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30.6.06
 

Paul Murphy - Glenn Spearman - William Parker
Trio Hurricane - "Suite of Winds"


 
 

« ... para artistas, pesquisadores, apreciadores, produtores, fuçadores ... o fórum de música e arte experimental é aberto a qualquer um e se reúne às segundas-feiras, de 15 em 15 dias, sempre às 19 horas, na Sala de Cultura do SESC, na Av. Duque de Caxias, 1701, Centro, em Fortaleza», Brasil.


 
 

12-hours of non-stop free jazz show on
Taran's Free Jazz Hour
Saturday, July 15, 2006

programme & live streaming:
http://tfjh.blogspot.com/


 
 


Experiência de Vida.

 
 

Vai de hoje para amanhã!

Sexta-feira: 30 de Junho, PESTE & SIDA

Sábado, 1 de Julho - o MUSA apresenta o primeiro baterista de BOB MARLEY, um dos membros fundadores dos SKATALITES
o director musical da famosa ALPHA BOYS SCHOOL
um aclamado percussionista internacional e uma das primeiras estrelas jamaicanas
um novo talento jamaicano:
JAMAICA ALL STARS

 
 

Havia "Destination…Out!" (Blue Note, 1963), opus magnum de Jackie McLean, com Grachan Moncur III, Bobby Hutcherson, Larry Ridley e Roy Haynes. Recentemente, passou a haver "Destination: Out" – o blog. «An mp-free jazz blog focusing on rare or out-of-print music. Songs will be available for about two weeks, and are for evaluation purposes only». Bom trabalho, a seguir.



 
 

«A última passagem de Carla Bley por Portugal com esta Orquestra foi em 2005, no Centro Cultural de Belém. Este é um regresso muito esperado de uma das melhores compositoras norte-americanas. Carla Bley vai apresentar-se no TMG, em exclusivo, no próximo dia 8 de Julho, acompanhada pela sua “Grande Orquestra”, composta por músicos todos eles com créditos firmados no Jazz contemporâneo: Andy Sheppard (saxofone soprano e tenor), Wolfgang Puschnig (saxofone e flauta), Roger Janotta (saxofone soprano e alto), Christophe Panzani (saxofone), Julian Arquelles (saxofone), Lew Soloff (trompete), Earl Gardner (trompete), Florian Esch (trompete), Giampaolo Casati (trompete), Gary Valente (trombone), Gigi Grata (trombone), Giuseppe Clamosca (trombone), Richard Henry (trombone baixo), Steve Swallow (baixo), Karen Mantler (orgão), Bill Drummond (bateria).
Carla Bley, pianista, compositora e bandleader, é uma das figuras cimeiras do jazz contemporâneo e uma das poucas mulheres que se distinguiram neste meio enquanto compositoras e instrumentistas. Nasceu em Oakland, na Califórnia [EUA], em 1938. Os seus pais eram ambos músicos e foi portanto de um modo quase natural que a jovem Carla começou a tocar órgão na igreja local quando tinha apenas 4 anos… depois, nunca mais parou.
Dizem os críticos que dentro de Carla Bley parecem coexistir diferentes personalidades independentes. As características mais presentes na música desta norte-americana são os títulos irónicos, o gosto pelas sonoridades excêntricas, as citações feitas com fins satíricos, a repetição de padrões rítmicos, e o uso abertamente kitsch de clichés da música mais comercial. Looking for America (2003) é o último trabalho de Carla com a sua Big Band. Em exclusivo no TMG, a pianista norte-americana e um dos nomes maiores do jazz actual irá apresentar temas deste disco e também novas composições».
Sábado, 08/07/2006 / Teatro Municipal da Guarda / 22h00

 
29.6.06
 
Acabo de dar duas passagens seguidas no novíssimo disco do grupo do tubista, compositor e arquitecto norte-americano Mark Weaver, Brassum. Fiquei muito bem impressionado com este “Live” de um quarteto de três metais e bateria, formado por Dan Clucas (corneta), Michael Vlatkovich (trombone), Mark Weaver (tuba) e Harris Eisenstadt (bateria), que se segue ao primeiro "Warning Lights", na Plutonium Records. Ficou o aviso. O disco recolhe apresentações ao vivo em Tucson, Albuquerque e Santa Fé,de uma digressão realizada pelos estados do Arizona e do Novo México. É neste último estado da União que Mark Weaver reside, no meio do deserto, onde tem tempo e paciência para compor e arranjar os temas, “projectar” as suas melodias fora do vulgar (como em Threadgill, com quem tem merecido comparações), marcar os ritmos angulosos e irregulares, que o resto grupo, distinta rapaziada da West Coast, acrescenta e interpreta de forma ágil, como desembaraçado é o som de tuba de Mark Weaver. A edição é da pfMENTUM, do trompetista Jeff Kaiser, cuja orquestra, Ockodektet, Weaver integra. Brass band tem habitualmente uma ressonânica passadista, mas esta, respeitando o passado e a literatura disponível, está mais virada para a frente e interessada em explorar composições originais, que em mimetizar soluções vistas e revistas. O jazz dito "português" muito teria a aprender com exemplos destes.

 
 


Neste disco de 2005, que só agora descobri, há duas vias principais da West Cost que convergem para o centro do terreiro. Emily Hay (voz, flauta, piccolo, piano e electrónica) e Marcos Fernandes (percussão, field recordings e electrónica) assumem os principais papéis, coadjuvados, em alguns dos 12 temas de "We Are.", por Lisle Ellis (contrabaixo e electrónica), Ellen Weller (saxofone alto e flauta) e Al Scholl (guitarra eléctrica). Emily Hay e Marcos Fernandes esculpem sons a quatro mãos, de que resultam obras abertas à contaminação por sons humanos e mecanizados, com vestígios dos mundos vegetal, mineral e digital, que os músicos tocaram, o gravador captou e o estúdio processou. A voz de Emily Hay, artista de Los Angeles, é sensacional na produção de onomatopeias, versátil na cor, textura e registo, tão eficaz no canto como na flauta, de longe os aspectos mais em evidência no disco. Marcos Fernandes, membro do Trummerflora Collective, percussionista improvisador de San Diego (nascido em Yokohama, Japão), urde trama e teia, propulsionando os largos vôos de Miss Hay. O resto do ensemble acrescenta sobretudo cor a uma música espaçosa e bem-humorada, que entretém o ouvinte algures entre a estrutura da composição contemporânea e a espontaneidade da livre-improvisação para-psicadélica. Belo som em muitos e bons momentos de comunhão musical. Edição da Public Eysore, 2005.

 
28.6.06
 


Trinité e Chagas em before-concert (VGO) cavaqueira
(foto: Abdul Moimême, 24.06.2006)

 
 

Parafraseando um senhor norte-americano que há tempos assistia a um concerto do Alípio C Neto Diggin’, sobre “The Foolkiller”, disco do colectivo Tri Cornered Tent Show, diria: «In a word, wow!».
O disco – o quinto de uma série iniciada com “Maze Above the Abyss” – é o resultado de um projecto ambicioso que se auto-define como música e poesia pós-apocalíptica «portraying rage, revenge, and redemption, transcending the acts of murder madness and mayhem commonly defined as war religion and politics». O mesmo é dizer poesia fortemente empenhada e militante, dita sobre fundo musical experimentalista, produzidas ambas numa lógica alquímica de investigação laboratorial que procura desenvolver e concretizar as ideias e concepções de um pequeno grupo de músicos liderados por Philip Everett, Ray Schaeffer, Andre Custodio, Rent Romus e Dina Emerson, inspirados nos aspectos sinistros, lúgubres e arrepiantes presentes no imaginário de H. P. Lovecraft (1890-1937), e no conto "The Music of Erich Zann" (1921), em particular.
Literalmente encerrados em estúdio, in vitro procuraram trabalhar diferentes conceitos e abordagens da improvisação e da escultura sonora, e operar uma síntese dos componentes operático, recitativo e instrumental, projecto ao qual deram posterior acabamento com o concurso de uma equipa mais alargada de músicos da Bay Area de S. Francisco. Convidados para esta grande festa bizarra foram C. J. Reaven Borosque, Matt Davignon, Sandor Finta, Lance Grabmiller, Ernesto Diaz-Infante, Marina Lazarra, Bob Marsh, Jessie Quatro e Alwyn Quebido, nomes que se contam entre a fina-flor da cena improvisada da Costa Oeste dos EUA.
Com Nova Iorque e Chicago a produzirem cada vez mais do mesmo (ressalvada uma ou outra excepção) e a repetir fórmulas muito batidas, é gratificante ouvir as propostas que nos chegam da Bay Area de S. Francisco, onde continuam a brotar alguns dos mais inovadores e entusiasmantes projectos da chamada creative improvised music. Nesse sentido, “The Foolkiller”, trip de improv-opera de base electroacústica, é um caso particularmente feliz e bem conseguido nos seus propósitos e objectivos. The ultimate nightmare…
Tri Cornered Tent Show - The Foolkiller (Edgetone Records, 2006)

 
27.6.06
 


Baileyanos de todo o Mundo, uni-vos!
Os mais die-hard empedernidos e os outros! Finalmente, eis chegada a hora por que tanto ansiávamos e não havia meio! Descontando uma breve aparição, foi preciso esperar mais de duas décadas de longa noite para podermos reencontrar o disco que Derek Bailey gravou no Japão em 1978, denominado "New Sights, Old Sounds". Tido como o mais obscuro dos discos de Bailey (que, como se sabe, gravou apenas uma escassa meia-dúzia de fonogramas...) "New Sights..." é tido como o mais obscuro dos seus registos, pois foi gravado e editado no Japão pela Morgue Records, de Aida (o homem cujo nome titula outro trabalho de Derek Bailey, assaz empolgante, por sinal) e, ferido de esgotamento, eclipsou-se imediatamente para todo o sempre, maleita a que só escapariam uns 500 gajos de olhos em bico. Para todo o sempre, não; seria um tremendo exagero e imperdoável imprecisão terminológica. Vejamos com mais acuidade: rezam as crónicas que o guitarrista britânico andou mais de 10 anos da sua vida de 75 a negociar a obtenção das bobines originais com o pessoal do Sol Nascente, gente danada para o negócio do disco, como se sabe, o que só viria a conseguir a muito custo. (Convém anotar à margem que, só depois de 25 de Dezembro último, dia de Natal, portanto, Derek Bailey passou, para alguns, a ser um graaaande guitarrista, um mestre e tudo o mais que se diz dos mortos - e de alguns vivos - mesmos sem os ouvir, claro está). Onde é que eu ia.... Duplo Bailey, ora em estúdio, ora em concertos em várias cidades japonesas, com e sem passagem de electricidade. A INCUS, casa por ele fundada (e por Tony Oxley, Michael Walters e Evan Parker), detém os direitos integrais sobre a obra, e não se fez rogada: tomai-a lá outra vez, que é democrático e deve chegar a todos os interessados, o que me parece um salutar princípio. Pois, não o compreis a correr, não, que ainda passais mais duas décadas a salivar por tão fugidia pérola. Enquanto não chega cá a casa a segunda edição (a anterior foi de 2002, se me não falha a memória), tenho aqui à mão “The Moat Recordings”, outra beleza de disco duplo que a amiga Tzadik em boa hora mandou para a rua e que o Pedro Lourenço da Flur me pôs à frente numa tarde em que a chuva, inclemente, se abatia sobre Lisboa. Abençoada chuvinha que caía do céu. Fez-me abrigar na Flur e encontrar o Joseph Holbrooke Trio, nominativo que, por outras palavras, quer dizer Derek Bailey, Gavin Bryers e Tony Oxley. Só não choro a ouvir isto porque de habitual me não dá para a pieguice nem para o floreado sentimentalão. Mas até apetece. Fascinante, dizem eles. Eu nem sei que diga. Derek Bailey - "New Sights, Old Sounds"

 
 

"Dave Douglas: Music, Commerce and Culture Wars"


 
 

De uma assentada, a suiça For4Ears dá três tiros no porta-aviões:

Masahiko Okura / Günter Müller / Ami Yoshida – "Tanker"
Masahiko Okura: saxofone alto e tubos; Günter Müller: ipod e electrónica; Ami Yoshida, voz. Duas metades, uma gravada ao vivo, em Tóquio, 2004; a outra foi inicialmente trabalhada em estúdio por Okura e Yoshida, depois enviada electronicamente para o computador de Herr Müller, que deu cabo do resto e juntou três inéditos seus, autêntico maná para quem inclui estas linguagens na sua regular dieta auditiva.

Möslang / Müller – "Wild Suzuki"
Norbert Möslang, em cracked everyday electronics, associa-se a Günter Müller, que trabalha sobre ipod e electrónica diversa. Juntos realizaram em 2004 uma digressão por terras japonesas para apresentar a sua última realização na Grob. "Wild Suzuki" é, por assim dizer, o segundo disco de estúdio do duo-maravilha, que recolhe impressões e notas de viagem. Mistura de Günter Müller, capa de Norbert Möslang.

Norbert Möslang – "Burst Log"
O ex-Voice Crack é duro e não desiste. Mestre do processamento, embrulhou seis temas novos a partir de material antigo, reciclado em estúdio. Baralhar, partir e dar de novo como sempre deve ser feito: com engenho e arte. Há pouco quem, quando se trata de trabalhar intensivamente cracked everyday electronics processed.

 
 

«"PE ep" foi composto por Pedro Tudela e Miguel Carvalhais en Porto, Portugal, entre o 2002 e o 2006. Esta publicación non sería posible sen: E. Buchinho, V. Joaquim, P. Niblock, R. E. Paes, C. Santos, U. Schitter, X. Valle, C. Zíngaro, grazas! - Xoves 15 de xuño do 2006» [ALG021]. O duo portuense @c publicou trabalhos na Crónica (pt), Index (at), Fuga Discos (ar), Grain of Sound (pt), Lanolin (at), Ristretto (pt), Silence Is Not Empty (ir), Sirr (pt) e Variz (pt).
Os materiais escolhidos pela dupla de artistas sonoros enquadram-se em sequências de sons que vão sendo coligidos durante as três fases desta curiosa jornada. Combina-se o orgânico e o digital em atmosferas de partículas com recorte tridimensional. Uma história que pode começar em "41", prosseguir em "50", e terminar em "55", ou seguindo outra ordem, contada em circuitos, clicks, glitch, fragmentos, texturas, electro-pássaros e outros espécimes de um vasto space-zoo microtonal que habitam o espaço sem fim.


 
 

Na editora de Steven Joerg, AUM Fidelity, novo disco do saxofonista tenor Edward "Kidd" Jordan, PALM OF SOUL. Com Hamid Drake e William Parker. Fora dos ambientes tórridos que caracterizaram o som do homem de New Orleans ao longo das últimas décadas, sobretudo na companhia dos inestimáveis pianista Joel Futterman e baterista Alvin Fielder, Mr. Jordan orientou a música noutro sentido, com outro sentido. Don Cherry aprovaria. Candidato a integrar a lista dos melhores de 2006.

 
26.6.06
 

Steve Lacy, "Scratching The Seventies". Material de primeira: "Roba", "Lapis", "Scraps", "Dreams" e "The Owl", cinco álbuns de 1969 a 1977, os primeiros frutos do expatriamento de Lacy em França. Triplo CD em reedição, mais uma, da Saravah.

 
 

Esta vale pela dimensão física e artística do empreendimento: na Leo Records, em co-edição com a russa Long Arms Records, saiu uma caixa de 11 CD's e 1 DVD de Vladimir Tarasov, lendário percussionista do não menos lendário Ganelin Trio (Vyacheslav Ganelin, Vladimir Chekasin e Vladimir Tarasov), do extraordinário "Catalogue: Live in East Germany".

 
25.6.06
 

Melodiradion 8 - Charles Lloyd Quartet at Jazz Workshop, 1972

 
 

A versão da Variable Geometry Orchestra que actuou sábado, 24 de Junho de 2006, no Teatro Nacional D. Maria II, no âmbito do ciclo "Músicas no Átrio do TNDM II, à Meia-Noite", deu bem a medida da reacção química que se produziu durante os perto de 45 minutos que demorou a exposição de música composta, harmonizada e executada em directo, sob a direcção de Ernesto Rodrigues.
Ernesto parametrizou a música através de breves indicações dadas aos executantes sobre tempo, dinâmicas e intensidade requeridas em cada um dos andamentos, desde o início marcado pelo sincopado da baixas frequências da electrónica de Adriana Sá, até à grande massa sonora que explode, estilhaçando em todas as direcções. Free jazz e improvisação orquestral ao serviço da reinvenção do conceito de big band. Catarse colectiva apontada em direcção ao espaço, com os mais diversos apontamentos pelo meio, linhas cruzadas e sucessivas de duos, trios, quartetos, a que se foram adicionando outros instrumentos, num trabalho colectivo de grande envergadura.
Nessa medida, é absolutamente fascinante sentir o chão a tremer debaixo dos pés, como se a música irrompesse do centro da Terra e explodisse magnífica diante dos músicos e do público, que enchia por completo a sala. Espaço que chegou a ser exíguo para conter os infindável labirinto de corredores harmónicos, a luxuriante selva de texturas que naturalmente se agrupam em estruturas que são elas próprias momentos de improvisação colectiva de elevado calibre, que abriram espaço para breves intervenções solísticas de Jorge Lampreia (flauta e saxofone soprano), Alípio Carvalho Neto (saxofone tenor) e Sei Miguel (trompete de bolso), a partir das quais o grupo, ouvindo e reagindo às indicações, extrapolou para os mais diversos clusters de associações tímbricas, até tudo se diluir na grande voz – energia assustadora, beleza primitivista e sofisticada na sua complexa simplicidade. Música que transcende os seus próprios limites, montada numa arquitectura sonora que se eleva às alturas, para depois implodir e retomar ao ponto em que se lança a primeira pedra. Vida, liberdade e celebração.

«Um concerto da VGO é um acontecimento cada vez mais intenso, marcante e exultante! Desta vez, foi a segunda coisa mais importante que me sucedeu desde o último concerto da VGO que vi, na Trem Azul (e que tinha sido o primeiro). Já agora, digo que a coisa mais importante que me sucedeu desde então foi o adiamento sucessivo da partida do meu navio, e poder ter estado ontem a ouver um dos maiores acontecimentos em música que alguém poderá presenciar!!!
A todo o pessoal OBRIGADO, pela música, bem-estar e satisfação proporcionada!!! E que estas fotos, singela colaboração e agradecimento meus, vos revejam nesse acontecimento enorme! Já posso ir descansado e contentíssimo para a Polónia – e já nem os buracos do navio e os riscos esforçados me atormentarão! Um abraço a todos e VGO Sempre!!!» – Rui Portugal

ernesto rodrigues, violin, viola, direction; guilherme rodrigues, cello; hernâni faustino, double bass; sei miguel, pocket trumpet; eduardo chagas, trombone; miguel bernardo, clarinet; alípio carvalho neto, tenor saxophone; nuno torres, alto saxophone; jorge lampreia, soprano saxophone, flute; rui horta santos, electric guitar; armando pereira, accordeon; adriana sá, electronics; rafael toral, electronics; jorge trindade, tapes; césar burago, percussion; monsieur trinité, percussion; josé oliveira, drums
.

Próximo concerto da VGO: 15 de Julho - Bomba Suicida, Bairro Alto, Lisboa.
 
24.6.06
 

VARIABLE GEOMETRY ORCHESTRA

ernesto_rodrigues_violin_viola_direction
guilherme_rodrigues_cello
hernâni_faustino_double bass
sei_miguel_pocket trumpet
eduardo_chagas_trombone
miguel_bernardo_clarinet
alípio_carvalho_neto_tenor saxophone
nuno_torres_alto saxophone
jorge_lampreia_soprano saxophone_flute
rui_horta_santos_electric guitar
armando_pereira_accordeon
adriana_sá_brazilian harp_electronics
rafael_toral_electronics
jorge_trindade_tapes
césar_burago_percussion
monsieur_trinité_percussion
josé_oliveira_drums

24 de Junho_Teatro Nacional D. Maria II, Lisboa

 
23.6.06
 

"Go Home". Uma das raridades obscuras do Art Ensemble of Chicago, sessão parisiense de Março de 1970, de novo acessível ao público em geral. Edição da Galloway Records. A figura central é o grande Malachi Favors.

 
22.6.06
 

O festival Sonic Scope nasceu em Setembro de 2001 a partir de uma iniciativa particular de Nuno Moita e João Vicente, fundadores posteriormente da plataforma editorial Grain of Sound. O festival tem vindo a apresentar anualmente um conjunto de músicos e artistas sonoros intimamente ligados às músicas experimentais e improvisadas de matriz electrónica e electroacústica.
A primeira edição realizou-se no Palácio Marim Olhão com o apoio do Pelouro da Juventude da Câmara Municipal de Lisboa e da Fonoteca Municipal de Lisboa. As quatro edições seguintes conheceram outros palcos, sempre em Lisboa: Galeria ZDB (2002), Gare Marítima de Alcântara (2003, incluída no número festival) e Fonoteca Municipal de Lisboa (2004 e 2005); edições estas já desenvolvidas pela editora Grain of Sound, entidade que se mantém como programadora oficial do evento.

O Sonic Scope conhecerá este ano a sua sexta edição e terá a seguinte programação:

22 de Junho:
- ANTECÂMARA SCOPE / SEI MIGUEL
- Manuel Mota + Margarida Garcia + Plan + Tinfoil
- Ernesto Rodrigues, Guilherme Rodrigues, Miguel Bernardo, Nuno Torres, José Oliveira
23 de Junho:
- Adriana Sá
- Paulo Raposo + Rui Costa
- CAVEIRA
24 de Junho:
- UR
- N:O (Naja Orchestra) + Ulrich Mitzlaff
- Sound Asleep

Fonoteca Municipal de Lisboa. 21h30. Entrada livre.
Praça Duque de Saldanha, Edifício Monumental, Lj. 17, Lisboa.


 
 

Sábado, 24 - Teatro Municipal da Guarda: «(...) Quem é, então, Tonino Carotone? Uma improbabilidade histórica, um punk que se transforma em crooner latino. Um homem livre. Um dos últimos românticos. Um Ragazzo di Strada [título de uma canção do seu segundo disco, Senza Ritorno, de 2003]. Afinal, como ele próprio disse, acreditamos que somos pessoas mas, na realidade, somos personagens». - Pedro Dias de Almeida
 
 

Directamente da cena electrónica experimental da Lituânia para a editora portuguesa Crónica Electrónica, Gintas K. (K. de Krapatvicius) expõe os ambientes rarefeitos e o minimalismo da sua maquinaria. Gintas trabalha sobretudo com micro-sons em baixa frequência. Experimenta combinações dinâmicas e cromáticas e interessa-se pelo impacto das frequências sonoras no ouvinte, através dum acervo sonoro que desafia as concepções mais comuns e arreigadas no meio da arte sonora electrónica.
No duplo CD recém-editado pela Crónica, Gintas K. reuniu duas peças, a primeira (“Lengvai”) sob a forma de um conjunto de painéis oscilantes, com alguns vestígios rítmicos referenciáveis à parentela do techno minimal, assim dito por comodidade de expressão, resíduos glitch, vibrações e ruídos perfurantes que animam uma paisagem em que os acidentes são a excepção, dada a quase linearidade do fluxo em que a mesma se processa.
Mais plano ainda é o conteúdo do disco 2, sugestivamente intitulado “60 x one minute audio colors of 2 kHz sound”, em que a coloratura sonora desenvolvida na citada frequência altera a configuração do ciclo em cada ciclo de 60 segundos, a duração de cada “fotograma” de uma instalação sonora planante e sem ritmo evidente (um ouvido muito atento captará intervalos microscópicos entre sons), que se transmuda como se de um enorme e infindável loop se tratasse. Experiências bálticas (uma e outra) fortemente apelativas compõem um disco de que a Crónica de pode orgulhar de ter publicado. Grafismo de Pedro Tudela.

 
21.6.06
  Bem-vindos à Autoeuropa!

Segundo a confessa intenção do pianista germânico Alexander von Schlippenbach aquando do lançamento de "Monk´s Casino" (triplo CD editado em 2005 pela editora suíça Intakt Records, um dos melhores do ano transacto), o desafio que a si próprio e aos outros quatro músicos (Axel Dörner, Rudi Mahall, Jan Roder e Uli Jennessen) colocou, foi o de vestir a obra integral de Thelonious Monk com novos arranjos e tocá-la ao vivo de uma assentada. Ou em quatro noites, para ser mais rigoroso.
Nessa medida, descontando a quantidade inferior de temas apresentados no concerto do Teatro Variedades, a 21 de Junho, que, felizmente, não chegou a esgotar os 70 originais (mas para lá caminhava a passos largos…), o Schlippenbach Quintet funcionou em pleno no Parque Mayer, em Lisboa. Ou seja, tudo resultou bem ao nível da organização e do controlo sobre a execução das peças, com o grupo, à semelhança do que aconteceu nos discos, a evitar cair na recriação museológica, através duma abordagem vivificante dos originais do compositor. Nessa medida, conseguiu captar e transmitir essa forma especial de bop com assinatura Monk, cujos traços se podem imediatamente encontrar nos ritmos angulosos, nas melodias excêntricas e na dissonância harmónica – uma quase constante da obra monkiana.
No Teatro Variedades, Axel Dörner e Rudi Mahall foram a cara e coroa da mesma medalha nos solos e uníssonos. Dörner em execução suave e maviosa, com belos efeitos de surdina e de respiração contínua importados da sua actividade ligada à livre-improvisação (nele incomparavelmente mais interessante do que o estilo bop, ainda que ao serviço da releitura de Monk), contrastando com o lado mais anguloso, sanguíneo e agressivo de Mahall no clarinete baixo, instrumento de que é hoje um dos expoentes europeus. Jan Roder e Uli Jennessen, em contrabaixo e bateria, respectivamente, foram o sustentáculo rítmico à altura de uma música exigente a esse nível e disso deram boa conta. Lamentavelmente, o som Alexander von Schlippenbach perdeu-se bastante na mistura, tendo sofrido de problemas técnicos relacionados com a inexistente ou muito deficiente amplificação do seu piano, problema a que apenas terão escapado os espectadores que lhe estavam fisicamente mais próximos. Assim se perdeu uma parte da riqueza extravagante de que se faz o pianismo de Monk, e outra parte, que seria a interpretação de von Schlippenbach.
Mas não ficaram por aqui os aspectos menos positivos. Outros prenderam-se com a forma como o quinteto resolveu apresentar a sua música e que acabou por desvalorizar o que poderia ter sido um evento realmente arrebatador: durante perto de hora e meia (!) desenrolou-se uma espécie de rapsódia de temas, debitados em alto regime e em passo acelerado, com o grupo a despachar serviço atrás de serviço, de um modo tão emocionante como emocionante pode ser o espectáculo duma linha de montagem de automóveis alemã (passe a publicidade, a já citada Autoeuropa, por exemplo, para não ir mais longe), da qual, à semelhança do concerto do quinteto de Schlippenbach, com elevados índices de produtividade, saem artefactos de muito boa execução técnica, mas todos, se não exactamente iguais, perfeitamente compactados, homogéneos e parecidos no desenho e na estrutura (arranjos). E que foi feito das subtilezas rítmicas da música de Thelonious, das nuances do seu tempo fragmentado e da sua respiração especial?
Em suma, o quinteto pareceu preocupar-se acima de tudo em responder a uma questão: quanto Monk pode caber numa hora? E em hora e meia?
Há concertos que sabem a pouco; outros, a demasiado. No meio-termo poderia ter estado a virtude.

 
 

Kerbaj /Sehnaoui / Rodrigues / Rodrigues / Santos

 
 

Oro Molido #17

 
20.6.06
 

Entre a edição de "Kingdom Come", com William Parker e Sunny Murray (Knitting Factory, 1994), e de "Testaments", com Wilber Morris e Michael Wimberley (Knitting Factory, 1995), em 23 de Março de 1994 Charles Gayle foi a Londres gravar "Live at Disobey" (edição de 500 exemplares pela Blast First/Mute), com Hilliard Green (contrabaixo) e Michael Wimberley (bateria). "Disobey" é do melhor Gayle do período vintage do lendário saxofonista, quando se dedicava por inteiro ao tenor e apenas em part-time ao clarinete baixo. Ainda sem as recentes investidas no sax alto, que lhe aprecio em menor grau, e no piano, que me diz menos ainda, coincidentes com o ocaso do artista (pode ser que entretanto dê a volta, Gayle é um sobrevivente com muitas vidas e fases), "Live at Disobey" não atinge a perfeição global de acabamentos de "Touchin' on Trane", com William Parker e Rashied Ali, que faz deste o disco mais consensual de Gayle, nem a altura colossal de "Testaments" ou dos discos iniciais, todos os Silkhearts e Knitts incluídos, claro está. De qualquer modo, "Disobey" é um grande disco de Charles Gayle, romântico, agressivo, energético e intenso como quase sempre, e um importante documento do free jazz moderno, pós-Coltrane e Ayler.
Os tempos não estão de feição para estas aventuras, agora que David S. Ware amoleceu de vez e Ivo Perelman continua a hesitar entre as telas e o tenor (o que não o impediu de sacar um tremendo "Suite for Helen F.", na Boxholder, em 2003). Pode ser que entretanto apareça por aí alguém capaz carregar o facho. Enquanto o pau vai e vem, folguemos com Charles Gayle.

 
 


Prossegue o programa de edições em cd-r, limitadas a 200 exemplares por título, da UTECH RECORDS, com:

DEALBREAKER
James Ilgenfritz (double bass), Aaron Ali Shaikh (alto, soprano and sopranino saxophones), Mike Pride (percussion). A stunning original and two unique takes on the standards “There Will Never be Another You” and “Stella by Starlight.”
FRODE GJERSTAD/KJETIL BRANDSDAL, “Antiphonic”
Frode Gjerstad (bass sax, clarinets), Kjetil Brandsdal (bass). Chances are you’re familiar with these two heavyweights. But who’d have ever predicted they’d unite for a duo session. Well, certainly the first to know of the pairing were Mr. Gjerstad’s neighbors. Loud, fuzzed out bass lines crash head on with gale force reed exaltations. A unique recording not to be missed.
SPARK TRIO, “Short Stories in Sound”
What’s left to say about these guys. Moshe and Lavelle are phenomenal in their own right. Sit ‘em down together and you know you’re in for something killer. I could probably release a disc a week from the two with the regularity that they play out. Fortunately, they always send their best stuff. This is no exception. Joined by drummer Todd Capp the trio smokes suckers left and right. Exploring new territory and shorter pieces this is definitely a new and welcomed direction for these cats.
KGB, “Swiss Pharmaceuticals”
Kim Cascone (computer), Guido Hennebohl (gerate), Brendan Dougherty (drums). Brilliant collaboration of acoustics and electronics. Audio shifts, swirls and rhythmic passages move in and out of the sound field. A remarkable recording.

 
 


Belas novidades na FMR. É o caso de "Burundi Monday", da Trevor Watts Drum Orchestra: Peter Knight (violino), Mmadi Kamara e Nana Tsiboe (percussão), Ernest Mothle (contrabaixo), Liam Genockey (percussão) e Trevor Watts (saxofones).
Continua em prática a política de descontos de quantidade.

 
 


Bert Wilson & REBIRTH: "Live at the Zoo". Gravado ao vivo no Washington Park Zoo em Portland, o disco vem epigrafado com a menção “Modern Music in the Jazz Tradition”. Ouvido, bem se percebe o que é que Bert Wilson quer dizer com aquilo. Rebirth é um quinteto “clássico” de saxofone, flauta e secção rítmica; o grupo enuncia os temas, swinga, improvisa e evolui dentro tradição bop, um pouco mais para lá, dentro do estilo que se convencionou designar por pós-bop; mas "Live at the Zoo" é um disco moderno, sobretudo ao nível dos solos, em particular das intervenções do líder, um exímio executante que toca livremente por dentro dos temas, conhecedor profundo que é das técnicas clássicas do saxofone (domina o alto, o tenor e o soprano na perfeição, além do clarinete) e das mais modernas e avançadas para a época (a gravação é de 1988). No saxofone alto, instrumento mais utilizado em "Live at the Zoo", Bert Wilson inspira-se em Sonny Simmons (tocou saxofone tenor em “Music from the Spheres”, de Simmons, o ESP de 1966), Eric Dolphy e Ornette Coleman. O grupo, muito rodado, revela uma tremenda musicalidade em perfeita sintonia com o líder. Bert Wilson (saxofones alto e tenor), Nancy Curtis (flauta), Allen Youngblood (piano), Chuck Metcalf (contrabaixo), Bob Meyer (bateria). Edição da 9 Winds (1988), editora de Vinny Golia.

 
19.6.06
 

Novidade na CONV é a edição (cnv31) do duo ASTRA, uma colaboração entre o grego Ilios e o norte-americano Jason Kahn, sob o título "Steloj" (Estrelas).
«Collaboration between Ilios and Jason Kahn dates back to the 2002 Elektrograph festival, where they first performed together. Since then they've toured Switzerland in 2004 for the Domizil vs. Antifrost CD project and performed at the 2005 Ertz Festival in Spain."Astra" translates to "stars" in Greek; as does "Steloj," the title of their first CD, in Esperanto.
ILIOS has released numerous solo works in different formats and performed extensively in Europe, Japan and the Americas. Collaborations with various artists and production works for dance, theatre and films. Jason Kahn has released solo and collaborative recordings on many labels, including Cut, Sirr, For4Ears, Brombron, Rossbin, Antifrost, Domizil, ATAK, Table of the Elements, Creative Sources and Crouton.He has also exhibited numerous sound installations in North and South America and Europe».

 
 


Oro Molido apresenta o seu #17 com um concerto:
"Del Mediterráneo a la Cañada Real"
Madrid, 25 de Junho, às 20h00
Ruth Barberán - Alfredo Costa Monteiro - Ferran Fages

 
 

Caros Amigos,
Serve a presente missiva para anunciar, urbi et orbi, que, na próxima 5ª, 22/06, pelas 22h, na GALERIARMAZÉM (Rua da Vinha, Bairro Alto, Lisboa), ocorrerá um evento musical das maiores grandeza e pertinência, em que pontificarão duas sumidades da música improvisada libanesa: Sharif Sehnaoui (guitarra eléctrica) e Mazen Kerbaj (trompete). Haverá, previamente, lugar a uma intervenção do seguinte e magnífico trio: Travassos (tapes), Armando Gonçalves Pereira (acordeão) e Miguel Martins (melódica). São estas razões mais que suficientes para contar com a presença de V. Exas. Obrigado. Miguel Martins

Antes disso - digo eu - o duo libanês actua no Porto na quarta-feira, 21 de Junho, às 22h00 (Café / Livraria Sem Mais Nem Menos - Rua Mártires da Liberdade, 130)

E diz o Esquilo: "A nova música improvisada do Médio Oriente tem vindo a desenvolver-se muito nos últimos anos e ganho uma atenção crescente devido à novidade refrescante que representa em termos internacionais, mesmo considerando as suas interacções com a música improvisada predominantemente ocidental.
MAZEN KERBAJ e SHARIF SEHNAOUI, ambos do Líbano, são dois dos músicos mais importantes da nova improvisação vinda do Médio Oriente e têm, além de desenvolvido cenas locais estimulantes, afirmado a sua música nos circuitos internacionais.
Este será o primeiro concerto do duo em Portugal, integrado numa tour europeia que passará pelas principais cidades da Europa Continental.
MAZEN KERBAJ nasceu em 1975 em Beirute e aí reside. Iniciou-se na improvisação no ano 2000, dedicando-se à procura de uma nova original linguagem para o trompete. Em 2001, criou, com o músico Sharif Sehanoui, a associação MILL responsável pela difusão da música improvisada do médio oriente e do festival internacional IRTIJAL em Beirute (que junta músicos de todo o mundo). Em 2003 encontrou no austríaco Franz Hautzinger um parceiro musical com quem tem gravado frequentemente (incluindo um lançamento na portuguesa Creative Sources). De 2000 a 2005 tocou a solo ou em grupos por todo o mundo desde a Europa aos EUA. Para além de músico reparte o seu tempo com a pintura e a ilustração publicando os seus trabalhos em vários jornais e revistas. Editou em 2000 o seu primeiro livro de tiras cómicas e satíricas.
SHARIF SEHNAOUI nasceu em 1976 em Beirute no Líbano, e reparte actualmente o seu tempo entre esta cidade e Paris. Apesar de estudos em piano e jazz, dedica-se somente à guitarra improvisada (acústica e eléctrica) desde 1999. Tem tocado em vários grupos e colaborações nomeadamente com Stéphane Rives, Christine Sehnaoui, Mazen Kerbaj, Thierry Madiot, Phil Durrant, Franz Hautzinger ou Le Quan Ninh».


 
18.6.06
 

Sei Miguel (pocket trumpet) dirige aqui um quarteto com Fala Mariam (trombone), Rafael Toral (electrónica) e César Burago (percussão), o melhor e mais interessante de todos os grupos que lhe ouvi em disco. "The Tone Gardens" (Creative Sources 067) reune três peças, denominadas First, Second e Third Garden, gravadas respectivamente, em Lisboa (18’00, ao vivo em estúdio), Funchal (13’44, Offshore Festival 2004) e Guimarães (21’00, Guimarães Jazz, 2004).
O que primeiro chama a atenção é o facto de "The Tone Gardens" apresentar um som mais cuidado que o de outros discos de Sei Miguel, eventualmente mercê de um aturado trabalho de captação sonora e de pós-produção.
Conceptualmente organizada sob a forma de três “jardins sonoros” de distintos desenho e configuração paisagística, a música beneficia do facto de ser executada por músicos que há muito acompanham Sei Miguel, e que, portanto, lhe conhecem as ideias e a prática. Que o músico reivindica como não sendo do mundo da improvisação, antes do arranjo e da construção orquestral. Seja como for, pré-composto ou improvisado, o que se ouve em "The Tone Gardens" não escapa ao figurino habitual do som de Sei Miguel, suave em termos de volume, frases melódicas fragmentadas assentes em estruturas pré-definidas e montadas de acordo com um prévio projecto de arquitectura. É deste modo sóbrio e quase espartano que se constroem as três suites. Pelo meio abrem-se espaços para deixar crescer a tensão que se instala em torno das vozes solitárias e melancólicas do trompete e do trombone. Neste desenho, os shakers e outros artefactos de César Burago e a electrónica não invasiva de Rafael Toral servem para fornecer o adequado granum salis e acentuar tanto a disciplina e a organização a que tudo parece estar subordinado, como para gerar um interessante efeito de suspense – a eminência de que algo está para acontecer, cujo segredo permanece encerrado no perímetro de cada um dos três jardins.

 
 
Dada Radio:
«Nesta terceira edição do programa continuamos a explorar a interface da música eletrônica com o jazz, desde os pioneiros na busca de novas sonoridades para o jazz, bem como a atual cena de fusão sonora e a música das net labels. Dos net labels hoje temos o produtor Skope, aka Doug Eisengrein, em seu Buildings depositado no archive.org, conjuntamente ao seu som teremos a dupla Superbus, que sai pela Net label Sojus Records recheando nosso programa. Na sequência duas raridades de Miles Davis do pirata Black Album. Daí entramos em uma sequencia de grupos e produtores contemporâneos, Isotope 217 (The unstable Molecule de 1997 e Utonian Automatic de 1999), Sayag Jazz Machine, grupo francês como eles próprios se intitulam de eletrônico, scrath, sax, contrabaixo e video conceito, com o album Testpressing Skalpel (dois produtores poloneses que gravam pela Ninjatune) em seus discos Stereo de 2004 e Konfusion de 2005. Na continuação o trio/quarteto Cosmik Connection de seu electrojazz4tet. E pra fechar o Jazz quebra tudo do trompetista Cuong Vu».

 
 

Paul Rutherford em entrevista à All About Jazz: «(...) Being a complete musician means that one should always do one’s best to play the instrument excellently. They should not be dictated by studies; they should be able to play with the books taken away. I’m amazed at the number of musicians who studied piano when they were kids (and I didn’t do that), but they still don’t know where the hell they are when they’re playing. In symphonies, where the trombone player was playing first trombone to me, he got completely lost and I was following the cues and I knew where I was. I didn’t even know the bloody symphonies, but I knew just from listening, watching the cues and counting(...)».

 
 

Marcello Maggi (trumpet, trombone), Sandra Pires (spoken word), Bruno Parrinha (clarinet), Eduardo Chagas (trombone), Miguel Martins (melodica). Em concerto no Luso Café, a 15 de Junho.




 
jazz, música improvisada, electrónica, new music e tudo à volta

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