se ainda sons aleatórios de televisão, tudo processado e montado numa bem articulada combinação organo-digital. Feixes de vibrações mínimas nascem, crescem e amplificam-se resolutamente até se desvanecerem e darem lugar a novas e interessantes figuras que convergem para o silêncio fecundo e inicial. Micro-electrónica, ruído modulado e glitch digital convivem no interior de paisagens surreais, que, sem seguirem um único figurino estilístico, apelam a um imaginário melancólico de líquidos borbulhantes que se misturam e fundem numa narrativa porventura mais concisa e refinada que em anteriores trabalhos. "Flow" (Crónica Electrónica 25) possui uma acentuada característica cinemática em que som e drama evoluem a par e passo, traduzindo-se em luxuriante prazer audiovisual. Excelente.