De Youngstown, Ohio, EUA, chegam (The) Giants of Gender, denominação que agrupa Kyle Farrell (vibrafone e percussão), Jenna Barvitski (viola, também membro dos Devotees) e Andy Meyer (saxofone soprano, flauta e clarinete), todos com menos de 30 anos. Formado em 2006, o trio pratica uma música dificilmente classificável, transgenérica e refractária à rotulagem disponível. Tanto colhe na escrita contemporânea e no modus faciendi da moderna música de câmara, como na improvisação não-idiomática de formato experimentalista, que escapa à tradição do jazz e se fixa em territórios abertos mais comuns de se encontrar nas correntes europeias da improvisação actual. «Acreditamos que a improvisação é a música no seu estado mais puro. Está no âmago da nossa estética e da nossa prática musical». Além da participação em manobras colectivas, em compilações e de servir de suporte musical a outras formas de expressão artística, como a dança e as artes plásticas, o CD da Edegtone Records, editado no final de 2007, assinala a estreia discográfica dos Giants e leva o mesmo título do grupo. À excepção de duas peças (Go Barefoot e A Turtle Lives in the Waters), escritas por Kyle Farrell, todas as demais são criação colectiva. A amálgama resultante tem o seu quê de serena nostalgia, feição acentuada pela combinação dos timbres do clarinete e da viola, a que o vibrafone empresta uma irresistível coloração melancólica. Excelente início de percurso de um trio que se propõe trabalhar regularmente e que tem tudo para cativar audiências num espaço progressivamente mais alargado. Depois do circuito dos museus e galerias de arte da região de Cleveland e Columbus, e da aclamação no New Genre Festival, de Tulsa, o ensemble está já escalado para participar num dos eventos mais abrangentes e importantes da Costa Oeste, o Edgetone New Music Summit, que terá lugar em Julho de 2008, na Baía de S. Francisco, Califórnia.