... Entretanto, na POTLATCH...
LISBON UNDERGROUND MUSIC ENSEMBLE (LUME)
Deste já estava à espera há algum tempo. Através das movimentações à volta do Trummerflora Collective, a que pertence o percussionista Marcos Fernandes, foi-me possível antecipar o encontro, mesmo tendo em conta que tal poderia nunca passar de um hipotético desejo, considerando a distância física que medeia entre os membros deste colectivo de improvisadores. Que agrupa, além do percussionista nipo-americano, repartido entre Yokohama e San Diego, o também californiano Hans Fjellestad, do duo Donkey, em sintetizadores, o japonês Haco, em voz e electrónica, e o dinamarquês Jakob Riis, em laptop. Em “Haco Hans Jakob Marcos”, gravado em Tijuana, México, a receita é combinar eficazmente sons electrónicos e orgânicos de modo inventivo, estabelecer pontes entre dois mundos, realidades culturais que tanto têm de próximo como de distante, assimilar a reverberação de sons antigos que ecoam juntamente com o último grito da fonte digital. A arte está no saber dosear os ingredientes, improvisações vocais e instrumentais; saber usar o tempo e o espaço como base de trabalho e com eles confeccionar um produto musical capaz de comunicar uma extraordinária vitalidade. Num mercado em que proliferam edições de música electroacústica improvisada, esta edição é um caso bem sucedido de intercâmbio estético sem constrangimentos de ordem formal, eivado de um certo pragmatismo sonoro e assinalável empenhamento artístico. Tudo concorre para estimular a imaginação do ouvinte. Excelente entretenimento, este "Haco Hans Jakob Marcos", a mais recente edição da norte-americana Accretions.
O violoncelista Thomas Charmetant tem uma nova edição na netlabel suiça Insubordinations: "indoor/outdoor" [insub06].
A Transparency publicou a 23 de Maio passado um triplo CD de Sun Ra com a Arkestra contendo gravações realizadas no Myron's Ballroom, Los Angeles, em 2 de Abril de 1981. Esta sessão californiana quebrou o jejum de mais de uma década sem tocar em LA, como que a encerrar o período de ouro da criatividade de Sun Ra. "Live at Myron's Ballroom" são três horas de Arkestra em concerto, que incluem as habituais vocalizações de June Tyson e a família alargada de teclados e sintetizadores de Sun Ra. "Space Is The Place"!

rupturas com métodos e fórmulas habitualmente praticadas, mercê das novas possibilidades sonoras que só podem nascer do compromisso que os músicos estabelecem entre si, tacitamente. O processo é o da comunicação via improvisação total; o fim, assume uma face dupla: o da criação musical estimulada pelo ambiente de ampla liberdade e simplicidade formal; e a entrega ao público, instantaneamente, dos resultados assim obtidos.
ivre, a caminho de se transfigurar através do enriquecimento da sua própria linguagem. Luciano Vaz, violoncelista de orquestra sinfónica (Rio de Janeiro), de passagem por Lisboa, lançou-se por caminhos de pesquisa sonora que remetem para um universo próximo da composição contemporânea. Bom improvisador (tive a oportunidade de assistir a três das suas apresentações ao vivo em Lisboa, em diferentes contextos e formações), subtil, delicado e atento aos detalhes do ambiente sonoro geral, que instigava e ao qual reagia, Luciano Vaz soube gerir com parcimónia esse poder que está na mão do músico improvisador: o de intervir e o de saber escutar, para de novo entrar no discurso
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«Inspirados em ‘The Doors of Perception’ de Aldous Huxley, os The Crack decidiram perseguir a senda dos shaman, usando a improvisação espontânea como veículo para ultrapassar os limiares da percepção e vislumbrara o que está para alem das portas percepção. A simbiose gerada entre instrumentos da china antiga, da música clássica e os aparelhos produzidos em massa do mundo mecanizado de hoje, procuram gerar o estado hipnótico que permitirá passar para o outro lado da fenda e captar esse momento fugaz. A improvisação assenta sobre estruturas mínimas de composição, onde cada músico encontra o espaço necessário para interagir com uma forma musical aberta.
"Kinetics", gravação de 2004 de um quinteto de improvisação liderado por Ernesto Rodrigues, realizada no Estúdio Tcha Tcha Tcha, em Lisboa, foi recentemente publicada sob o selo Creative Sources Recordings. Música concentrada no detalhe microscópico, que ainda assim não perde a visão de conjunto. As passagens de arco de Ernesto Rodrigues, a informação electrónica de Carlos Santos, os murmúrios do violoncelo e do trompete de Guilherme Rodrigues, o insuflar das bombas da tuba de Oren Marshall, e a percussão larvar de José Oliveira – são contribuições pertinentes e oportunas no modo como organizam o som, colectiva e individualmente.Alan Silva com beldade, emoldurado por Hernâni Faustino e Lizuarte Borges.
(Fotos de Rui Portugal)
O britânico George Haslam é credor do apreço do povo do jazz por várias e relevantes razões. Além de um grande saxofonista, grandeza inversamente proporcional ao conhecimento que dele se tem e à divulgação da sua obra gravada, em 1989 Haslam fundou, e desde então mantém activa, a editora SLAM Productions, que conta perto de 100 títulos editados. Elton Dean, Lol Coxhill, John Law, Paul Dunmall, Keith Tippett, Howard Riley, Neil Metcalfe, a nata do free jazz e free improv britânica e americana (também Mal Waldron, Steve Lacy, ...) são alguns dos artistas a quem George Haslam abriu as portas da SLAM e concedeu extensa exposição discográfica.
Alto e pára o baile!
er the name of 'Das Heinrich-Mucken-Saalorchester'. The name later on was reduced to 'Heinrich Mucken'. By the way 'Heinrich' was just how we called some rubber mask someone brought in, and 'Mucken' was what we were doing: trying to make music, sounds and noises, performing strange and behaving naughty.


Duas sessões fotográficas da restructures no flickr: Anthony Braxton Alumni Concert (na Wesleyan University, em 9 de Dezembro de 2005 // FME: Ken Vandermark, Nate McBride e Paal Nilssen-Love (ao vivo no Empty Bottle, Chicago, em 14 de Setembro de 2005).
se ainda sons aleatórios de televisão, tudo processado e montado numa bem articulada combinação organo-digital. Feixes de vibrações mínimas nascem, crescem e amplificam-se resolutamente até se desvanecerem e darem lugar a novas e interessantes figuras que convergem para o silêncio fecundo e inicial. Micro-electrónica, ruído modulado e glitch digital convivem no interior de paisagens surreais, que, sem seguirem um único figurino estilístico, apelam a um imaginário melancólico de líquidos borbulhantes que se misturam e fundem numa narrativa porventura mais concisa e refinada que em anteriores trabalhos. "Flow" (Crónica Electrónica 25) possui uma acentuada característica cinemática em que som e drama evoluem a par e passo, traduzindo-se em luxuriante prazer audiovisual. Excelente.
ado em estúdio num dia em toda a gente parecia estar em Londres. Com a participação de Tetuzi Akiyama, Rhodri Davies, Mattin, Andrea Neuman, Benedict Drew, Michael Duch, Graham Halliwell, Paul Hood, Annette Krebs, e Nishide Takehiro.