Jazz on 3
A emissão de Jazz on 3 para hoje (esta semana, em webcast no sítio do costume), devota-se inteiramente a três nomes importantes do jazz actual, outras tantas manifestções da riqueza e diversidade do género. Na primeira parte pode ouvir-se uma sessão gravada em estúdio por David Murray, convidado do programa para uma actuação em Londres, por ocasião do seu quinquagésimo aniversário. Com ele, tocam o pianista Julian Joseph, Mark Hodgson, contrabaixo, e Mark Mondesir, bateria. Um bom quarteto, ágil e swingante, como Murray sabe dirigir, toca durante cerca de 20 minutos. Na segunda parte, passa uma entrevista com Brad Mehldau, em que o pianista, um dos melhores da sua geração, fala sobre o novo trio com o repetente Larry Grenadier (contrabaixo), e Jeff Ballard (bateria), depois daquele que manteve durante os últimos 10 anos, com que já se sentia demasiado "confortável", e sobre uma quantidade de outras coisas que estão em marcha. O pianista pensa vir a experimentar nas áreas do free jazz, mais no modelo Ornette que no de Cecil Taylor, segundo diz. A conversa, interessante, prende a atenção.
A terceira parte deste Jazz on 3 de luxo, compõe-se com a gravação do concerto de Peter Brötzmann na última edição do Vision Festival, em Nova Iorque. Brötzmann em duo com o excelente baterista Nasheet Waits, que a maioria referencia ao trabalho com Geri Allen, Andrew Hill, e outros, razão pela qual convém avisar que ao volante está Brötzmann, e quando assim é, o que se pode esperar é poder de fogo e intensidade ao rubro. Neste caso, durante 45 minutos. Parafraseando Jezz Nelson, se tiver em casa restos de papel de parede, daquele mais recalcitrante, e já tentou todo o tipo de lixa, palha de aço, diluente, decapante, etc, experimente ouvir a terceira parte em máximo volume e encostar as colunas do seu aparelho de alta fidelidade à parede. Verá que o papel sai sem oferecer mais resistência. Brötzmann é duma eficácia... Jazz on 3.