Kurt Elling Quartet, Steve Coleman and Five Elements, Django Bates and StorMCHaser, Marcus Strickland Quintet, The Cookers, Kenny Barron Trio e Metropole Orchestra – com direcção de Vince Mendoza e com Peter Erskine como solista convidado – compõem o cartaz da 17ª edição do Guimarães Jazz que terá lugar no Centro Cultural Vila Flor entre 13 e 22 de Novembro.
Se a coesão e a qualidade das propostas de outras edições têm sido uma imagem de referência do Festival, este ano não será excepção, com um programa que deseja afastar-se dos formatos apresentados em anos anteriores, explorando novos projectos e formações, mantendo contudo inalterável a estrutura dos concertos e a consistência das escolhas. Para além dos concertos, o Guimarães Jazz 2008 apresenta também um amplo programa de actividades que inclui as já históricas jam sessions, oficinas de jazz, uma conferência com Django Bates, exposições, cinema, entre outras.
A primeira série de concertos foi estruturada seguindo uma ideia que assenta na diversidade de estilos e na multiplicidade das formas. Para além das suas próprias singularidades, as escolhas da primeira semana do Festival têm como elemento agregador a predominância da voz, experimentada sob diferentes abordagens e contextos. Com Kurt Elling (13 de Novembro), a voz é retomada na visão clássica de cantor de jazz, acrescida de novas ideias nas reinterpretações do legado musical deixado por grandes nomes da história do jazz cantado. Steve Coleman and Five Elements (14 de Novembro), um dos nomes fundamentais da M-Base, procuram uma integração de estilos musicais apoiados num poderoso sentido rítmico, recorrendo à voz como mais um instrumento na unidade do quinteto. Com Django Bates and StormChaser (15 de Novembro), o seu novo projecto para orquestra, a música encontra pontes e contactos com toda a espécie de objectos sonoros do quotidiano, enquanto a voz é utilizada para passar mensagens mordazes através de um apurado sentido de humor, ao mesmo tempo que se desdobra como mais um instrumento no âmbito da orquestra.
No segundo fim-de-semana, o programa mantém um conjunto de pontos musicalmente identificativos e já desenvolvidos em anos anteriores, acrescidos de mais uma nova experiência musical produzida por um projecto para grande orquestra, nunca antes apresentado. A começar a segunda volta de concertos está o Quinteto de Marcus Strickland (19 de Novembro), liderado por um dos mais novos e promissores instrumentistas do jazz actual. Este concerto reitera o interesse do Guimarães Jazz em dar a conhecer artistas talentosos em ascensão na cena jazzística internacional. Segue-se uma celebração do 70º Aniversário de Lee Morgan (20 de Novembro), um extraordinário trompetista precocemente desaparecido, com a reunião de um conjunto notável de boppers, destacando-se as presenças de Bennie Maupin e Billy Harper, músicos que tocaram com Lee Morgan, além de David Weiss, Cecil McBee e Billy Hart, numa celebração cujo significado remete para um momento histórico de consagração. Kenny Barron Trio (21 de Novembro) reafirma o interesse do Guimarães Jazz em explorar o piano trio como proposta fundamental e essencial na determinação da identidade deste Festival, servindo também meio de divulgação e momento de culto no contexto do programa. Por fim, a Metropole Orchestra (22 de Novembro) traz um grupo alargado de 60 músicos, sob a direcção de Vince Mendoza, um dos mais importantes compositores e arranjadores da actualidade. A Metropole Orchestra, com Mendoza e Peter Erskine como solista convidado, propõe-se a tocar composições da autoria de Vince Mendoza, Wayne Shorter e Joseph Zawinul, temas fundamentais do legado do jazz adaptados e arranjados para grande orquestra. Os bilhetes para o Guimarães Jazz encontram-se à venda no Centro Cultural Vila Flor.