Nova Música Improvisada
«Ao musicólogo interessam todas as espécies de música existentes (oral, escrita, virtuais) e tudo o que possa esclarecer o contexto humano em que essas músicas se situam. Aventou-se então o ramo distintivo da "musicologia da nova improvisação", cujo objecto é a concepção individual e súbita de estruturas ordenadas, implementação de processos imediatistas, outras oportunidades para a percepção.
Há uma tendência alegadamente musicológica para, vagamente up to date, incluir o étimo "improvisação" subsumido pelo genérico "experimental"; mas, o facto coloca-nos o problema da Música assumida como experimental, desde os meados do Século XX, por compositores e executantes clássicos contemporâneos - esta de carácter laboratorial, à semelhança da disciplina científica apodada de "Física Experimental", no cerne da invenção hipertecnológica e a decorrer nos procénios e nos circuitos de difusão e edição da música autoproclamada erudita.
Não é opinado abrir uma dicotomia entre "experimentalismo racionalista", discurso afluente do classicismo e do consciente, e "experimentalismo empiricista", conectado com o manifesto da espontaneidade e do inconsciente; ou sequer se pode detectar uma influência de génese deste em relação ao outro; o termo "improvisação", em si mesmo, exibe um discurso desterritorializado e de obra aberta, compreensivo do lógico e do intuitivo.
Ao preferirmos o enunciado "nova música improvisada", porém, não excluimos, antes procuramos honrar, qualquer criação musical contemporânea de qualquer quadrante estético/cultural e do foro experimentalista.
Improvisar é criar no instante e livremente, um trabalho musical, acústico, electroacústico ou virtual, de preferência maravilhante, como no acto do ilusionista» - Jorge Lima Barreto