SEIXAL JAZZ 2008
Auditório Municipal da CMS: 29 Out. Dave Holland Quintet; 30 Out. Cindy Blackman Quartet; 31 Out. The Leaders; 1 Nov. Guy Barker Jazz Orchestra // Seixaljazz Clube: 29 Out. The Electrics; 30 Out. BRP; 31 Out./1 Nov. The Fringe
Cai bem, a música do britânico March Rosetta (aka Thomas Carter), que hoje mesmo estreou um projecto de música electrónica assaz cativante. To Wash Against the Hudson River Running, a que não faltam guitarras, piano, percussão e outros instrumentos convencionais, explora alguns aspectos das inesgotáveis relações entre o ar vibrante e o silêncio. Gosto disto, sobretudo pela noite dentro. Edição da Clinical Archives.
Anthony Braxton (Banff, Canadá - 1984)
Para comemorar os seus 50 anos de vida, a Deutsche Harmonia Mundi editou no verão passado uma caixa contendo 50 CDs, totalmente dedicada à música barroca e à música antiga. Hengelbrock, Camerata Köln, Leonhardt, Kuijken, Cantus Cölln, Suzuki, Almajano, Al Ayre Espanol, Bylsma, Sempé, Savall, Figueras, Schola Cantorum, L’Arte Dell’Arco, Canticum, Jacobs, Pro Cantione Antiqua, Deller, Collegium Aureum, Ensemble Rebel, La Petite Bande, Perl, Daniels, McGegan, Tafelmusik, Hogwood, The Harp Consort, Freiburger Barockorchester ... na Amazon francesa custou-me à volta de € 45.
BOTTICINO JAZZ '08 (prima edizione)
27-28-29 OTTOBRE 2008
Teatro Lucia - Botticino (Brescia) Italia
Produzione: Comune di Botticino e Centro Lucia Servizi
Direttore Artistico: Luigi Settala
Direttore Esecutivo: Maria Teresa Porteri
«La prima edizione di Botticino Jazz è dedicata alla fertile scena dell'avanguardia newyorchese che ruota attorno alla figura del contrabbassista William Parker ed al massimo ispiratore delle istanze rivoluzionarie nella comunità afroamericana, Amiri Baraka. L'incontro tra le due grandi personalità ha dato vita al complesso progetto sulla musica di Curtis Mayfield che concluderà il programma. Dave Burrell, Hamid Drake, Sabir Mateen e gli altri brillanti artisti dell'entourage di William Parker hanno elaborato un'espressione radicale ben conscia della tradizione ereditata da tutta la storia della musica nera, che ha permesso loro di raggiungere una ricchezza tematica e stilistica sorprendente. Il festival presenterà anche i concerti del quartetto di Corrado Guarino ed il solo di Fabrizio Puglisi, musicisti italiani di notevole livello spesso ingiustamente ignorati dalla critica e dal pubblico».
Mamoru Fujieda
Patterns of Plants II | Zakarya
The True Story Concerning Martin Behaim | John Zorn
Filmworks XXI: Belle de Nature/The New Rijksmuseum |
Brown Wing Overdrive
ESP Organism | John Zorn
Arcana III - Book |
TZADIK
Kurt Elling Quartet, Steve Coleman and Five Elements, Django Bates and StorMCHaser, Marcus Strickland Quintet, The Cookers, Kenny Barron Trio e Metropole Orchestra – com direcção de Vince Mendoza e com Peter Erskine como solista convidado – compõem o cartaz da 17ª edição do Guimarães Jazz que terá lugar no Centro Cultural Vila Flor entre 13 e 22 de Novembro.
Se a coesão e a qualidade das propostas de outras edições têm sido uma imagem de referência do Festival, este ano não será excepção, com um programa que deseja afastar-se dos formatos apresentados em anos anteriores, explorando novos projectos e formações, mantendo contudo inalterável a estrutura dos concertos e a consistência das escolhas. Para além dos concertos, o Guimarães Jazz 2008 apresenta também um amplo programa de actividades que inclui as já históricas jam sessions, oficinas de jazz, uma conferência com Django Bates, exposições, cinema, entre outras.
A primeira série de concertos foi estruturada seguindo uma ideia que assenta na diversidade de estilos e na multiplicidade das formas. Para além das suas próprias singularidades, as escolhas da primeira semana do Festival têm como elemento agregador a predominância da voz, experimentada sob diferentes abordagens e contextos. Com Kurt Elling (13 de Novembro), a voz é retomada na visão clássica de cantor de jazz, acrescida de novas ideias nas reinterpretações do legado musical deixado por grandes nomes da história do jazz cantado. Steve Coleman and Five Elements (14 de Novembro), um dos nomes fundamentais da M-Base, procuram uma integração de estilos musicais apoiados num poderoso sentido rítmico, recorrendo à voz como mais um instrumento na unidade do quinteto. Com Django Bates and StormChaser (15 de Novembro), o seu novo projecto para orquestra, a música encontra pontes e contactos com toda a espécie de objectos sonoros do quotidiano, enquanto a voz é utilizada para passar mensagens mordazes através de um apurado sentido de humor, ao mesmo tempo que se desdobra como mais um instrumento no âmbito da orquestra.
No segundo fim-de-semana, o programa mantém um conjunto de pontos musicalmente identificativos e já desenvolvidos em anos anteriores, acrescidos de mais uma nova experiência musical produzida por um projecto para grande orquestra, nunca antes apresentado. A começar a segunda volta de concertos está o Quinteto de Marcus Strickland (19 de Novembro), liderado por um dos mais novos e promissores instrumentistas do jazz actual. Este concerto reitera o interesse do Guimarães Jazz em dar a conhecer artistas talentosos em ascensão na cena jazzística internacional. Segue-se uma celebração do 70º Aniversário de Lee Morgan (20 de Novembro), um extraordinário trompetista precocemente desaparecido, com a reunião de um conjunto notável de boppers, destacando-se as presenças de Bennie Maupin e Billy Harper, músicos que tocaram com Lee Morgan, além de David Weiss, Cecil McBee e Billy Hart, numa celebração cujo significado remete para um momento histórico de consagração. Kenny Barron Trio (21 de Novembro) reafirma o interesse do Guimarães Jazz em explorar o piano trio como proposta fundamental e essencial na determinação da identidade deste Festival, servindo também meio de divulgação e momento de culto no contexto do programa. Por fim, a Metropole Orchestra (22 de Novembro) traz um grupo alargado de 60 músicos, sob a direcção de Vince Mendoza, um dos mais importantes compositores e arranjadores da actualidade. A Metropole Orchestra, com Mendoza e Peter Erskine como solista convidado, propõe-se a tocar composições da autoria de Vince Mendoza, Wayne Shorter e Joseph Zawinul, temas fundamentais do legado do jazz adaptados e arranjados para grande orquestra. Os bilhetes para o Guimarães Jazz encontram-se à venda no Centro Cultural Vila Flor.
«Os próximos días 31 de outubro e 28 de novembro terán lugar os dous concertos que compoñen o Festival Fase de Música Improvisada 2008 (FFMI) na súa primeira edición. Este festival está organizado pola Asociación Cultural Fase coa axuda da Fundación Luis Seoane. O día 31 de outubro terá lugar a primeira colaboración en directo entre o neerlandés Jozef Van Wissem (laúde) e o galego Miguel Prado (guitarra). O segundo concerto será o 28 de novembro e constituirá a primeira actuación en Galicia do dúo formado por Radu Malfatti e Taku Unami, dous dos músicos máis activos na música de vangarda actual. Ambos concertos comezarán ás 22.30 h e serán de entrada libre. Terán lugar no salón de actos da Fundación Luis Seoane, A Coruña».
Roberto Massoni - Limbo [audio 808 07]
«Generalmente trato de usar este espacio para explicar a veces de manera mas acertadas otras no tanto de que trata cada pieza musical que editamos en audio:808. La verdad es que no tengo sufientes palabras que puedan explicar un disco que nació desde la alegría y terminó como un desahogo. Por momentos me dieron ganas de tirar todos los tracks y empezar de nuevo, por momentos asumido en una tristeza compleja no sentía que estas musicas representaran mi estado de ánimo. Lo concreto es que el disco esta aqui, lo pueden descargar, no creo que nunca lo toque en vivo, dado que nació con vida y terminó con muerte. Después de un tiempo largo entendí el significado fantástico y religioso que significa el limbo. ojalá que encuentres a tu hijo allí». - Roberto Massoni
Em caminhada pela serra, meditava eu sobre isto de se ser democrata ou republicano nos dias de hoje, e nas eleições norte-americanas de dia 4 de Novembro, nas quais, como se diz, toda a gente deveria poder votar. Numa revisão da música de Charles Mingus, ocorreu-me a história de Fables of Faubus, o lendário tema composto pelo contrabaixista, publicado em duas versões diferentes: a que veio a ser originalmente incluída em Mingus Ah Um (Columbia, 1959) como Fables of Faubus, mais polida que a outra que veio a ser intitulada Original Faubus Fables, e passou a fazer parte do álbum Charles Mingus Presents Charles Mingus (Candid, 1960), esta última, com a letra que ficara de fora da edição Columbia, casa que deve ter achado a letra um bocadinho controversa e como não queria problemas com o poder vigente, o melhor era cortar as palavras. É que Fables of Faubus refere-se ao episódio protagonizado por Orval Eugene Faubus (1910-1994), o governador democrata (e progressista!) do Arkansas que, em 1957, proibiu nove estudantes negros de frequentar a Central High School, em Little Rock, a terra de Bill Clinton, por curiosidade. Era assim com o partido democrata de então, o mesmo de onde vai sair a eleição do primeiro presidente negro da história da América, 50 anos depois da Little Rock Crises e da segregação estudantil que vigorava segundo das leis federais daquele tempo. Dá que pensar. Na altura Charlie Mingus escreveu: Oh, Lord, don't let 'em shoot us! / Oh, Lord, don't let 'em stab us! / Oh, Lord, don't let 'em tar and feather us! / Oh, Lord, no more swastikas! / Oh, Lord, no more Ku Klux Klan! / Name me someone who's ridiculous, Dannie. / Governor Faubus! / Why is he so sick and ridiculous? / He won't permit integrated schools. / Then he's a fool! Boo! Nazi Fascist supremists! / Boo! Ku Klux Klan (with your Jim Crow plan) / Name me a handful that's ridiculous, Dannie Richmond. / Faubus, Rockefeller, Eisenhower / Why are they so sick and ridiculous? / Two, four, six, eight: / They brainwash and teach you hate. / H-E-L-L-O, Hello. Fables of Faubus: John Handy, Booker Ervin, Shafi Hadi, Jimmy Knepper, Horace Parlan, Charles Mingus e Dannie Richmond.
Deve haver mais gente a quem isto acontece: de vez em quando tenho que voltar a ouvir Thick as Brick, Jethro Tull. Conheci-o em 1974 e de então para cá ouvi os dois temas de lado inteiro centenas de vezes. O Brick é o melhor disco dessa combinação irrepetível de rock, folk, blues, jazz, música medieval e sei lá que mais, a que se convencionou chamar rock progressivo, numa sucessão de temas, variações, secções, intersecções, interlúdios e transições. Ian Anderson, então com 25 anos, sabia fazer isso muito bem. Tal como fazer crer ao povo ouvinte que teria sido um puto de 8 anos, o tal Gerald Bostock da lenda prodigiosa, a escrever aqueles textos... pois sim. Durante décadas a especulação à volta do disco, letra e música, foi grande e ainda continua. O que importa é que, com Mr. Anderson, de 1971 (Aqualung, outro caso especial) a 1979, cada cavadela foi minhoca certa, sendo que Thick as a Brick dá mesmo p'os peitos a um cavalo (Heavy Horses). E envelheceu bem, o que não aconteceu com grande parte do prog complexo que se fez na altura. Este anda no leitor de mp3. É excelente para passear pelo campo. Quando entra a guitarra acústica no início da segunda parte (lado B do LP) depois de uma brilhante introdução de 4'04, é de ir às lágrimas com tudo o que se segue até ao fim do disco. Jethro Tull em 1972: Ian Anderson (voz, flauta, guitarra, violino, saxofone, trompete); Martin "Lancelot" Barre (guitarra e alaúde), John Evan (órgão, piano e cravo), Jeffrey Hammond-Hammond (baixo eléctrico) e Barriemore Barlow (bateria e percussão).
Novo disco do Trio Sowari (Phil Durrant, Burkhard Beins, Bertrand Denzler) na francesa Potlatch. A receita electroacústica que aplicaram no anterior Three Dances (2005) está na base de Shortcut, gravado em 28 e 29 de Novembro de 2006, em La Muse en Circuit, França. «Il s'agit du second enregistrement du Trio Sowari. Le premier paru également sur Potlatch début 2005, avait révélé une formation surprenante par la richesse de ses propositions sonores et la subtilité d'un jeu interactif habilement renouvelé. Ce nouvel enregistrement montre à quel point le trio a atteint une phase de maturité et est devenu un groupe emblématique de l'improvisation électro-acoustique». A não perder, a prestação ao vivo do Trio Sowari no âmbito da 14ª edição do London Musician's Collective (LMC) Festival of Experimental Music: Trio Sowari live at the 14th LMC´s Festival, London 2005. Recomendo a audição das gravações do arquivo LMC, onde constam parte das 14ª e 15ª edições, bem como da 30 year concert series.
No 80º aniversário de Albert Mangelsdorff (1928-2005), a Universal teve a luminosa ideia de ir às caves, recuperar e reeditar em CD os LPs que o trombonista e compositor alemão gravou nos anos 60 e 70 para a MPS (Musik Produktion Schwarzwald). Assim, foram editados dois sets de 5 CDs cada e dois CD duplos (Solo e Live), o que totaliza 15 álbuns, apresentados com capas e anotações idênticas às originais. Volta agora a ser possível ouvir preciosidades como Zo-Ko-Ma, Never Let It End, The Wide Point, A Jazz Tune I Hope, Trilogue - Live!, Live in Montreux e outros que ajudaram a construír o grande nome de Albert Mangelsdorff. Àqueles, somam-se Albert Mangelsdorff And His Friends, Die Opa Hirchleitner Story, Tension!, e Now Jazz Ramwong-In Asia. Com Albert, Attila Zoller, Colin Wilkie, Joachim Kühn, Gunter Hampel, Pierre Favre, entre outros. Mangelsdorff Originals, na JazzEcho, por exemplo.
Num exclusivo dirigido à mente e ao coração dos passageiros do Jazz e Arredores, Carlos Santos compôs e ofereceu Leaking Basket, conjunto de seis temas que «partem da manipulação digital de field recordings compostas em estúdio, onde se acentuam texturas e timbres dissimulados no material originalmente capturado. Recorrendo à filtragem espectral ou a processos de pitch shifting, de modo a colocar em evidência a musicalidade dos "aparentes" sons quotidianos, criam-se atmosferas sonoras imersivas». Um abraço e o agradecimento ao Carlos Santos pelo excelente trabalho gráfico e sonoro.
Abdelhaï Bennani Trio - There Starts the Future
Les Instants Chavirés, 6 de Junho de 2007
Abdelhaï Bennani / Benjamin Duboc / Edward Perraud
[Ayler Records]
Craque - Material [kahvi collective]
Anthony Braxton’s Synaesthetic Ideal and Notations for Improvisers
(Graham Lock)
ebura
Carlos Santos + João Silva
Sáb, 25 Out - 22h @ O Século
Rua de 'O Século', 80 - Lisboa
Concerto com espacialização sonora e dupla projecção video. Apropriação poética da cidade de Évora, através da manipulação digital da paisagem visual e sonora numa perpectiva contemporânea.
Craque - Gamma [tube 143]
Improvisations for George Riste, titula o mais recente disco da London Improvisors Orchestra (LIO), formação cujo início de actividade data de há uma década, e inclui grandes figuras da cena inglesa, como são Lol Coxhill, Evan Parker, John Butcher, Philipp Wachsmann, Steve Beresford, Harry Beckett, Simon Fell, Mark Sanders e Pat Thomas (17, ao todo). O disco reúne quatro improvisações datadas de 2003 e 2007 e está acessível através da psi/emanem ou da bruce’s fingers.
Chega-me à mão notícia de que Komplektatzija-1 – compilação originalmente editada pela GOST Records, que deu uma panorâmica abrangente da actividade experimental de Perm, cidade russa dos Urais – desapareceu do mercado de CD-R logo após ter visto a luz do dia em 2006. Entretanto, a Concrete Beam Production recolocou a música ao dispor dos ouvintes com gosto pelo experimentalismo russo com acentuada propensão para as texturas saturadas e para os movimentos para-industriais pesados.
Umbrellas in the Rain - 'Wieder Daheim' [tube142]
Umbrellas in the Rain, é o nome artístico por que dá o vienense Andrei Bernhard. Há um lado tocante e ingénuo na música de Bernhard que acorda emoções e vivências passadas, possam elas ser mais distantes, algures no recôndito da infância perdida, ou num qualquer fim de verão que ficou para trás. Tome-se o caso de Tiny Dream, por exemplo, a canção que abre a sequência, e vá-se lá a gente não recordar de quando se era novinho... É tão bom ser pequenino / Ter pai, ter mãe, ter avós... . Parece até que se ouvem os carris desengonçados da máquina do tempo. Aquela e as outras peças electroacústicas de Wieder Daheim convidam-nos a empreender a tal viagem, uma revisão de imagens de arquivo à boleia de um punhado de canções ambientais sem palavras, a que não falta o toque experimental – aquilo que o autor, em síntese, designa por ‘sad music for sad people’ – para cuja confecção são usados instrumentos acústicos, como o xilofone, mas também teclados, acordeão, guitarras eléctricas, field recordings processadas e meios electrónicos sortidos. A mim, que descarreguei e passei os ficheiros a CD-R para ouvir repetidas vezes em viagem nocturna de ida e regresso a casa, pareceu-me muito bem empregue o tempo dedicado a Wieder Daheim, uma das melhores edições da mui apreciada test tube. Felizmente, Pedro Leitão está atento e não deixa escapar pequenas pérolas como esta, que depois oferece a quem se interessar. Agradeço.
Dorsal: 8252; Tempo final: 00:57:44; Tempo Chip: 00:53:56; Tempo 5Km: 00:32:19; Ritmo Km: 5:47 Posição 4008.
O californiano Ben Stapp deambulou um pouco pela Europa até que aportou a Lisboa, onde permaneceu durante alguns anos. Aqui estudou, ensinou e tocou com músicos locais. Actualmente a residir em Nova Iorque, Stapp acaba de editar o seu primeiro disco como líder. Ecstasis, publicado na Uqbar Music, expõe composições originais do tubista, que, como o próprio conta nas notas, “passaram por inúmeras fases durante a estadia em Portugal”. São nove as composições de Ecstasis, estruturas abertas, de extrema flexibilidade, por onde passam correntes de ar capazes de veicular tanto a expressividade robusta de Tony Malaby, em saxofones tenor e soprano, como o som encorpado e elegante das linhas melódicas, rítmicas e harmónicas da tuba, que aqui desempenha com eficácia o papel de densificador do fluxo criativo; e a percussão sinuosa do japonês Satoshi Takeishi, que aprofunda os procedimentos e alarga o campo de audição. É difícil escolher uma ou duas faixas de Ecstasis, sinal de que o disco vale sobretudo pelo conjunto multifacetado, revelador da escrita sólida de Stapp compositor e da capacidade de improvisação colectiva de um trio nascido ao cabo de um par de ensaios. E assim se fica de ouvidos presos à música de Ben Stapp, uma voz que reconheço como uma das mais promissoras da moderna música improvisada que tem no jazz a sua referência primordial, e à qual o músico associa um distintivo e refrescante tempero afro-mediterrânico. Ecstasis. Pessoalmente, agrada-me bastante o resultado. Dá-lhe, Benjamin!
Ben Stapp
Alípio C Neto Trio
Alípio C Neto_saxofones
Masa Kamaguchi_contrabaixo
Federico Ughi_bateria
O jazz como linguagem em constante mutação, expressão do instante agudo da experiência artística musical que propõe a curiosidade pelo novo. Federico Ughi, que gravou e trabalhou com Daniel Carter, William Parker, Ed Schuller, Sabir Mateen, Roy Campbell Jr., Steve Swell, Steve Dalachinsky, Andrea Parkins e Steve Gauci (entre outros), junta-se ao contrabaixista japonês Masa Kamaguchi, que tem actuado ao lado de Frank Kimbrough, Paul Motian, Ben Monder, Tony Malaby e Ron Horton, para acompanhar Alípio C Neto neste novo projecto, ALÍPIO C NETO TRIO, "POWER" TRIO.
Gustavo Becerra-Schmidt: Obra Electroacústica [pn036]
A obra do maestro, compositor e figura de relevo da cultura chilena, Gustavo Becerra-Schmidt, coligida em três fascículos pela netlabel Pueblo Nuevo. Becerra-Schmidt (n. 1925) estudou na Universidade do Chile (1949), onde leccionou a partir de 1952 nas disciplinas de análise e composição. Entre 1954 e 1956 residiu na Europa. Foi director do Instituto de Extensão Musical (1959-63) e secretário geral da Faculdade de Música da Universidade do Chile (1969 a 1971). Foi adido cultural da Embaixada do Chile em Bona, Alemanha.
La música electroacústica de Gustavo Becerra (Homenaje a sus 80 años). Revista Musical Chilena.
Creative Sources Fest #2
Lisboa, 19 e 20 de Novembro de 2008
O Século - Centro Cultural
«There are no two ways about it... Ian Hawgood is a superstar in the making. I'm lucky enough to have heard quite a bit of his material (under this name and his other guise - Koen Park) and I simply think it's awesome. This is a fabulous release and features soothingly beautiful electronic sounds that seem to come from an organic underworld of depth and beauty. Long, sweetly honed textures play over delightful background sounds and the melodic nature of the tones means that this is a complete joy from beginning to end. A big recommendation from me and something you should investigate without any hesitation. Class». - Mike Smallfish
IN-SONORA )))
IV Muestra de Arte Sonoro e Alternativo - Madrid, 8Oct - 6Nov / 2008
Para comemorar uma década de actividade do Trio X (Joe McPhee, Dominic Duval e Jay Rosen), a CIMPoL (por extenso, Creative Improvised Music Projects on Location), subsidiária da CIMP/Cadence Jazz Records, lançou uma caixa de 7 discos em edição limitada. Trio X on Tour 2006 (Limited Edition Box Set). Desta, destaca-se uma edição ainda mais limitada de cópias assinadas pelos artistas, pelo produtor (Bob Rusch) e pelo técnico de som (Marc D. Rusch) da CIMP. A caixa documenta um conjunto de sete concertos integrais realizados entre 2 e 9 de Outubro de 2006, e antecipa a nova digressão americana do trio, a decorrer ainda este mês. CD 1: St. Lawrence University; CD 2: Colgate University; CD 3: Chicago, IL; CD 4: Waukee, IA; CD 5: Greenbay, WI; CD 6: Detroit, MI; CD 7: Hamilton College. CIMPoL 5006-5012.
«The Rest Is Noise: Listening to the Twentieth Century [Alex Ross] is a voyage into the labyrinth of modern music, which remains an obscure world for most people. While paintings of Picasso and Jackson Pollock sell for a hundred million dollars or more, and lines from T. S. Eliot are quoted on the yearbook pages of alienated teenagers across the land, twentieth-century classical music still sends ripples of unease through audiences. At the same time, its influence can be felt everywhere. Atonal chords crop up in jazz. Avant-garde sounds populate the soundtracks of Hollywood thrillers. Minimalism has had a huge effect on rock, pop, and dance music from the Velvet Underground onward (...)». The Rest is Noise... ou Noise, que vai dar ao mesmo, mas é mais barato.
A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) promove no dia 23 de Outubro, quinta-feira, um concerto com o quinteto Woods. Integrado no projecto de dinamização do Espaço APAV & Cultura, este concerto tem lugar na sede da APAV (Rua José Estevão 135-A, ao Jardim Constantino, em Lisboa), às 19h.
O grupo Woods é constituído por Bruno Parrinha (clarinete alto e clarinete), João Camões (viola), João Parrinha (bateria), João Pedro Viegas (clarinete baixo) e Miguel Mira (violoncelo). O quinteto concentra a sua atenção na música de câmara improvisada, viajando do jazz à música electroacústica, das novas correntes reducionistas à música mais orgânica. Ao vivo o grupo utiliza peças escritas e improvisação livre, num registo intimista que joga com as componentes tímbricas dos instrumentos.
Entrada gratuita sujeita a confirmação prévia, devido ao número limitado de lugares, para: nunocatarino@apav.pt ou 21 358 79 15.
Rafael Toral news: Já está disponível a edição em vinil do Space Elements Vol. I, pela TAIGA. Uma edição com colagem de João Paulo Feliciano na capa (como todas desta série), design de Helder Luís, e prensada em vinil "audiophile" de 200g, transparente. Também em edição limitada em vinil azul transparente. Participam Rute Praça (violoncello), César Burago (percussão), David Toop (flauta), Margarida Garcia (contrabaixo eléctrico) e uma aparição especial de Sei Miguel (pocket trumpet) e de Fala Mariam (trombone alto). A edição CD sai daqui a duas semanas, pela Staubgold.
Tellus #23 ‘The Voices of Paul Bowles’
«Curated by Claudia Gould and Stephen Frailey, ‘The Voices of Paul Bowles’ [1910-1999] is an audio portrait combining some of the composer’s music with readings from his own texts, morrocan traditional music and location recordings from Tangier and Morroco where he lived from 1947. The most striking device is the handsome and warm voice of Bowles reading through his writings. Also notable are the lively field recordings of folk local music Bowles made himself in 1959 (tracks #01, 03, 06 & 09). The simoon (my conjecture) heard at the end of ‘The Garden’, track #08, is a short but evocative recording of a North Africa typical wind. Bowles own compositions are exquisite vignettes full of humour and wit. A microcosm in itself, a day in the life of Paul Bowles, the tape starts with the muezzin’s morning call to prayer and ends with dogs barking at sunset, an amazing barking chorale recorded amid the rising desert wind. A poignant conclusion to an utterly beautiful tape». UbuWeb Sound
[insubcdr04] EVE RISSER & RAFAL MAZUR - élan vital
http://www.terresommerse.it/jei/
Direziona artistica: Carlo Tariciotti