
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2ª semana
10 (qua) – 21:30 Anfiteatro ao Ar Livre
SOUND OF CHOICE + IXI STRING QUARTET (Dinamarca/França)
Invisible Correspondance
Hasse Poulsen (el g), Fredrik Lundin (ts, fl, electronics), Lars Juul (drms, electronics), Regis Huby (vln), Iréne Lecoq (vln), Guillaume Roy (viola), Alain Grange (cello)
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11 (qui) – 15:30
Sala Polivalente CAMJAP
ENSEMBLE RAUM (Portugal)
Direcção Paulo Dias Duarte
Paulo D.Duarte (el g), Eduardo Lála (tb), Mário Franco (ctb), José Meneses (ts,ss), João Lencastre (drms), Nuno Gonçalves (b cl), Gonçalo Conceição (cl), Manuel Luís Cochofel (fl), Fausto Ferreira (p)
11 (qui) – 18:30
Grande AuditórioMARK DRESSER/DENMAN MARONEY/MICHAEL SARIN (EUA)
Mark Dresser (b), Denman Maroney (p), Michael Sarin (drms)
11 (qui) – 21:30
Anfiteatro ao Ar Livre
JERRY GRANELLI’s V16 PROJECT (Canadá, EUA,Alemanha)
Jerry Granelli (drms, electronics), J.D. Granelli (el b, b), Christian Kögel (el & acoustic g, sampler), Kai Bruckner (el & acoustic g, sampler)
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12 (sex) – 15:30
Sala Polivalente CAMJAP
JORGE LIMA BARRETO (Portugal)
Sintagmas do Jazz
(piano solo e rádio ondas curtas)
12 (sex) – 18:30
Grande Auditório
HANS KOCH/MARTIN SCHÜTZ/FREDY STUDER (Suíça)
Hardcore Chamber Music
Hans Koch (cl, b cl, ac, sampling, electronics), Martin Schütz (el cello 5 strings, acoustic cello), Fredy Studer (drms, perc)
12 (sex) – 21:30
Anfiteatro ao Ar Livre
JAGA JAZZIST (Noruega)
Mathias Eick (tp, el b, keyboards, vibrafone), Harald Froland (g, effects), Even Ormstad (b, keyboards), Andreas Mjos (vibrafone, g, drms, electronics), Line Horntveth (tuba, perc), Martin Horntveth (drms, electronics), Lars Horntveth (ts, b cl, g, keyboards), Andreas Schei (keyboards), Ketil Einarsen (fl, perc, keyboards), Lars Wabo (tb, perc)
---------------------------------------------------------------------------- 13 (sab) – 15:30
Sala Polivalente CAMJAP
ERIK FRIEDLANDER (EUA)
Maldoror
(violoncelo solo)
13 (sab) – 18:30
Grande Auditório
MEPHISTA – SYLVIE COURVOISIER/IKUE MORI/SUSIE IBARRA (Suíça/Japão/EUA)
Sylvie Courvoisier (p), Ikue Mori (electronics), Susie Ibarra (drms)
13 (sab) – 21:30
Anfiteatro ao Ar Livre
PHILLIP JOHNSTON and GARY LUCAS – FAST’N’BULBOUS (EUA)
The Captain Beefheart Project
Gary Lucas (el g), Richard Dworkin (drms), Phillip Johnston (as), Rob Henke (tp), Joe Fiedler (tb), Dave Sewelson (bs), Jesse Krakow (b)
Mais cinco CIMP na rua. Sempre a aviar, Mr. Rusch... .
- David Taylor/Steve Swell Quintet with Billy Bang - Not Just... (CIMP 321) - David Taylor (bass tbn), Steve Swell (tbn), Billy Bang (violin), Tomas Ulrich (cel), Ken Filiano (bass);
- Khan Jamal Quintet - Black Awareness (CIMP 322) - Khan Jamal (vibes), Byard Lancaster (alto sax), Grachan Moncur III (trombone, voice), Dylan Taylor (bass), Dwight James (drums);
- Michael Bisio Quartet - Connections (CIMP 323) - Michael Bisio (bass) Quartet, Avram Fefer (alto, sop, & tenor saxes, clarinet, bass clarinet, flute), Stephen Gauci (tenor sax), Jay Rosen (drums);
- Avram Fefer/Michael Bisio - Painting Breath, Stoking Fire (CIMP 324) - Avram Fefer (tenor sax, bass clarinet, flute), Michael Bisio (bass);
- Adam Lane Trio - Zero Degree Music (CIMP 325) - Adam Lane (bass), Vinny Golia (soprano & tenor saxes) and Vijay Anderson (drums).
Em Setembro de 1972, com um novo grupo formado por Dave Liebman, Steve Grossman e Gene Perla, Elvin Jones (1927-2004) tocou durante uma temporada no Lighthouse Club, em Hermosa Beach, Los Angeles. Na noite do seu 45.º aniversário, 9 de Setembro, o grupo deu um concerto que veio a ser editado pela Blue Note, sob o título Live at the Lighthouse. A música é obviamente inspirada em John Coltrane, desaparecido apenas 5 anos antes, embora menos assanhada que a da última fase do mentor, e beneficia imenso da incrível agilidade, força, articulação, capacidade técnica e musicalidade dos jovens Dave Liebman (saxes soprano e tenor, canal esquerdo) e Steve Grossman (sax tenor, canal direito), então com 26 e 21 anos, respectivamente.
Sem piano para traçar as coordenadas, os rapazes agarram-se à bóia em que se transforma o contrabaixo de Gene Perla, impelidos para a frente pela extraordinária propulsão de Elvin Jones, que executa longos solos de bateria, sem jamais se tornar aborrecido, graças à riqueza rítmica, melódica e harmónica do seu drumming inovador.
«What made Elvin so special was the true essence of his playing is his generosity and openness of spirit», disse Dave Liebman.
Live at the Lighthouse é uma excitante maratona musical que a Blue Note publicou originalmente em 1972 sob a forma de duplo Lp, reeditado em 1990 em CD simples. Um disco essencial, cuja reedição remasterizada por Rudy Van Gelder muito se apreciaria.
Elvin Jones - Live at the Lighthouse (Blue Note, 1972. Reedição em 1990)
Dia 4 de Junho, sexta-feira, no Jazz ao Centro - Encontros Internacionais de Jazz de Coimbra / 2005», toca o Rudresh Mahanthappa Quartet -
Rudresh Mahanthappa // Vijay Iyer // François Moutin // Elliot Humberto Kavee:
Repetidamente questionado sobre se fala indiano, o saxofonista indo americano Rudresh Mahanthappa, há vinte anos a residir nos Estados Unidos, responde invariavelmente que não, querendo significar que isso de Indiano, enquanto língua, não existe; que o que se fala e escreve no imenso país que é a Índia, são centenas de línguas e dialectos (o Português foi e talvez ainda seja uma delas), assim existe um mosaico de culturas e religiões que não se reconduzem a uma unidade homogénea. O que é mais interessante é que Rudresh tenha resolvido responder de forma musical à questão com que recorrentemente se vê confrontado. E como? De maneira ainda mais interessante, através da composição de música baseada na transcrição melódica das respostas dadas em vários dialectos indianos à mesma questão: «Você fala Indiano? E Hindu?»
Mother Tongue, o mais recente álbum de Rudresh Mahanthappa, é o resultado desse processo, no qual Rudresh foi assistido por Vijay Iyer (pianista, também ele um indo americano), François Moutin (contrabaixo) e Elliot Humberto Kavee (bateria), consistente em pôr sob a forma de música (e sob ela improvisar) as respostas dadas em sete diferentes línguas faladas na Índia, adaptá-las ao discurso musical por via do estabelecimento de uma relação de proximidade sonora entre a resposta verbal e a transcrição musical.
Mas nem só de Mother Tongue, o terceiro disco como líder, se fez, até à data, a carreira de Rudresh Mahanthappa. Antes, em 1996 lançara o álbum Yatra (Ryan Shultz, trompete; Jim Trompeter, piano; Larry Kohut, contrabaixo; e Jerry Steinhilber, bateri). Em 2002, com a mesma formação de Mother Tongue, gravara Black Water (Red Giant Records), a par da figuração como sideman de luminárias como David Murray, Steve Coleman, Jack DeJohnette, Von Freeman, Tim Hagans, David Liebman, Greg Osby, etc.
Vindo de Chicago, o saxofonista aportou a Nova Iorque em 1997, onde iniciou intensa actividade com músicos locais, entre os quais Vijay Iyer, com quem passou a ter uma relação de total empatia musical e muito contribuiu para o guindar à posição que actualmente ocupa no panorama do jazz americano.
Foi esse percurso que valeu a Rudresh a obtenção de bolsas da Fundação Rockefeller e do American Composers Forum, além de prémios da revista Downbeat, em 2003 e 2004 (International Critics Poll). Mother Tongue, foi incluído no Top Ten Jazz CDs of 2004 pelo Chicago Tribune, pela All About Jazz, e pela Jazzmatazz, Além das quatros estrelinhas da ordem, dadas pela Downbeat.
O som de Rudresh é brilhante, tanto em grande velocidade como nos trechos de maior placidez e contemplação. A técnica, a coloratura, o estilo, a variabilidade tonal e a articulação fazem dele um dos grandes do saxofone alto da actualidade, superiormente acompanhado pelo correlativo Vijay Iy, no piano (Andrew Hill anda por perto), e por dois soberbos produtores de ritmo, François Moutin e Elliot Humberto Kavee.
Mantendo a tensão indispensável à renovada vitalidade musical, o quarteto de Rudresh Mahanthappa diverte-se(nos) a tocar uma música efervescente, não referenciável ao world, beneficiária do ambiente multicultural em que se inscreve e desenvolve, assumindo a multiculturalidade como sinal distintivo da sociedade (e, por extensão, da música) moderna.
Deve ter sido bom, mas acabou-se.
Para o ano há mais. A 23ª edição.
Dia 3 de Junho, sexta-feira, no Jazz ao Centro - Encontros Internacionais de Jazz de Coimbra / 2005», toca o quarteto de Michel Portal // Louis Sclavis // Sébastien Boisseau // Daniel Humair:
Chegou a vez de Coimbra receber a graça que é a música de Michel Portal e Louis Sclavis. E de Daniel Humair e Sébastien Boisseau. Quatro em um; um em quatro. Torna-se arriscado falar da têmpera desta gente sem cair no excesso de predicados e na facilidade encomiástica. Mas há riscos que se têm que correr, a bem da verdade. Porque, ter em casa um quarteto com este “peso”, não é coisa pouca. Michel Portal, clarinetes e saxofones. Louis Sclavis, clarinetes, saxofone soprano. Sébastien Boisseau, contrabaixo. Daniel Humair, bateria. Três deles são dos maiores músicos da história contemporânea do Jazz, todos com várias décadas de criação musical na cena europeia. Outro, mais jovem (1974) mas não menos apetrechado e talentoso, está a caminho de o ser. E Coimbra certamente confirmará o enorme potencial de S. Boisseau, reconhecendo nele o pleno direito de acompanhar com os maiores. Porque são mesmo os maiores. Vejamos:
Michel Portal, clarinetista, saxofonista, compositor para cinema, multifacetado improvisador francês. Com uma costela da música clássica (executante de obras de Mozart, Brahms, Schumann, e de compositores contemporâneos, como Luciano Berio, Pierre Boulez, Karlheinz Stockhausen, etc), apesar disso, o multi-instrumentista prefere interpretar a sua própria música, e, mais ainda, fazê-lo no exacto momento em que a cria, preferencialmente acompanhado de outros músicos que com ele estejam irmanados no mesmo espírito, poliglotas das mesmas linguagens musicais, como os que integram o quarteto que aporta a Coimbra, no âmbito dos Encontros Internacionais de Jazz/2005.
Louis Sclavis, clarinetista e saxofonista extraordinário, compositor de mérito, primeira escolha de Michel Portal que sobre ele exerceu a mais benéfica das influências e o ajudou a firmar a reputada craveira de mestre elegante da arte de tocar clarinete. Um dos músicos mais criativos da cena jazz europeia. Território para onde transportou múltiplas geografias musicais, de que é catalisador e difusor, sem perder a visão musical íntegra que equilibra a conta-corrente entre composição e improvisação.
Daniel Humair, suíço a viver em França desde os anos 50, é um colosso da música em geral e do jazz em particular. Modernista por vocação e baterista por escolha ou predestinação, Humair deixou marca profunda no que à bateria-jazz diz especificamente respeito. Dono de um som personalizado – uma forma única de trabalhar o tempo enquanto matéria-prima – a suas gestualidade e sonoridade possuem indiscutivelmente o sinal distintivo dos maiores da história do Jazz. São elas que justificam que, em palco, Humair seja o principal ponto de encontro dos olhos e os ouvidos da assistência. Está por todo o lado e faz-se ouvir, mesmo quando, não tocando, constrói os mais refinados e oportunos pedaços de silêncio.
Sébastien Boisseau, jovem contrabaixista francês, original no vocabulário e talentoso na invenção musical. Sem querer entrar em detalhes fastidiosos, diria apenas que o seu curriculum se torna evidente em função das companhias requisitantes, entre elas o Baby-Boom, quinteto de Daniel Humair; o Newdécaband, de Martial Solal; e também Bruno Chevillon, Kenny Wheeler, Lee Konitz, para citar apenas alguns dos que nele sabem encontrar, além da musicalidade, a excepcional qualidade de saber o impulsionar os acontecimentos, mantendo sempre a capacidade de inovar e a intensidade em toda a linha. Boisseau conhece de trás para a frente o papel do contrabaixista neste tipo de formações: ser o centro de uma máquina complexa e altamente sofisticada, que swinga e improvisa colectivamente a um nível de excelência.
Tal é a que ora se desvenda em Coimbra.
Pelos fios chegam as ondas do programa que Taran Singh, amigo e entusiasta do free jazz e músicas improvisadas correlativas, realiza na francesa Radio G, Taran's Free Jazz Hour. Todos os sábados às 23h00 de Paris. Vale a pena ouvir.
A radio show on free jazz, avant-garde jazz and improvised music, featuring jazz greats from Sun Ra, Ornette Coleman, Albert Ayler, AACM artists... to Joe McPhee, David Murray, William Parker, Marco Eneidi; and other contemporary artistes whose music is recorded by independent record labels in the US and in Europe. In addition, the show also features Beat poetry - Ginsberg, Kerouac; and Black poetry - Langston Hughes, James Baldwin, James Emanuel.
Pelos fios chega uma história da NPR com Henry Grimes, o lendário contrabaixista de Benny Goodman e Albert Ayler. A Fresh Start for Jazzman Henry Grimes. Perto de 40 anos desaparecido, Grimes retornou ao mundo dos vivos. I'd say about 30 years I've been under that kind of a cloud ...
Um menino das melhores famílias estéticas, da linhagem de Jackie McLean e Anthony Braxton. E de Eric Dolphy.
Outro trio sueco a ter em conta: Christian Jormin / Mats Gustafsson / Anders Jormin. Opus Apus. Jazz e improvisação livre (LJ Records). Boa malha!
«Jazz ao Centro, Encontros Internacionais de Jazz de Coimbra / 2005» - 2, 3 e 4 de Junho
Dia 2 de Junho, quinta-feira, o festival abre em grande com a formação do baterista norte-americano Lou Grassi, o Lou Grassi's Avanti Galoppi (Rob Brown, Herb Robertson, Ken Filiano e Lou Grassi).
Lou Grassi está de volta a Portugal. Regressa para uma apresentação nos Encontros Internacionais de Jazz de Coimbra/2005. Desta feita, não com a sua PoBand, com a qual tem feito (re)brilhar estrelas do jazz de vanguarda de tempos passados, como Marshall Allen, John Tchicai e Joseph Jarman, mas com um grupo que, pese embora a sua recente formação, já se encontra plenamente rodado: o Avanti Galoppi.
Neste combo, ao lado do sensacional baterista de Nova Iorque, galopam Rob Brown, saxofone alto; Ken Filiano, contrabaixo; e Herb Robertson, trompete e corneta - o mesmo quarteto que em 2004 gravou o álbum homónimo para a editora norte-americana Creative Improvised Music Projects (CIMP), um programa estilisticamente diversificado em que todos os intervenientes contribuem com composições.
No início da carreira, Lou Grassi tocou em bandas de dixieland e de swing. No início dos anos 70 tomou parte em projectos liderados pelo trombonista Roswell Rudd. Teve no baterista Beaver Harris (1936-1991) o seu principal mentor artístico. Esta última colaboração, além de o fazer evoluir tecnicamente, ajudou a que, mais de uma década passada, tenha começado a ser reconhecido como acompanhante, e passado de primeira escolha a líder das suas próprias formações. Actualmente, Grassi possui uma extensa carreira discográfica em nome próprio, assente fundamentalmente nas gravações realizadas para a Cadence e para a CIMP.
Além de colaborações avulsas, Lou Grassi participa num quarteto com Burton Greene, Roy Campbell e Adam Lane, e ainda no trio de Gunter Hampel, com Perry Robinson; na NuBand, com Roy Campbell, Mark Whitecage e Joe Fonda, e no quinteto de William Gagliardi.
Quem acompanha, ainda que de longe, as movimentações do jazz actual fora dos círculos concêntricos do mainstream, não pode deixar de notar as ondas de agitação que se têm vindo a formar em torno destas quatro figuras cimeiras da improvisação moderna novaiorquina. Rob Brown é seguramente uma das vozes (ou a voz) mais activamente criativas do jazz contemporâneo, como líder e acompanhante.
É justo dizer que o mesmo sucede com Ken Filiano e Herb Robertson, que comungam da mesma característica: sendo músicos de enorme craveira técnica e artística - cada um deles mestre no seu instrumento - têm permanecido fora dos holofotes da indústria e da imprensa que dá cobertura aos acontecimentos relacionados com o jazz, facto que, contribuindo para uma menor difusão do seu trabalho, nada prejudica a importância estética e o valor artístico do quarteto.
A música do Avanti Gallopi combina aspectos melódicos previamente estabelecidos e swing moderno, com o desenho composicional de criação imediata, alternando improvisação estruturada e espontânea, solidamente ancorada numa base polirrítmica assegurada por Grassi e Filiano, que é tributária tanto do jazz no sentido comum do termo, como da improvisação livre.
Neste tipo de música, saber ouvir é tão ou mais importante que tocar. «Não se toca; ouve-se. E então tudo acontece» – disse Grassi em entrevista recente. É isso justamente que o líder instiga e a que quarteto corresponde na perfeição.
Mas o Avanti Galoppi trás consigo um aliciante adicional: será a primeira oportunidade de assistir em Portugal ao jogo de contrastes e aproximações entre Rob Brown e Herb Robertson, participantes de um colectivo em que todos semeiam, tratam e criam, para que o público possa colher em tempo real.
(Amanhã, antevisão do concerto de dia 3: Michel Portal/Louis Sclavis/Sebastien Boisseau/Daniel Humair).
«GUSH: from things to sounds - from sounds to things»
Eles "andem" aí outra vez... . O novo disco tem o sugestivo título de Norrköping. Assim se anuncia: "Elegant, masterful trio recordings from one of Sweden's national living treasures. Matts Gustafsson (reeds), Sten Sandell (piano) and Raymond Strid (drums) set course for a sublime oblivion, driven by this longstanding (ca. 1988) group's unique brand of instrumental telepathy. For those previously acquainted with Mr. Gustafsson's power-soul-honk in such projects and collaborations with The Brotzmann Tentet and others, another dimension of his estimable facility is on full display here, conjuring empathic textures within & without Sandell's world-class keystrokes and Strid's titanic structures. Truly scintillating." [Atavistic]. Power-soul-honk... .
Este fim-de-semana deu para revisitar e conhecer a fundo a interpretação da obra monumental de John Coltrane, Ascension, pela Arkestrova: Rova Saxophone Quartet, com Chris Brown / Nels Cline / Fred Frith / Ikue Mori / Donald Robinson / Otomo Yoshihide/ Carla Kihlstedt / Jenny Scheinman.
O pianista e compositor milanês Giorgio Gaslini aborda a herança da personalidade musical mais inovadora, visionária e experimentalista da música afro-americana: Sun Ra, o padroeiro desta casa. Depois de Monk (Gaslini Plays Monk, de 1983) e Ayler (Ayler's Wings, de 1991), na sequência do estudo aprofundado que no tempo de uma vida realizou sobre os maiores nomes do jazz, como Jelly Roll Morton, Thelonious Monk, Albert Ayler, Duke Ellington e John Coltrane, Gaslini diz ter chegado a hora de se abalançar a Sun Ra, que Gaslini considera o último dos grandes compositores do jazz.
Para tal, Gaslini trabalhou meticulosamente durante um ano inteiro na transcrição e arranjo de peças nunca tocadas por Sun Ra em piano solo, de modo a fazer sobressair as qualidades intrínsecas da música, o equilíbrio e a transparência que reflectem a particular visão do mundo do compositor.
Out in Space, A Quiet Place in The Universe, Medicine for a Nightmare, Yucatan, Kingdom of Not, Lanquidity, Satellites Are Scanning, Saturn, When Angels Speak of Love, The Perfect Man, Tapestry for an Asteroid, Discipline 27, The Satellites Are Spinning, Interstaller Low Rays.
"In some far place, many light years in space..."
Giorgio Gaslini - Gaslini Plays Monk (Soul Note)
Qualquer recapitulação das práticas mais radicais da improvisação desde a década de 1960 não pode esquecer os "casos" AMM e Musica Elettronica Viva. A associação de ambos os projectos não é de agora: já em 1968 foi editado um LP em que os dois revolucionários colectivos figuram em cada um dos lados. Entretanto, os AMM sofreram várias alterações a nível da sua formação, a mais notável das quais devida à morte de Cornelius Cardew, dos seus fundadores só restando hoje Eddie Prévost (Keith Rowe bateu com a porta), e os MEV só muito episodicamente se reagrupam, tendo os seus elementos principais, Alvin Curran, Frederic Rzewski e Richard Teitelbaum, desenvolvido carreiras a solo. Os seus caminhos só recentemente voltaram a encontrar-se, graças à participação destes grupos na edição de 2004 do festival Freedom of the City, de Londres. Apogee inclui gravações desses concertos no segundo CD, estando o primeiro ocupado por uma estreia absoluta: AMM e MEV a tocarem em sexteto, num registo de estúdio cuja importância histórica é desnecessário explicar. E se AMM (aqui ainda em trio com Prévost, Rowe e o pianista feldmaniano John Tilbury) e Musica Electtronica Viva são bastas vezes mencionados na mesma frase, fica nesta edição claro que as suas visões da música são bem distintas, ainda que capazes de diálogo (a maior vantagem da prática improvisacional, aliás). Os AMM são abstractos, pontilhísticos, fragmentários e minimalistas, enquanto os MEV não resistem a introduzir elementos figurativos nas suas construções e têm uma dimensão mais "orquestral" e cromática, por exemplo com o judaico sho far, uma espécie de trompete, tocado por Alvin Curran. Juntos, conseguem conciliar a microscopia sonora própria dos AMM, e muito especialmente da guitarra horizontal e torturada por múltiplos objectos de Keith Rowe, com os súbitos apontamentos de "sampling" etnográfico que Teitelbaum gosta de atirar para o ar quando menos se espera. - AnAnAnA
Campeão Nacional 2004/2005
Sou do Benfica
Isso me envaidece
Tenho a genica
Que a qualquer engrandece
Sou dum clube lutador
Que na luta com fervor
Nunca encontrou rival
Neste nosso Portugal
SER BENFIQUISTA
É TER NA ALMA
A CHAMA IMENSA
QUE NOS CONQUISTA
E LEVA À PALMA
A LUZ INTENSA
DO SOL QUE HÁ NO CÉU
RISONHO VEM BEIJAR
COM ORGULHO MUITO SEU
AS CAMISOLAS BERRANTES
QUE NOS CAMPOS A VIBRAR
SÃO PAPOILAS SALTITANTES
(Ah, grande Luis Piçarra!!!)
José Paulo Andrade, aka Gamma Ray Blast, depois de se ter dado a ouvir no Ocaso Épico, de boa memória para quem pôde seguir a evolução do grupo na Lisboa dos anos 80, a improvisar sobre ritmos pré-gravados, desenvolve hoje algumas das pistas que ao tempo deixava entrever como hipóteses de trabalho deixadas em aberto para posterior investigação. Gamma Ray Blast, posicionado no vasto universo do pop experimental, retoma as pesquisas no âmbito da música portuguesa e no seu mais vasto enquadramento mediterrânico, explorando timbres instrumentais (flautas, guitarra portuguesa, cítara, coros) e ritmos oriundos de espaços geográficos situados algures entre a Europa, África e o Médio Oriente, sem jamais perder a matriz marcadamente electro-pop.
Dos cinco temas, destacaria Paredes, que homenageia o maior mestre da alma e da guitarra portuguesas, o genial homem comum. E o fantástico Grândola, ideia-tema-mito da fundação da Democracia em Portugal. Nele, Gamma Ray Blast mistura ritmos actuais com excertos de gravações de à volta de 1974, quando, pouco antes do 25 de Abril, Marcelo Caetano, o então presidente do Conselho de Ministros perorava nas suas «Conversas em Família» sobre o pronunciamento da Caldas da Rainha, por ele qualificado como «triste episódio militar». Gamma Ray Blast coteja excertos desse discurso com o poema Grândola Vila Morena original de José Afonso, numa clara oposição estético política entre o antes e o pós Revolução dos Cravos, que também simboliza a dialética arcaismo cultural/censura/obscurantismo de outros tempos, e a modernidade de hoje. É essa modernidade, não isenta de riscos, distorções e perversões, que importa questionar a cada passo. Como com a Democracia, há que estar atento aos novos movimentos criativos do pop português, de que 5 Dimensões é um excelente testemunho.
Melodias suaves, experimentalismo, percussão variada, excelente mistura e equilíbrio de fontes, são demonstrativas do bom gosto e do saber produzir de José Paulo Andrade, capaz de encantar com tamanha simplicidade. Totalmente conseguido e muito interessante, este 5 Dimensões.
Ninth Annual Empty Bottle Festival of Jazz and Improvised Music
Since January 1996, reedist KEN VANDERMARK and writer/musician/producer JOHN CORBETT have brought established stars of the vanguard and emerging artists from all over the world to the Empty Bottle for an extraordinary gathering of Jazz and Improvised music. In its Ninth year, this four-day event(June 15th - June 18th) is no exception, featuring performances by SAM RIVERS, PETER BROTZMANN,ED WILKERSON JR., KEN VANDERMARK, PAUL RUTHERFORD, NASHEET WAITS and ROBERT BARRY,THE REMPIS PERCUSSION ENSEMBLE,TATSU AOKI, FRED LONBERG-HOLM Trio and others. This annual festival stems from the Empty Bottle “Wednesday Night Jazz Series,” concerts that continue to bring improvisers from Chicago, elsewhere in North America, Europe, Japan and the rest of the world to Windy City audiences on a weekly basis. Though the series maintains a jazz core, it is open to many forms of creative music, including total improvisation, free jazz, experimental composition, swing-based post-bop, tone-color improvisation, texturalist minimalism, and out-rock.
15 de Junho
- Chicago Ad Hoc: A first time meeting of ten performers featuring an amalgam of instrumental combinations ranging from brass to reeds to electronics to strings.
16 de Junho
- Peter Brotzmann and Nasheet Waits
- Davey Williams with Jim Baker and Tim Daisy
- The Rempis Percussion Ensemble
- Surprise Set
17 de Junho
- Ken Vandermark with Torsten Muller, Paul Rutherford and Dylan Van Der Schyff
- Peter Brotzmann, Kent Kessler, Paul Rutherford and Nasheet Waits
- The Tatsu Oaki, Ed Wilkerson Jr. and Michael Zerang Trio
- Surprise Set
18 de Junho
- Sam Rivers
- The Robert Barry, Paul Rutherford Duo
- The Fred Lonberg-Holm Trio
- Relay Signals featuring Jason Ajemian, Zoe Buck, Tim Daisy, Ernst Karel and Aram Shelton
26-27-28 de Maio. Estádio Municipal de Braga
O Festival BRG é um evento transdisciplinar, com características lúdicas e formativas, dedicado à divulgação de novos processos de criação musical e artística (nacionais e estrangeiros), com especial atenção aos novos campos da criação com recurso à tecnologia digital e na actual convergência entre música e imagem na criação contemporânea, convidando a audiência não só ao entretenimento mas também a partilhar múltiplas experiências desde a descoberta de outras sonoridades a novas sensações visuais e experiências sensoriais.
Organizado pela Fundação Bracara Augusta, este festival sediado na cidade de Braga pretende fomentar a formação e sensibilização de novos públicos, assim como potenciar novas práticas interventivas de forma a produzir maiores fluxos criativos e sociais, afirmar a Universidade do Minho (UM) enquanto centro de produção cientifíca e cultural com projecção nacional e internacional e dinamizar o envolvimento com as instituições e estruturas locais (universidade, cultura, comércio, indústria e turismo), contribuindo para a promoção e desenvolvimento da região.
Novidades e reedições que despertam interesse, na Jazz'Halo.
Where Is Brooklyn?
Don Cherry, Pharoah Sanders, Henry Grimes, Ed Blackwell1. Awake Nu2. Taste Maker3. The Thing4. There Is The Bomb5. Unite(Blue Note BLP 4311, 1966)
Esta semana, no Jazz on 3, da BBC Radio 3, pode-se ouvir a gravação de um concerto do quarteto do saxofonista escocês Phil Bancroft. Com Bancroft tocam o guitarrista Mike Walker, o contrabaixista Steve Watts e o baterista nórdico Thomas Strønen. Gravação de Março de 2005, no Soho's Pizza Express, em Londres.
ABOP TV.COM tem. Excertos disto tudo, o que não é pouco:
"Underwater Flying" - Outrio Jackson Krall, Joe Giardullo, Albey Balgochian
"AlCookHil" - Outrio Laurence Cook, Hilary Nobel, Albey Balgochian
Band Of Peace "Rhythmism" Dennis Warren, Jackson Krall, Sabir Mateen, Albey Balgochian
Burton Greene & Roy Campbell 4tet Burton Greene, Roy Campbell, Adam Lane, Lou Grassi
Danny Mo Project Danny Mo, Gabe Jones, Neil Itzler, Joe MusellaDavid Maxwell Solo Performance
"DnA 3" Express Dave Ross, Albey Balgochian
Giardullo Trio Joe Giardullo, Harvey Sorgen, Mike Bisio
Funktet Dave Ross, Kurtis Rivers, Jackson Krall, Albey Balgochian
"Sunday Afternoon" - Funktet Dennis Warren, Dave Ross, Brian Groder, Albey Balgochian
Jackson Krall Solo Performance
Live at the Zeitgeist - Outrio Jackson Krall, Joe Giardullo, Albey Balgochian
Lloyd Thayer Solo Performance Street musician
Noisetet Bent Circuit music - Donny Silverman, Brian Sebastion, David Phelps
Paul Rishell & Annie Raines Handy Award Winners
Sound on Survival Marco Eneidi, Lisle Ellis, Peter Valsamis
The Fringe Bob Gullotti, John Lockwood, George Garzone.