Nunca tinha ouvido falar de David Haney. Fiquei agora a saber que o pianista líder desta sessão é de origem canadiana e vive actualmente em Portland, Oregon. De Caramel Topped Terrier, disco em que Haney se estreia naquela função, não posso dizer que seja qualquer coisa por aí além. Pese embora percorrer caminhos que outros já trilharam anteriormente e em abundância, o disco de Haney tem alguns pontos de interesse que justificam audições repetidas. Desde logo, a escolha dos parceiros. Não se pode ficar indiferente quando os músicos envolvidos são Julian Priester, Wilbert de Joode e Han Bennink, mesmo que, dos 12 temas, 5 sejam solos de piano. David Haney segura-se bem. Cultiva um estilo marcadamente pós tayloriano, eventualmente mais sinuoso e saltitante, que combina a economia de notas com predomínio dos aspectos rítmicos, situado algures entre os territórios do jazz e da música contemporânea. Nas restantes peças, Haney alterna entre o trio com Bennink e de Joode, ou o duo com Priester, sem que jamais se ouçam os quatro músicos a tocarem juntos. Daí que a designação David Haney Quartet seja falaciosa. Pessoalmente, prefiro os temas em que o piano dialoga com o trombone, embora quer os solos quer as outras combinações instrumentais despertem curiosidade e interesse suficientes.
David Haney - Caramel Topped Terrier (CJR 1136)