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30.11.08
 

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Christian Fennesz tem andado nas bocas do mundo. Porque tinha editado Venice, em 2004, e também porque, desde então para cá, quatro anos volvidos, nada tirava da manga para entreter a vasta coluna de admiradores. Mas eis que a espera terminou a 17 de Novembro último com a edição de Balack Sea, em LP e CD, pela britânica Touch. E, à vista do que se ouve agora, se o rapaz andou este tempo todo a trabalhar no disco – o que não seria de admirar dado o cuidado perfeccionista que lhe anda associado – parece que valeu bem a seca. Venice teve o seu interesse, pela temática melódica e harmónica que trouxe para a discussão. E Black Sea não lhe fica atrás. Cá estão o noise característico, o lixo cósmico que tão laboriosamente deve ter andado a catar aqui e ali, sintetizadores, guitarras acústicas e eléctricas, simples e transformadas, o glitch pulverizado sobre a mistura, processamento em computador, enfim, os ingredientes utilizados por batalhões de criadores e artistas sonoros um pouco por toda a parte, mas que nas mãos do austríaco adquirem uma substância e um fluxo narrativo particulares, aos quais Fennesz apõe a sua assinatura personalizada. Tudo passa por uma maneira especial de orquestração sonora de detritos, paisagismo e texturas densificadas; a tal arrumação desarrumada que lhe fica a matar, embora não isenta de previsibilidade e de déjà vu. Anthony Pateras participa com piano preparado em The Colour of Three. Black Sea, disco de electrónica entre o experimentalismo e a canção sem palavras, tributário de um certo romatismo pop, entrará ainda nas listas de melhores do ano de muito boa gente, por certo.

 
 

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Com os agradecimentos a Jesús Moreno e ao blog hermano o zurret d´artal, basta seguir os links para aceder às duas partes em que se subdivide o concerto do quarteto euro-americano 4 Corners (Adam Lane, Ken Vandermak, Magnus Broo e Paal Nilssen-Love), realizado a 25 de Novembro passado, em Barcelona.

 
 

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Na ruidemos: Equipo Elevador (duo de Antonio Sánchez e Hertz Volta) saiu com um EP deveras interessante: Petites pièces pour un jour de fête. «En el presente muestrario de ocho piezas cortas (ninguna dura más de cinco minutos), el Equipo hace una clara exposición de la diversidad de materiales y tratamientos utilizados en el gabinete de trabajo, bajo una unidad estética próxima a la música industrial en cuanto a la mecanización de los movimientos y la deshumanización aparente, pero con un carácter mucho más sutil. Y es que, en el fondo, estas pequeñas composiciones exhalan la dosis suficiente de calidez y fragilidad como para considerarlas ciertamente acogedoras y adorables. Además, cabe subrayar que sus sonidos sintéticos, interacciones, impulsos, líneas, ruidismo y silencios surgidos maquinalmente de tonalidades acústicas y analógicas abrazan la luz propia de los grandes hallazgos».

 
 
Paul Dunmall e Tony Bianco deixaram saudades nas edições da EMANEM, com Simon Picard e Marcio Mattos, respectivamente em Utoma Trio e Our Glass. Regressaram de novo juntos na editora de Dunmall, DUNS Limited Edition. Spirits Past and Future, gravado em Dezembro de 2007, tem tudo o que esperaria de uma sessão desta dupla, enebriante do primeiro ao último minuto. O disco comporta duas faixas, uma de 50 (Spirits Past and Future), outra de 5 minutos (Istah), que se relacionam entre si como o concentrado e o desenvolvimento do caudal de ideais musicais que flui entre saxofonista e baterista em mais um impressionante mano-a-mano. O duo, obviamente inspirado em Interstellar Space, sessão histórica de John Coltrane e Rashied Ali, gere com mestria a complexidade das tensões dinâmicas, um amplo leque de possibilidades que vão da quietude serena e reflexiva, à explosão catártica multicolor. Não direi essencial ou imperdível, mas tal não invalida que esta seja uma edição a ouvir com gosto. Paul Dunmall & Tony Bianco - Spirits Past and Future (Duns, 2008)

 
 

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arquivo pessoa.net

 
 

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Endless hours of great classical music are only a few clicks away at Piano Society. Piano Society offers artists, amateurs and professionals alike, free space, bandwidth, and a personal biography page by which they are being presented. Today you find more than 150 pianists at Piano Society, and they have so far uploaded more than 2,800 recordings by over 130 different composers. For you, as a Piano Society visitor and listener, this means endless hours of listening for free, which we hope will bring you a lot of pleasure and joy.

 
 

Paul Mawhinnney's The Archive...

 
29.11.08
 

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Ernesto Rodrigues em digressão alemã e sueca, Nov. e Dez.:
(foto: Rosa Reis)

30.11.08 QUINTET
ernesto_rodrigues viola
birgit_ulher trumpet
lars_scherzberg alto saxophone
michael_maierhof cello
heiner_metzger soundtable
Blinzelbar, Hamburg

05.12.08 QUARTET
ernesto_rodrigues viola
sylvia_necker electronics
thomas_österheld bass clarinet
gunnar_lettow electric bass guitar
Freitagsmusik, Hamburg

06.12.08 QUARTET
ernesto_rodrigues viola
nikolaus_gerszewski violin
david_stromberg cello
thomas_österheld double bass
Christianskirche, Hamburg

06.12.08 DUO
ernesto_rodrigues viola
nikolaus_gerszewski piano
Christianskirche, Hamburg

07.12.08 QUINTET
ernesto_rodrigues viola
sascha_demand guitar
burkhard_friedrich saxophone
sebastian_reier guitar
jürgen_hall electronics
Christianskirche, Hamburg

09.12.08 DUO
ernesto_rodrigues viola
martin_küchen saxophones
Gavle, Sweden

10.12.08 DUO
ernesto_rodrigues viola
martin_küchen saxophones
Stockholm, Sweden

13.12.08 TONART-ENSEMBLE
ernesto_rodrigues viola
Westwerk, Hamburg

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"Hymn for Tomasz Stanko", by Dennis Gonzalez and Faruq Z. Bey with Northwoods Improvisers Septet, recorded in November 2004 and March 2005 in Michigan, is the newest release from Italy's Qbico Records (Qbico 82). Gonzalez, whose recent work has transcended the genres of jazz, has teamed up with Detroit saxophonist Bey, as well as reedmen Skeeter Shelton (son of renown Chicago drummer Ajaramu and the keyboardist/singer Amina Claudine Myers) and Mike Carey, both also from Detroit, along with the grounbreaking Michigan trio Northwoods Improvisers to present a rhythmic and melodic African-tinged release. The music is available on 180 gram vinyl LP's, and on a limited-run gold disc CD, with each cover totally handmade and one-of-a-kind, by bassist Mike Johnston of Northwoods Improvisers.

Faruq Z. Bey is best known for being the leader of the legendary Griot Galaxy (the jazz band founded in 1972 with drummer Tani Tabbal, bassist Jaribu Shahid, and saxophonists Anthony Holland and David McMurray) until Bey's tragic motorcycle accident brought the group to an end in 1985.


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"Renegade Spirits", by Dennis Gonzalez with Famoudou Don Moye, recorded in June 2008 in Dallas, is the first release from Asheville, North Carolina's Furthermore Recordings. Gonzalez, whose recent work has transcended the genres of jazz, has teamed up with Art Ensemble of Chicago drummer Moye, as well as reedman Tim Green (saxophonist with The Neville Brothers and Peter Gabriel) and Gonzalez's sons Aaron on bass and Stefan on drums to present a rhythmic and melodic two-drummer release.

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"La Tradicion de los Sin Tradicion II (The Tradition of Those Without Tradition)": In November of 2006, trumpeter Dennis Gonzalez's son, drummer Stefan Gonzalez traveled to Mexico City to lead a 3-night series of concerts with 11 of Mexico City's best improvisers. Included in this recording are Alvaro Pedroso - laptop / Juan Pablo Villa - voice / Angelo Moroni - voice, percussion / Itzam Cano - bass / German Bringas - sax, found objects, trumpet. Also on this CD are pieces by Tatsuya Yoshida, Shelley Hirsch, and German Marsttat.

Gonzalez's Amulets (The Talismans Store).

 
 

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[alg045] - d - In passing

«Proxecto sonoro electrónico do artista David J. Fonseca, (aka "d"), nado en Sevilla en 1969. Ruidismo electrónico que parte da utilización e manipulación de loops e pequenos fragmentos de son, cheo de contrastes e minuciosidade. Composicións caracterizadas por unha paleta sonora intencionadamente mínima, creando belos e íntimos collages con instrumentos (pianos, guitarras) xunto a procesos dixitais e gravacións de campo (voces, sons urbanos)».

 
27.11.08
 

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Ilia Belorukov & Philip Croaton - Still Fire [tube 147]

Nova corrida, nova viagem, a segunda da dupla russa de S. Petersburgo, formada por Ilia Belorukov e Philip Croaton, na test tube. A primeira aconteceu no volume 135 da netlabel portuguesa, um drone longo e contínuo de perto de uma hora, carregado de surpresas e acidentes de um percurso enfunado pelas velas da electroacústica ambiental. O mesmo figurino é agora retomado, de novo servido pelos saxofones de Ilia Belorukov e pelas atmosferas induzidas por sons contínuos da parafernália electrónica espectral de Philip Croaton, típicas de certas correntes em voga na Europa de Leste, que inclui diversos cordofones electrificados, processamento de saxofone e de voz humana em computador e outros efeitos. Em comparação com a edição anterior, que data de há poucos meses, Still Fire, desdobrado nos segmentos I, II e III, põe de lado os beats durante a sua maior parte da duração e deixa-se convenientemente deslizar para tonalidades cinza de dark ambient, com um toque de industrialismo que acrescenta tensão e dramatismo à imagética cinematográfica que atravessa toda a obra. Por estas razões, são maiores a eficácia e o proveito estético relativamente ao anterior Un[view]mask[ed]. Para meu gosto, pelo menos.


 
 

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«the unstable domestic elite es un proyecto de tobias schmitt (alemania) y cordell klier (estados unidos). El material [this tranquil haven of democracy] se deriva de sonidos de sonidos de ping-pong, procesamientos e ideas que resultan en el bastardo digital que unifica los acercamientos esteticos de ambos artistas. the unstable domestic elite: cordell klier // tobias schmitt» - discos invisibles - tijuana, mexico.

 
 

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Gravado para a Philly Jazz, editora de Filadéfia, vizinha da El Saturn Records, que também publicou Lanquidity, surge de novo no mercado Of Mythic Worlds, apenas em em formato LP. Sun Ra com a Arkestra, numa sessão menos conhecida, gravada ao vivo no festival de Ann Arbor, em 1978. Sun Ra realiza a habitual mistura colorida de instrumentos acústicos, com particular pendor para os sopros (flautas, saxofones e clarinetes) e eléctricos (sintetizador, baixo), numa peça em que exprime o melhor do seu blues-bebop-groove espacial, produto antigo e futurista que tem tanto de estranho como de apelativo. Muito mais que simples entretenimento, a música de Sun Ra veicula o seu modo muito particular de entender o mundo e a ordem social, baseado num sistema filosófico e de valores que aspiram à sabedoria. Sun Ra & His Arkestra: Sun Ra, Marshall Allen, John Gilmore, Eloe Omoe, James Jackson, Danny Ray Thompson, Richard Williams, Luqman Ali, e Stanley Morgan. Of Mythic Worlds: 1. Mayan Temples; 2. Over the Rainbow; 3. Inside the Blues; 4. Intrinsic Energies; 5. Of Mythic Worlds.

 
25.11.08
 

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the third barn: an experimental studio portal // pat badt // scott sherk

 
 

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'Six Pillars to Persia'
[Resonance 104.4 FM]

 
 

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HALLOWEEN 2008: Interview with AARON DILLOWAY; Editorial; In Concert: AMPLIFY 2008: light; On Another Timbre: Davis, Milton & Saade / Algora, Rombola, Zach / Hugh Davies / Bohman, Wastell, Patterson, Davies; On Drag City: Jim O'Rourke / Osorezan / The Red Krayola / David Grubbs ; Smiling Through MyTeeth; On DVD: Olivia Block, Sandra Gibson, Luis Recoder / Lee Hangjun & Hong Chulki; (POST-?)ROCK: Hair Police / Lars Hollmer / Nine Rain / Irmin Schmidt & Kumo / Scorces / Mark Stewart / Walter & Sabrina; JAZZ & IMPROV: Angeli, Rothenberg & Parker / Ab Baars & Ken Vandermark / Bik Bent Braam / Bishop, Eisenstadt & Roebke / Lucio Capece & Sergio Merce / Davies, Lacey & McNulty / Arek Gulbenkoglu & Adam Süssmann / Greg Kelley / Byard Lancaster / Thomas Lehn & Marcus Schmickler / Denman Maroney / Chris McGregor's Brotherhood of Breath / Michael Moore / Evan Parker / Schlippenbach Trio / SLW / Fred Van Hove / Zingaro, De Joode & Regef; CONTEMPORARY: Bernard Bonnier / Michael Byron / Luc Ferrari / Gordon Mumma / Eliane Radigue; ELECTRONICA: Cristal / John Levack Drever / Peter Rehberg / Zilverhill.

 
 

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«Inger On The Rock project (or just IOTR) was started in 2006. It was called in honor of Inger Gaup - saami girl from Norway, whom I met in Suomi. I have no musical education and I don't play professional music, this project is some kind of soundtrack to my own life, attempt to tell others about my feelings and worries. Heimkoma is inspired by Iceland culture and nature, and so all tracks has icelandic names».

 
 

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LAPTOP e a defenestração do imaginário musical

Num momento de anomia, perda de valores estéticos, implementação tecnocrática, detectamos a inversão e não apenas a perda de valores estéticos, taxonómicos e criativos no âmbito da música electrónica e na sua última expressão informática.
Grave é a delapidação do étimo “improvisação”: afinal qualquer fuga ao idioma, à gramática, fluxo desprovido de ideia, direçção ou estrutura, pode ser considerado improvisação, apologia do gesto efémero, sem imaginário ou conceptualismo como álibi para as incompetência e impotência composicional, …
A computer music é andróide, não é susceptível de ser executada exclusivamente por um músico e o seu gesto humano; corresponde grosso modo à união de duas inteligências, a natural e a artificial; assim a improvisação assistida por computador trata de elementos técnicos e simbióticos, floresta de interconexões Homem/Máquina.
O computador é uma tecnologia não específica e pode levar a cabo operações mentais (e.g. armazenagem; opção, estratégia; utilidade, operacionalidade); a memória computacional consiste no arquivo de notas, silêncios, ruídos, ritmos, madrigais, cantatas, sonatas, ragas, sinfonias, canções, e.a., e de sintagmas musicais das mais diversas índole e substância; trata-se de um labirinto fonográfico tecido de múltiplas direcções conceptuais e de inúmeras substantificações sonoras.
O computador substitui o operador musical humano, é, por excelência, um aparato de planificação tecnológica; estabelece conexões entre tecnopanóplias e instrumentos e, programa relações sonoras elementares; o computador funciona de maneira estatística, recodifica, recolhe, classifica, processa e organiza o som digitalizado.
Estas máquinas calculadoras podem levar a cabo operações qualificáveis de mentais. Há um senão: o robot musical não tem emoções, nem sequer sonha; desconhece a aventura e, principalmente, o amor; e mais, não sabe o que é Música.
A prefiguração dos media como instrumentos deve ser considerada “suplementar”, casos do disco ou do rádio e, “complementar”, na dita “música assistida por computador”; não está em causa o uso do computador como instrumento musical; o agente, em processamento do evento sonoro da composição live electronic, sob muitos aspectos, pode bem ser o próprio improvisador que manipula esse seu aparato.
Desprezando o conceptivo compositor, o executante improvisa sobre matérias prefixadas em vários suportes: gira-discos, LP, CD, laptop, pode até improvisar-se musicalmente no sector da video art, ou em interacções on line, estas geralmente pusilânimes e massificadas...entre as inesgotáveis novas classificações de subtipologias, modas, ideossincrasias, está a corrente alcunhada “pósdigital”, um infradiscurso cuja matéria-prima são erros, defeitos, detritos, sonoridades imperfeitas de ordem técnica digital das próprias máquinas, do hardware e do software, a serem usadas como fluxo sintáxico.
A teoria do plunderphonic supera com grande aceitação da parte de muitos músicos e intelectuais, as questões éticas da apropriação sobre o argumento do livre arbítrio da criação artística e legitima o usufruto de todos os materiais musicais ou sonoplásticos disponíveis, indiscriminadamente.
Uma música indiscreta correlativa ao hip hop, ao techno ou ao house, sonoplastia da dance culture, proclama-se “música electrónica”, e recentemente com diletantismo, tende a vigorar o termo “acusmática”, qualquer coisa improvisada ou composta com matérias sonoras fixadas, exibindo muitas vezes o trivial da cena tecnoinstrumental da pop experimentalista e do scratch; non nova sed nova, i.e. “coisa que não é nova mas que aparece como tal”; o músico congemina próteses sonoras, espécie de artesanato e gestão electrónica, puras funcionalidade e medialidade; como as fotografias de Sherrin Levine sobre os nus de Edward Western, foto da foto.
Sendo assim qualquer software está inadvertidamente disponível para o desvio; edições cleptofónicas, pirataria sónica sortida, pornofonia, e.a.; afinal trata-se de um lapso terminológico pusilânime, ideologia da não-ideologia.
Não existe o acto de pura improvisação com os media instrumentalizados musicalmente; há tão somente a possibilidade de coabitação dos vocalismos e dos instrumentalismos acústicos e electroacústicos e, da parafernália, dispositivos ou controladores electrónicos analógicos e digitais. No seu mais nobre sentido, a performance do músico/intérprete/compositor é o lado humano da computer music improvisada.
O reino dos DJs foi-se dilatando globalmente mas sofreu uma notória recessão perante a hiperracionalidade operatória do computador propiciado musicalmente, um jogo empiricista e popularizado que descambaria na vulgata do laptop.
Impromptu na Era da Informática: expressão musical adjudicada ao computador, a improvisação entrou no âmbito do imaginário cyberpunk, e pulverizou-se na sua situação pósmoderna com clonagens , plágios, sobreposições, colagens, mudanças de estruturas rítmicas, ou de velocidades, ou de âmbitos texturais; derivas e outras atitudes de instrumentistas ou vocalistas artificiais, simulacros, que já não lidam com partituras escritas e impressas mas com o próprio material sonoro criado live no computador, normalmente no portátil (laptop); discursos que são sinapses instrumentais. Como na parábola conceptualista: “desmaterialização da cultura material”.
A técnica do drone, figura contínua, com motivos legati, por vezes repetitivos, vem dos primórdios da música electrónica e hoje está trivializado no discurso da música de massas para laptop, à semelhança funcional do basso continuo no barroco e da rhythm section no jazz; a cronometria quadrada e binária subentende discursos melódicos fugazes, texturas tímbricas surgidas ad hoc, num lenocínio despudorado da máquina – a “música electrónica” das discotecas, a “música acúsmática” dos concertos de jazz e improvisada…
Inicialmente apelidava-se “groove” uma actividade improvisatória com o computador assumido como instrumento: duma parte o comando e a acção (teclas, rato e écran do computador), da outra, autodeterminação e controlo, liberdade de expressão estética.
Desenhando os sons ou esculpindo-os, pode-se sucessivamente modificá-los, transformar a sua imagem e obter variedades acústicas desconhecidas.
Depois, desde os anos 1980, com o sistema midi e a digitalização, a nova improvisação de cariz pop estilhaçou-se num âmbito pósmoderno com divagações poliscópicas, amálgama e concocção de delírios líricos, de variegados subestilo e subgénero tecnológicos, numa síncrese massificadora do Zeitgeist (avanço cultural no mundo).
Constelação de propostas de certo modo insólitas donde sairiam movimentos insulares e progressistas da novíssima música improvisada e da electronic live a culminar na massificação da “música electrónica” (termo usurpador popular e jornalístico para a música que recorre sobretudo ao laptop, entre outras parafernálias digitais e informáticas, actualizado no epifenómeno tecnocrático duma proclamada música improvisada “acousmatic”).
Nos finais do Século XX e desde o início deste Século XXI, com a massificação do computador portátil, o regime laptop surge hegemónico na ciberparafernália da nova improvisação.
Hoje vulgarizou-se - via um jornalismo acrítico e uma fruição pública sem valores estéticos - o termo “laptop”, depois, e/ou “acúsmática” (onde se validam todos os sons fixados como musicais, para designar a transformação dos sons em tempo real, uma atitude híbrida do improvisador e da sonoplastia do computador; ciberartesanato, normalmente debilitado pelo desconhecimento de operações de síntese e de génese do som; apropriando-se de programas prévios, simulação de manobras algorítmicas; todavia conhecendo uma progressiva popularização e sendo fruto apetecível do comercialismo pop, normalmente ao serviço da agiotagem de muitos coreógrafos, encenadores, e outros usurários da música. Os laptoppers, prosseguindo a saga dos DJs, tornaram-se heróis da funcionalização no cinema, na dança, no teatro, na performarte e na instalação vídeo e multimediática.
Os termos historicistas “electrónica” e “acúsmatica” foram delapidados especialmente pelo pelo abuso progressivo do laptop – o computador fixo tem horizontes de recherche muito mais vastos e está conectado com o conceito de “música electrónica clássica” – agora, como que em contratartida, surgem grupos de índole pop e improvisada que quando recorrem à cenografia laptop se proclamam como “música acusmática” – da alegada e massificada “electrónica”, de caracter techno, à profusão de computadores portáteis que estão omnipresentes ao lado dos instrumentistas e vocalistas como recurso cosmético, decorativo, desviado da sua veracidade histórica e da própria representação culta do computador na Música.
Um violinista, um contrabaixista e um pianista podem assegurar um figuralismo rítmico melódico, harmónico e todo um florilégio de experimentos, independentemente da sua qualidade estética – mas a reunião de laptoppers improvisadores é incondicional pois as matéria, substancialização e discursividade não são de possível controlo semiológico; es get alles, tudo é válido, inclusivamente qualquer surpresa agradável num mundo do disforme.
O fenómeno trivializa-se em jogos infantis psicotecnicamente regressivos e domina afluentemente os mercados da improvisação pop, agora caucionados pela própria Academia que prepara, na sua vertente hipertecnológica da electrónica, não mais músicos e criativos, mas técninos e engenheiros, bricoleurs de rentabilidade económica imediata, sufragada pelas musobrocracia e meritocracia (protocolos, regimentos, canudos e prémios).
O sonho, o fantástico da intuição musical, os paradigmas da improvisação, da electrónica, da acusmática, a magia e a inventio, dissipam-se no artificio das manipulações tecnológicas do computador assumido como instrumento musical.
Porém, e com o maior optimismo, desenvolve-se revolucionariamente um situacionismo crítico e de clariaudiência, associado às viragens da dimensão estética da improvisação; finalmente, uma questão de gosto, pelo prazer de tocar e ouvir a Música; para ser amada pelo espírito aberto.

JORGE LIMA BARRETO


 
22.11.08
 

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Por iniciativa da BigO Magazine, é reposta em circulação Live at Fabrik, gravação integral, para transmissão radiofónica, de um concerto do Art Ensemble of Chicago realizado em Hamburgo, Alemanha, a 14 de Julho de 1987. Quatro improvisações do AEC, mais dois extras: Ghosts, de Albert Ayler, e No Woman, No Cry, de Bob Marley. É com gosto que se relembram os Nice Guys Lester Bowie (1941-1999) e Malachi Favors Maghostut (1927-2004), músicos que em vida já eram do outro mundo, a somar à memória dos vivos Joseph Jarman, Roscoe Mitchell e Famoudou Don Moyé. AEC::Great Black Music - Ancient to the Future.

 
 

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O britânico Huddersfield Contemporary Music Festival, que anualmente se realiza no Yorkshire, comemora este ano o 60º aniversário da musique concrète e do trabalho do pioneiro francês Pierre Schaeffer (1910-1995). A efeméride será assinalada com a estreia de [60]Project, peça encomendada a Mathew Adkins, artista britânico da electrónica e da electroacústica. Para o efeito, foram convidados 60 artistas desta área musical. Os criadores tiveram acesso ao conjunto assim formado e a oportunidade de lhe dar um tratamento personalizado. A peça final de conjunto foi depois submetida a configuração final por Mathew Adkins, e será apresentada ao vivo no dia 28 de Novembro. Está prevista a edição em CD, a sair pela canadiana electrocd.

 
21.11.08
 

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O pianista italiano Tonino Miano, expoente europeu do free jazz e da improvisação livre, regressa ao activo para dar continuidade ao projecto de explorar as potencialidades do duo de piano. Depois da inventiva troca de ideias com o trompetista Mirio Cosottini, ouvida eno marcante The Curvature of Pace, disco inaugural da editora Impressus Records, eis que o pianista regressa ao formato original com o saxofonista bolonhês Edoardo Marraffa.
Miano e Marraffa expõem as suas ideias em movimentos amplos e abertos. Criam, transformam e adaptam continuamente o seu particular mundo sonoro intimista, tecnicamente exigente e organizado de modo informal, no sentido da não definitividade da composição instantânea, na qual surgem evidentes os vários eixos e pontos de referência a partir dos quais irrompe, imparável, o livre curso da improvisação.
Edoardo Marraffa e Tonino Miano, há muito que se conhecem pessoal e musicalmente. E isso nota-se na fluidez do diálogo, na inclinação para a frente, no contentamento vivo e dialogante que o ouvinte pode testemunhar. Apesar das afinidades partilhadas, só em Junho de 2008 tiveram finalmente a oportunidade que procuravam para o encontro musical em duo, ligação interrompida em 1993, com a mudança de Tonino Miano para Nova Iorque ocorrida naquele ano. O momento-chave surgiu na sequência da participação do quarteto de Edoardo Marraffa na edição de 2008 do Vision Festival.
E o ensejo veio a revelar-se feito à medida para Marraffa – que toca saxofones tenor e sopranino à vez ou em simultâneo, aplicando-lhes um vasto arsenal de técnicas ortodoxas e heterodoxas – e Tonino Miano irem para estúdio registar o disco que a Impressus acaba de publicar, com capa estampada em papel 100% reciclado. Edus Tonus (título formado a partir dos nomes de Edoardo e Tonino, é mais que provável), reúne um conjunto de nove temas de espontânea nascença. Música criativa, inteligente e bem-humorada, produzida para ser pensada e sentida em toda a sua fácil complexidade, simultaneamente leve e profunda no modo de se expor à fruição por ouvidos receptivos.

 
 

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Off Land - Grey Surfaces: «Compared to his [Tim Dwyer/Off Land] last release, “Encounter Point”, “Grey Surfaces” is much more reduced, compact and monolithic. Each track has a kind of deep fundamental droning with field-recording fragments, shifting melodies and glitches in addtion to it all. The release is carefully arranged and placed to a single peaceful 40-minute voyage» - [Resting Bell]

 
20.11.08
 

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Dez anos de vida editorial, 42 títulos de artistas como Aranos, Keith Berry, Richard Chartier, The Hafler Trio, Robert Hampson, Steven Hess, Jarboe, Jason Kahn, John Kannenberg, Lionel Marchetti, Jon Mueller, Bhob Rainey, Hal Rammel, Willem de Ridder, Chris Rosenau, Jim Schoenecker, Kevin Shea, Adam Sonderberg, Asmus Tietchens, Matt Turner, Matthew Waldron, Dan Warburton, Thomas Wincek, Achim Wollscheid, Osso Exótico, entre outros... e a Crouton Music corre os taipais. Mantém-se activa até 2009, mas não haverá mais edições.

 
 

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O Revolutionary Ensemble, formado nos anos 70 por Leroy Jenkins (violino, flautas e kalimba), Sirone (contrabaixo) e Jerome Cooper (percussão, balaphone, chiramiya e piano) deixou em disco algumas das melhores marcas daqueles anos no que ao jazz de vanguarda diz respeito. Em 2004, quase trinta anos depois do silêncio que se auto-impuseram, os membros do trio vieram a reencontrar-se em And Now..., disco produzido pela Pi Recordings. Quatro anos depois, retomam-se as notícias revolucionárias, com a reedição pela enja de um concerto do Revolutionary Ensemble datado de 1977, na Áustria. O figurino devolve ao presente a estética AACM daquele tempo, expressa em longos exercícios espirituais à volta da exploração sonora em campo aberto, em sintonia com o Art Ensemble of Chicago daquele período e com o loft jazz que então fervilhava em Nova Iorque.

 
 
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Miso Ensemble / Miguel Azguime - "Itinerário do Sal"

Alemanha, Polónia e Hungria
6 de Dezembro de 2008 8:00 P.M.
TRAFÓ - Kortárs M?vészetek Háza, Budapeste, Hungria
2 de Dezembro de 2008 9:00 P.M.
Audio Art Festival, Gombrowicz Theatre, Gdansk, Polónia
30 de Novembro de 2008 9:00 P.M.
Audio Art Festival, Academy of Music, Cracóvia, Polónia
26 de Novembro de 2008 9:00 P.M.
Hamburger Klangwerktage 2008, Hamburgo, Alemanha
Apoio: Instituto Camões
21 de Novembro de 2008 15:45
Music Theatre NOW Radialsystem V, Berlim, Alemanha

Miguel Azguime foi premiado no concurso Music Theatre NOW Berlim na categoria Other Forms beyond Opera pela sua ópera 'Itinerário do Sal' que reflecte o seu conceito de nova ópera, que partilha com Paula Azguime e ao qual dão o nome de "New Op-Era".
"Itinerário do Sal" será exibido em Berlim no âmbito do International Meeting Music Theatre Now - Radialsystem V - New Space for the Arts em Berlim, de 20 a 23 de Novembro de 2008.

 
 

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daoun - xcala [red 008]

 
19.11.08
 

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Michael Trommer / Tree Line

«Tree Line comprises seven tracks which together span just under one hour, this may give some clues as to the nature of the music. The pieces are long, drawn out affairs, building from silence into shimmering walls of noise and back again. While the sounds themselves have a very electronic, modern feel, there can also be heard the artifacts left behind by analog recording. This delicate balance lends a very personal and sincere quality to the music. While this album works very well played quietly (as typified by 'ambient' music), it is worth noting that the tracks really come to life at higher volumes. Only then do you really get to appreciate the gutsy low frequencies and the myriad of micro-sounds to be found within the music». - [serein]

 
18.11.08
 

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Creative Sources Fest #2
Lisboa, 19 e 20 de Novembro de 2008
O Século - Centro Cultural

 
 

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«Músicas no Plural - 17 Nov: Bill Dixon, ícone do jazz contemporâneo no 12º Vision Festival de NY; Rough Americana, projecto de DJ Mutamassik e Morgan Craft que engloba múltiplas referências; Armand Angster / Sylvain Kassap / Jean-Marc Folz, Le Trio de Clarinettes, exímios instrumentistas cujo credo é a improvisação e o diáogo». Um programa de Rui Neves, Serviço de Música da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa. (Foto de Bill Dixon: Nick Rueschel)

 
17.11.08
 

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Keith Tippett no London Jazz Festival, a decorrer na capital britânica entre 14 e 23 de Novembro. A partir de hoje à noite (17), às 23h15 locais (a mesma hora de Lisboa) e em webcast durante toda a semana, o programa 'Jazz on 3' da BBC Radio 3 passa uma parte do concerto de Tippett. Dos três capítulos em que subdividiu a actuação do pianista fica para já de fora aquele em que tocou com a cantora Julie Tippett, peça guardada para futura oportunidade radiofónica. Isto, para integrar na mesma sequência outro momento do Festival: o saxofonista de origem israelita Gilad Atzmon a interpretar o histórico Bird With Strings, de Charlie Parker. Na primeira parte da emissão, Jez Nelson dá a ouvir o dueto de pianos com Stan Tracy e a suite Linuckia, em que se ouvirá Tippett com o Elysian String Quartet. Ao vivo na Purcell Room do Southbank Centre, Belvedere Road, Londres.
Os próximos programas sobre o London Jazz Festival serão dedicados a David Sanchez (24/11); Robert Mitchell, Trio VD (espécie de Tim Berne meets Queens of the Stone Age, como já lhe chamaram) e The Mighty Jeddo (01/12); e a Ben Allison & Man Size Safe (08/12). A 15/12, o 'Jazz on 3' aponta ao Huddersfield Contemporary Music Festival, para dar a ouvir um concerto do John Butcher Octet.

 
 

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Dizem eles: «A ZDB Muzique anuncia, com grande entusiasmo, Lightning Bolt e Stellar OM Source no Parque de Estacionamento Subterrâneo no Largo do Camões, ao Chiado, em Lisboa. Os bilhetes/reservas podem ser levantados na ZDB na quarta, quinta e sexta (entre as 19h00 e as 23h00) e sábado (depois das 14h00 até 23h00). Os bilhetes comprados antecipadamente nas lojas AnAnAna, Flur e Louie Louie continuam a ser válidos».

23 de Novembro, às 22h00 : Lightning Bolt (US) + Stellar OM Source (NL)

 
16.11.08
 

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Nada mau: a amoeba.com oferece Howlin Rain ao vivo (Hollywood, CA, 06.03.2008) em quatro temas retirados de Magnificent Fiend, o segundo disco do grupo liderado por Ethan Miller. Este Miller é justamente o mesmo dos Comets on Fire, de Oakland, Califórnia. Felizmente, Ethan Miller, cuja voz por vezes lembra a de Eric Clapton nos Cream (Wheels of Fire) e depois nos Derek And The Dominos, apanhou muito sol californiano na moleirinha. O que ele e os outros Howlers fazem muito bem é este rock'n'roll energético, a puxar ao melodrama, inspirado nos clássicos da West Coast e na tradição das jam bands de outrora, essa mistura de psicadelismo folk e rock de que os Grateful Dead e The Allman Brothers Band foram os emblemas maiores. Que agora se actualiza no som da New Weird America. E é raro ouvir-se um Hammond B-3 old school destes nos tempos que correm... . O disco, que ando a ouvir por estes dias, preserva a mesma energia do concerto. Aqui-d'El Rey!

 
 

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CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE OLIVIER MESSIAEN (1908-1992)
ORQUESTRA SINFÓNICA PORTUGUESA

Turangalîla-Symphonie
Centro Cultural de Belém. Lisboa, 16.11.2008, 17h00

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«Turangalîla-Symphonie, obra colossal também pela sua dimensão orquestral, foi composta entre 1946 e 1948 por encomenda de Serge Koussevitzky para a Orquestra Sinfónica de Boston. A estreia foi dirigida pelo ainda jovem maestro Leonard Bernstein, em Bóston, um ano após Messiaen ter concluído a composição. O título da obra nasceu apenas em 1948. Turangalîla resulta da aglutinação de duas palavras do sânscrito [turanga + lîla] correspondendo assim à descrição de Messiaen quando se referia à sua obra, “Uma canção de amor”. Em Turangalîla, Messiaen introduz as Ondes Martenot, instrumento electrónico que incluiu regularmente na sua criação musical».

 
 

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Georg Gräwe (piano fender rhodes), Jeff Albert (trombone), Greg Ward (saxofone alto) e Quin Kirchner (bateria); Blink: Greg Ward (saxofone alto), Dave Miller (guitarra eléctrica), Jeff Greene (contrabaixo e baixo eléctrico) e Quin Kirchner (bateria). Open Ears Music, edição de 11 de Novembro de 2008.

 
 

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Uma volta matinal pela margem do rio e a música do holandês Glenn Ryszko revela-se em todo o seu esplendor minimalista. Guitarra eléctrica preparada, software manipulado e uma pitada de field recordings, são os ingredientes que Ryszko utiliza para obter um preparado rico em texturas rugosas, cortadas, sobrepostas, esbatidas. 4.0 subtle distorted guitar drones. Quatro temas de desconcertante simplicidade, que investem forte na suavidade do electro-loop e no drone cosmonauta de lenta progressão. Na Resting Bell.

 
 

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http://www.taringa.net/tags/jazz

 
15.11.08
 

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naoto taguchi - untitled four fragments ordinaries sound materials [ondo music]

«noato taguchi is a compelling artist in tokyo whose work covers from electroacoustique to abstract visuals to sound + visual installation. he is also an active dj with own distinguished style. his music combines electronic sounds and real-life sounds into static and poetic soundscapes that breath like living-compositions. his unique and precisely detailed music style often evokes listeners moving pictures and stories».

 
13.11.08
 

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RIP Mitch Mitchell (1947 – 2008)
Are You Experienced
Sounds Talk-In 1971
 
 
DUE, formado por Susann Wehrli (flautas e melódica) e Karin Ernest (laptop e electrónica em tempo real). Wehrli interessa-se pela música da chamada New York School (Christian Wollf, John Cage e Morton Feldman), em particular no que concerne às concepções de tempo e espaço que aqueles compositores desenvolveram, ideias que, no mesmo plano, partilha e confronta com Karin Ernest, outra improvisadora suíça, ligada ao design sonoro, à criação electrónica em tempo real e à composição em computador. Ambas comungam do mesmo interesse pela música contemporânea, escrita e improvisada. A ideia central de Few and Far Between (Creative Sources Recordings # 138) é a de experimentar relações dinâmicas – e de transformação – entre sons acústicos e electrónicos, e abrir espaços à interacção, sem que para tanto haja um ponto de partida apriorístico, nem estrutura formal de suporte ou fórmulas estéticas pré-determinadas. Todas as decisões musicais são tomadas no próprio instante em que são pensadas, num fluxo irregular de acções e reacções em cadeia, como é próprio da composição instantânea. Nesta medida, Few and Far Between apresenta um conjunto de variações temáticas à volta do modo de organização do espaço, de como os pontos se ligam entre si em movimento. Deste modo resultam interessantes sugestões temporais, extensões, distensões, sequências de imagens, símbolos e atmosferas enquadrados num processo em que tanto vale o instante espontâneo, como a construção de formas estéticas específicas.

 
12.11.08
 

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Dennis González ... Ollin Jazz Festival, Mexico City

 
 
Home Row, novo disco de Bill Carrothers (n. 1964) na Pirouet Records. Carrothers, Gary Peacock (contrabaixo) e Bill Stewart (bateria) fazem todo o sentido juntos. A sessão data do já distante ano de 1992. Foi recuperada e editada pela Pirouet Records por sugestão de Marc Copland, pianista que tem gravado para editora alemã, provavelmente impressionado pelo lirismo sofisticado que caracteriza a abordagem de Carrothers ao trio de piano. Entre originais e clássicos revisitados e reconstruídos – a escolha é variada e vai dos modernos When Will the Blues Leave, de Ornette Coleman, e Off Minor, de Thelonious Monk, a standards como My Heart Belongs To Daddy, de Cole Porter, ou a Lost in The Stars, de Kurt Weill – Home Row reaviva, refresca a memória e fornece interessantes perspectivas em relação ao material antigo, ao mesmo tempo que dá indicações sobre os desafios e tendências que viriam a marcar o trabalho subsequente de Bill Carrothers, plasmado em discos tão sólidos como Shine Ball (Fresh Sound, 2005), I Love Paris (Pirouet, 2005), ou Keep Your Sunny Side Up (Pirouet, 2007), muito diferentes entre si, e que bem reflectem a invenção harmónica, a classe e a versatilidade do pianista. 16 anos passados sobre a gravação, é gratificante constatar que o tempo jogou a favor de Home Row. Distribuição em Portugal: Mbari.

 
 

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Amsterdam India Festival
Bimhuis - 20 a 22 de Novembro de 2008‏

 
11.11.08
 

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Příhody lišky Bystroušky / The Cunning Little Vixen
La Petite Renarde Rusée / A Raposinha Matreira (1924)
Leoš Janáček (1854 – 1928)
Opéra National de Paris

 
10.11.08
 

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Saúdo a nova saída de Daniel Maze na Magyar: Sustenance. Mais para o lado do noise experimental insectófilo que a anterior excursão de pendor paisagística publicada pela britânica Serein, Maze sai-se bem com este EP de recente esfoliação. Gente interessada nas estéticas de texturas ásperas e rugosas de alguma música electrónica actual descobrirá por certo uma ou duas coisas com interesse.

 
 

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¡¡¡Bienvenidos a ORO MOLIDO!!!
Hemos manejado en estos últimos meses tanto material informativo diferente, monográficos, discos y distintos artículos que, por una razón u otra, el resultado que ahora publicamos prácticamente nada tiene que ver con lo que habíamos avanzado a algunos impacientes lectores. Sirva como disculpa hacia ellos pero, por otra parte, nos alegramos porque significa que seguimos proponiendo importantes eventos musicales, destacados y actuales artículos y entrevistas, y textos interesantes que aguardan para siguientes números.
Los contenidos de este 24, último perteneciente al año 2008, son los siguientes:
La segunda parte del monográfico de Jean Michel van Schouwburg acerca de John Stevens y el Spontaneous Music Ensemble que tendrá, al menos, dos entregas más de la que consideramos, actualmente, mejor y más detallada bio-discografía del músico y apasionante grupo.
Este verano, en Lisboa, Rui Eduardo Paes nos invitó a que conociéramos el jazz en Portugal a través de su artículo reciente en la revista Jazz.pt. Su interés en que apareciera en ORO MOLIDO nos llevó a ampliar este apartado con reseñas de discos y otros encuentros musicales y discográficas portuguesas: Jazz em Agosto, Clean Feed, Creative Sources, propuestas y próximos festivales y conciertos en el país luso para las próximas fechas. Hay pues un gran apartado sobre músicos portugueses escrito por nuestros colaboradores Nuno Catarino y Eduardo Chagas.
El músico y escritor mexicano Manuel Rocha Iturbide nos remitió un texto acerca de la música electroacústica una vez que, él mismo, se ha encargado de recopilar piezas de artistas sonoros de su país en una amplia retrospectiva de tres CD's. El texto corresponde al libreto publicado este mismo año en el sello Radar.
Por razones de espacio se nos quedaron fuera algunos apartados habituales del fanzine; entre ellas, el recuerdo al fallecimiento de Mauricio Kagel, músico bonaerense radicado desde hacía muchos años en Colonia (Alemania). Por otra parte, recomendamos las próximas actuaciones del trío AIXÒNOÉSPÀNIC en su ciclo Impro-Nits, en Barcelona; el avance de la programación del festival Hurta Cordel en Madrid para el próximo enero, el extraordinario cartel ya en marcha del 27º festival del San Juan Evangelista, y el cercano 2º Festival Creative Sources. Nos darán algunas claves para el próximo número.
Mi agradecimiento a los colaboradores, amigos y simpatizantes de ORO MOLIDO. Saborea la diferencia...
Chema Chacón. 3 de noviembre de 2008.

 
 

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Santiago Latorre, músico e engenheiro de som oriundo de Barcelona, Espanha, leva já umas dezenas de anos de investigação nos meandros na música electroacústica. Nome sobejamente conhecido de quem acompanha os festivais SONAR e LEM, de experimentação musical, que se realizam em Barcelona, Santiago Latorre tem tido no saxofone e na parafernália electrónica a base do seu trabalho, seja com actividade intensa nas áreas da dança, teatro e videoarte, ou com o projectos como o Sonification of the Human Genome, um laboratório de experimentação onde foram caldeados outros projectos, como este que deu à estampa na editora norte-americana Accretions, em Novembro de 2008. Ao escutar 'Órbita', gravado no estúdio Grabaciones Silvestres, Barcelona, em 2006, não pode o ouvinte deixar de se sentir tocado por esta música elegante e melancólica, de suave e austera sofisticação. A sensação que se tem é de se ter embarcado em viagem já realizada, mas que se vem a revelar diferente a cada passo, recheada de motivos de interesse, não apenas paisagístico. 'Óbita' é como um ser vivo que, sendo sempre o mesmo na sua estrutura essencial, evolui, modifica-se a cada dia que passa, movendo-se em círculos que ocasionalmente implicam o regresso a um tempo e um lugar que se reconhecem de visitas anteriores. O mesmo tipo de estrutura cíclica, orbital, está presente em todos os nove temas do disco, que partem de melodias e texturas sonoras subtis, desenhadas e montadas numa base de instrumentos electrónicos. A música, de inspiração distante no jazz e na improvisação livre, abre espaços amplos para as intervenções suaves do piano acústico, acordeão, voz e saxofone, processados ou não, sons que se arrumam e desarrumam por si à medida que ganham vida própria.

(Dias antes deste texto, Jesús Moreno entrevistou Santiago Latorre em Huesca, terra onde Latorre nasceu e de onde partiu aos 11 anos para Zaragoza, antes de passar a Barcelona, onde vive desde então).

 
8.11.08
 

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The Rick Jensen Quartet - The Mosaicist [ca182]

 
jazz, música improvisada, electrónica, new music e tudo à volta

e-mail

eduardovchagas@hotmail.com

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