O artista sonoro luso João Ricardo (n. 1973), ‘faz-tudo’ da experimentação electrónica, também conhecido por OCP, sigla que designa Operador de Cabine Polivalente, com curriculum nas áreas da composição, produção e experimentação multimédia, voltou a editar um EP. Já lhe dei umas passagens e gostei bastante do que ouvi. Pode encontrar-se na editora digital espanhola (Gran Canaria) mascero lab (+0 LAB). A receita é basicamente a mesma que se pode encontrar noutras netlabels de referência – techno minimal, IDM, glitch, paisagismo sonoro experimental, improvisação electroacústica, ruidismo e outras formas de expressão congéneres – embora aqui o bom gosto impere e seja uma constante. Recomenda-se a visita e a audição dos seis projectos em exposição.
Paul Brousseau (batterie/sampling/keyboard) solo Franck Vigroux (guitare, électronique) et Michel Blanc (batterie/électronique) Bruno Chevillon (contrebasse/électronique) et Samuel Sighicelli (électronique)
à l'occasion des sorties en 2008 des disques "Hors-Champ" de Bruno Chevillon, "Marée Noire" de Samuel Sighicelli, "Kolköze printanium: Kolkhöznitsa " de Paul Brousseau et "les Onze tableaux de l'escouade" de Michel Blanc et "Supersonic Riverside Blues" le label D'Autres Cordes vous invite à une soirée unique dans un lieu à découvrir: la Cométe 347.
45 Rue du Faubourg du Temple 75010 Paris Métro: République ou Goncourt
Up, Down, Charm, Strange, Top, Bottom, disco recente do duo portuense @C (Miguel Carvalhais e Pedro Tudela) regista uma experiência criativa que lida com a microtonalidade e a criação de sons digitais e/ou digitalizados produzidos em ambiente laptopiano, tanto em circuito fechado como em espaço amplo e aberto ao longo de um período de cinco anos. Nesta nova edição da Crónica Electrónica, o duo aplica com saber e efeito um vasto conjunto de técnicas de estúdio no tratamento de material sonoro produzido e captado em actuações ao vivo em trabalho de campo, via recolha de sons ambientais. Partículas que se organizam para produzir/reproduzir propostas consequentes no domínio da arte sonora. Em Up, Down, Charm, Strange, Top, Bottom não se chegam a formar linhas contínuas de sinal, tantas são as alterações no fluxo narrativo, que já não o é, antes se afirma como o resultado de um conjunto ordenado de eventos em cadeia que se condicionam uns aos outros e formam novas sinergias. Recusando a passividade do paisagismo descritivista e contemplativo, a música do duo @C prefere interpelar-nos, ao exigir um compromisso da parte do ouvinte no sentido de, através da atenção concentrada, criar o magma mental que acabará por ligar os incontáveis fragmentos que compõem os quatro puzzles sonoros (62; 71; 72 e 61) em constante movimento. Em tudo se nota uma preocupação (conseguida) de integrar vestígios do mundo orgânico (voz humana, percussão, saxofone, violoncelo, ladrar de cães, tráfego, sons nocturnos e aquáticos) num tecido digital cativante na sua sóbria beleza formal e na solidez fragmentária das esculturas que a dupla nos propõe e que parecem assumir-se simultaneamente como síntese e projecção futura das diferentes abordagens que têm dado a conhecer ao longo da sua actividade artística, de que se conhecem já sete saídas, três delas na editora por ambos fundada e dirigida. Distribuição: Matéria Prima.
Segunda instalação de Distante, tríptico do artista da cena audio-experimentalista galega Juan Carlos Blancas, EP editado na netlabel alg-a, criação de Berio Molina, Isaac Cordal e Antía Sánchez. «Distante II forma parte dunha trioloxía chamada Distante. A primeira parte foi editada polo netlabel xaponés minusn.com. Este traballo é unha mixtura de paisaxes sonoras e manipulación dixital dunha extraordinaria calidade, nel combínase a síntese dixital do son, mixturando erros informáticos, algoritmos xenerativos e gravacións de campo».
É sempre uma experiência revitalizante dar uma volta pelo David S. Ware Quartet dos anos 90. Earthquation (DIW, 1994) é todo ele polpa e sumo de uma colheita que foi das melhores de sempre do DSWQ, grupo que é já uma lenda do jazz do fim do Séc. XX. O sopro de David S. Ware é colossal e troante, aqui menos Sonny Rollins e mais Pharoah Sanders, com Matthew Shipp, William Parker e Whit Dickey a manterem a fornalha incandescente enquanto o líder invoca os espíritos e com eles dialoga a nosso favor, como na revisão de Tenderly, que ainda há pouco tempo repôs em BalladWare (Thirsty Ear), editado em 2006, embora gravado em 1999. O jazz anda mesmo a precisar de gente tesa e deste tipo energia.
Por esta também eu não esperava. Foi preciso lá ir para topar com DAMP, excelente disco a solo (à excepção de dois temas, em que se pode ouvir a guitarra de Sören Runolf) do sueco Sten Sandell. O pianista, recorde-se, é membro do trio Gush, em que também participam o saxofonista Mats Gustafsson e o percussionista Raymond Strid, e do Sten Sandell Trio, com Johan Berthling, contrabaixo, e Paal Nilssen-Love, percussão. DAMP faz parte de um punhado de discos que Sandell gravou para a editora sueca Bauta Records no decurso dos anos 80, os quais reflectem o seu lado mais exacto e percussivo em matéria de improvisação que o pianista quer desligada do swing e da tradição norte-americana, o que não o impede de cultivar formas inspiradas em Cecil Taylor, com o segundo pé no piano preparado de John Cage. É nesta dialéctica que o disco se estrutura. Inventor de outro tipo de lirismo, Sandell tem vindo a tornar-se num dos pianistas europeus mais originais e interessantes. Em DAMP [(1.Damp (10.11); 2. Perhentian (05.23); 3. To Be (04.25); 4. Ahead (05.04); 5. Flowing (to Sanna) (12.19); 6. The End, And (02.55)], Sten Sandell toca piano, piano preparado, sintetizador, percussão e gongs. Morton Feldman não desdenharia o que aqui se passa.
I'm sorry to report that I just heard from Juanita Giuffre that Jimmy died of pneumonia and Parkinson's today (April 24) two days before what would have been his 87th birthday. I met them (via email) because they listened regularly to my show and we discovered that Jimmy and I shared our birthday, April 26. We usually exchanged cards this time of year. He was most famous for "Four Brothers" with Woody, or with Shorty Rogers "Martians Go Home" or the Lighthouse All Stars, but fewer are aware of the beautiful very personal music Giuffre made in the 70's, 80's and 90s, much of it very free but in a thoughtful, non-aggressive kind of way. He was very important as a teacher as well, notably at the New England Conservatory. I'm spending the evening listening to some of Jimmy's great trio music... right now the trio with Paul Bley and Steve Swallow "Fly Away Little Bird". I just read a beautiful article on Jimmy written about 5 years ago by Rex Butters on allaboutjazz.com. - Jim Wilke
The Revolutionary Ensemble: Leroy Jenkins (1932-2007), violino; Sirone (Norris Jones), contrabaixo; e Jerome Cooper, piano, bateria e percussão. De 1971-1977 contaram uma história cheia de peripécias interessantes. Reuniram-se em 2004 (foto infra) para um disco muito digno na PI Recordings. The People's Republic (1975) é um momento alto da breve carreira do trio, tal como The Psyche, do mesmo ano, entretanto reeditado em CD pela Mutable Music.
Extraordinária dupla instalação de dois grandes criadores de som da moderna música electroacústica experimental e improvisada, o cipriota Yannis Kyriakides (laptop) e o argentino-berlinense Lucio Capece (saxofone soprano e clarinete baixo). O primeiro, Juncture, é um conjunto de onze takes gravados em Paris, no estúdio de Antonin Rayon, em Janeiro de 2003, que são outras tantas experiências que relacionam tempo, espaço e percepção dos seus cruzamentos, sem preocupações narrativas. O som enquanto princípio, meio e fim de uma história sem história. A segunda saída, Live in Brussels, foi registada no ano seguinte no belga Van Vlaanderen Festival, e agrupa duas improvisações (I e II) de 20' e 18', respectivamente, temas que funcionam como desenvolvimento de alguns dos andamentos mais concentrados na acção de Juncture. Ambas as edições estão disponíveis para descarga gratuita na label e netlabel polaca AudioTong, a funcionar desde 2005 em Cracóvia. Estas são descargas que se podem partilhar sem problemas, como os que ia tendo o cidadão espanhol que baixava discos e partilhava com os internautas, como contou o Diário de Navarra. A acção é de 2006, intentada pelas poderosas Associação Fonográfica e Videográfica Espanhola e Associação Espanhola de Distribuidores e Editores de Software de Entretenimento, com o olhar guloso do Fisco a apioar os seus intentos via Ministério Público. Mas, hélas... soube-se entretanto que o recurso judicial apresentado num tribunal espanhol que visava a condenação de um cidadão por partilhar ficheiros de música na net, foi julgado improcedente. A juíza Paz Aldecoa, de Santander, entendeu que o crime contra a propriedade intelectual tem ter subjacentes fins lucrativos, o que não acontecia no caso, apesar de o Ministério Público espanhol pedir a condenação do homem em dois anos de prisão, em multa de € 7.200,00 e numa indemnização de €18.361,00. Toca a partilhar música, rapaziada, que agora ninguém nos agarra. Desde que não haja enriquecimento ilícito e a cópia seja para uso privado, é sempre a aviar. O precedente, embora indicativo, aí está na União Europeia...
Raw Materials Vist Ag Return of the New Thing Otomo Yoshihide Altenburger / Blondy / Gauguet Giancarlo Locatelli & Barre Phillips Obliquity Elisabeth Flunger: Songs Here comes the Sun & Philip Jeck Taylor Ho Bynum's 13th Assembly The Wardrobe Trio Couscous
Festival for Jazz and Improvised Music May 1-3, 2008 at Jazzatelier Ulrichsberg, Austria.
25 de Abril Esta é a madrugada que eu esperava O dia inicial inteiro e limpo Onde emergimos da noite e do silêncio E livres habitamos a substância do tempo
Neo-psicadelismo japonês dos Acid Mothers Temple na ZDB, em Lisboa. 25 de Abril sob o signo do cravo vermelho e do cogumelo mágico de Kawabata Makoto e Yoshida Tatsuya.
Jan Ferreira: "In Filare I attempted to produce sustained music which at the same time would contain movement and harmonic richness. Recordings of instruments (organ, sitar, bouzouki, harmonium, etc.) in different environments and excerpts of classical music are processed through a long chain of channels which have slight time intervals in between them so as to produce small phase differences. The sound is then recorded in a recursive process, e.g. the result of each recording was used as a departure point, and so on. Through repeated processing certain frequencies/overtones would cancel each other out and others would accumulate, so that progressively there would be an emphasis on certain overtones that would "crystallize". These results are then eventually equalized, layered and transposed in whole tones as well as on a microtonal scale, so as to produce frequency "clashing" and thereby the desired movement. It was intended to create a sound that would have depth on several layers, emotionally as well as acoustically, without wanting to emphasize any of them in an exaggerated manner. It seems to me that a great part of the beauty of modern electronic/electroacoustic music lies in its balance between technical finesse/complexity and the emotional nuances/subtleties that can thereby be achieved. In this light I'd like to contribute this album as one aesthetic possibility to a large ocean of to-be explored musical/acoustical possibilities". ........ Design: Pedro Tudela
Geri Allen, the pianist, composer, and arranger has received a Fellowship from The John Simon Guggenheim Memorial Foundation for Musical Composition. She has begun a work to be titled, "Refractions, inspired and informed by three mighty pianists, Herbie Hancock, McCoy Tyner, and Cecil Taylor.
I am honored that The John Simon Guggenheim Memorial Foundation has recognized my work and awarded me a Fellowship which will give me the freedom to create without restriction. As a working mother of three children, this encouraging honor will most certainly fuel the 'creative intention' that all artists need to do their best work. My composition (a work in progress) celebrates and embraces the continuity of innovation as personified by the three individual, yet connected, universes of modern music's seminal pianist-composers: Herbie Hancock, McCoy Tyner, and Cecil Taylor. I call my composition 'Refractions' because I will allow the music of these three great artists to pass through me, as through a prism, in order to make something new through my creative imagination. "Refractions" will be a celebration about what is most inspiring about humanity. Jazz is a music of continuity, a direct outgrowth of the spirit of a people who rose, thrived, and innovated in spite of seemingly impossible odds. This music will speak to freedom, and the right each and every one of us has to aspire to that ideal.
David Crigger, Chuck Britt e Michael Vlatkovich assinam este Book III da saga que têm vindo a criar son o aliasTRANSVALUE. The ’58 Retractable Hardtop, editado na Transvalue Press, trata de ligar poesia (spoken word) e música das mais diversas tipologias: jazz, pop, funk, música de cinema de todos os géneros, música de circo, de casino, clássica, música séria e a brincar, cabaret, croonerismo, noise convencional e muito mais além, com características conhecidas e identificáveis e outras que se ficam a conhecer. Poesia sobre temas como sexo, moralidade e transcendência, na melhor tradição beat, que Chuck Britt recita com uma voz flexível e bem colocada, capaz de chegar a registos muito diferentes e de acentuar cada verso com o quantum de emoção necessário a criar o efeito pretendido. Entretanto, o trio-base original reforçou-se e expandiu-se substancialmente com a adição de gente notável do jazz experimental e da música improvisada norte-americana, como Dominic Genova (contrabaixo), Glenn Horiuchi (piano), Vinny Golia, Jay Hutson e Bill Plake (sopros), Lou Gonzales e Mark Underwood (trompetes), George McMullen (trombone), William Roper (tuba), Melanie Cracchiolo e Chuck Sabatino (vozes), Warren Hartman (teclados), Mike Turner (congas), Matt Cooker (violoncelo), Jeanette Wrate (percussão). Com um ar bastante 70's, o disco foi produzido com o mesmo gozo e desfaçatez que Frank Zappa colocava nas suas melhores produções daquele tempo, com arranjos luxuriantes e todas as convenções associadas, construídas e logo desmanchadas, para refazer com novas roupagens. As vozes femininas são outro ponto forte, vasto e multifacetado universo de cores, sabores e ideias. Berrante e espalhafatosa, tecnicamente competente e cheia de imaginação criativa, esta é uma aventura divertidamente séria, espirituosa e espontânea, simples e megalómana, que apetece e vale bem a pena viver.
JOE GIARDULLO’S LANGUAGE OF SWANS TRIO Joe Giardullo, soprano/tenor saxophone; Reuben Radding, bass; Todd Capp, drums IN & OUT of Motian- Music by (& for) Paul Motian
For almost 50 years, Paul Motian has been closely connected with the developments of modern jazz. Besides being a compelling drummer, he has been a one-of-a-kind composer, at once simple and complex, but always vital and to the point. From his work with Bill Evans to Keith Jarrett, and his own groups that have included David Izenzon, Charles Brackeen, Joe Lovano, Bill Frisell and many more important players, Motian has been a singular presence in the music. Joe Giardullo's Language of Swans Trio will play a night of Motian compositions and music that has been associated with the drummer over the course of his career. The instrumentation of the Swans' Trio intersects with Motian's beautiful trio with Izenzon and Brackeen, and that music is the jumping off point for this night.
De Youngstown, Ohio, EUA, chegam (The) Giants of Gender, denominação que agrupa Kyle Farrell (vibrafone e percussão), Jenna Barvitski (viola, também membro dos Devotees) e Andy Meyer (saxofone soprano, flauta e clarinete), todos com menos de 30 anos. Formado em 2006, o trio pratica uma música dificilmente classificável, transgenérica e refractária à rotulagem disponível. Tanto colhe na escrita contemporânea e no modus faciendi da moderna música de câmara, como na improvisação não-idiomática de formato experimentalista, que escapa à tradição do jazz e se fixa em territórios abertos mais comuns de se encontrar nas correntes europeias da improvisação actual. «Acreditamos que a improvisação é a música no seu estado mais puro. Está no âmago da nossa estética e da nossa prática musical». Além da participação em manobras colectivas, em compilações e de servir de suporte musical a outras formas de expressão artística, como a dança e as artes plásticas, o CD da Edegtone Records, editado no final de 2007, assinala a estreia discográfica dos Giants e leva o mesmo título do grupo. À excepção de duas peças (Go Barefoot e A Turtle Lives in the Waters), escritas por Kyle Farrell, todas as demais são criação colectiva. A amálgama resultante tem o seu quê de serena nostalgia, feição acentuada pela combinação dos timbres do clarinete e da viola, a que o vibrafone empresta uma irresistível coloração melancólica. Excelente início de percurso de um trio que se propõe trabalhar regularmente e que tem tudo para cativar audiências num espaço progressivamente mais alargado. Depois do circuito dos museus e galerias de arte da região de Cleveland e Columbus, e da aclamação no New Genre Festival, de Tulsa, o ensemble está já escalado para participar num dos eventos mais abrangentes e importantes da Costa Oeste, o Edgetone New Music Summit, que terá lugar em Julho de 2008, na Baía de S. Francisco, Califórnia.
Thickness/Mono-Layer, (The) Giants of Gender, Birgit Ulher Trio w/Gino Robair & Tim Perkis, Shudder w/ Jorrit Dijkstra, Different Strokes, C.O.M.A. (The California Outside Music Associates), Noertker’s Moxie, Go-go Fight Master w/Aaron Bennett, John Finkbeiner, Vijay Anderson, Lisa Mezzacappa, 15 Degrees Below Zero (Daniel Blomquiest, Michael A. Mersereau, Mark Wilson), Say Bok Gwai, The Late Severa Wires. July 20 22 23 24 25 26, 2008