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11.4.08
 

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Marée Noire, peça de música electroacústica do compositor improvisador e cineasta e videasta francês Samuel Sighicelli, nascido em 1972. Com formação académica em piano (Primeiro Prémio do Conservatório Nacional Superior de Paris, em 1997, tem no curriculum extenso trabalho com a Orchestre National de Lyon, The Ina-GRM, e em diversos ensembles, como o Court-circuit, 2e2m, Ictus, l’Itinéraire, Icarus, Percussions de Strasbourg; como improvisador, nos grupos Sphota e Caravaggio, de que fazem parte Bruno Chevillon, Benjamin de la Fuente e Eric Echampard.
Marée Noire, o disco (edição d’Autres Cordes, 2008), nasceu de uma encomenda do Institut National de l’Audiovisuel, através do Groupe de Recherche Musicale de Paris, como filme em suporte vídeo e banda sonora quadrifónica, sobre textos de Roland Barthes, Gaston Bachelard, Karl Marx, Henri Michaux e outros autores. A obra, composto de diversos aproveitamentos sonoros, equilibra movimento e estatismo, invenções e reinvenções acústicas e outras recuperações sonoras trabalhadas a partir de elementos de música concreta, como sons do mar. Referencia os aspectos negativos do petróleo, fazendo ressaltar os aspectos poéticos de um mundo simultaneamente movido e cercado pelo petróleo. Força motriz e desgraça colectiva simbolizadas nas texturas granulares tempestuosas, nos drones que se entrechocam e nas grandes estruturas para-industriais à escala da maquinaria de exploração e transporte do petróleo. Paisagem metálica onde o erro humano ou o acaso têm efeitos devastadores. Do outro lado, encontram-se sons de aeroportos, tráfego, recombinados em estúdio com piano, órgão sintetizador, sampler, com o contrabaixo e baixo eléctrico de Bruno Chevillon, que se junta a outras fontes, como percussão sobre madeira, plástico, tudo sujeito a uma conveniente mistura e montagem digital para que tudo fique no ponto. A estrutura da composição traduz o compromisso inteligente entre a tradição electroacústica ocidental, tal como se estabeleceu ao longo do Séc. XX, e o olhar arguto sobre a moderna música improvisada de feição europeia, que respira uma atmosfera sonora inspirada na música contemporânea, no ruidismo digital e no minimalismo. Não lhe faltam argumentos para convencer. Resta então um trabalho meticuloso sobre o som enquanto matéria-prima, que impressiona favoravelmente enquanto proposta poético-musical com sentido e validade. Produção de Samuel Sighicelli e Franck Vigroux.

 


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