Variable Geometry Orquestra na ZDB - Sáb. 3/12
«A música produzida pela Orquestra da Geometria Variável resulta do jogo do material acústico versus o electrónico, numa contínua busca de pequenos detalhes e significados - o som rompe do silêncio para nele voltar a megulhar...
Com esta organização formal do caos, tenta-se aplicar novos conceitos de indeterminação e composição instantânea, através da erupção assimetricamente alternada de momentos de som e silêncio (ausência de som identificável) com predominância para estes últimos, seja pela emissão de sons de características subliminares e psico-acústicas, seja pela completa ausência de sons, permitindo assim aos músicos recuperar o seu ritmo natural de respiração e sentido aleatório de pulsação, bem como escutar toda a espécie de acontecimentos sonoros que estejam a ocorrer nesse preciso momento no espaço envolvente, ou então “simplesmente” escutar o que outro músico tenha começado, entretanto, a fazer, sem a preocupação de responder imediatamente e assim encher de forma inútil o espaço sonoro».
Ernesto Rodrigues - violino, viola, direcção de orquestra
Pedro Costa - violino
Guilherme Rodrigues - violoncelo
Hernâni Faustino - contrabaixo
Sei Miguel - trompete
Marco Franco - saxofone soprano
Nuno Torres - saxofone alto
Helena Ornelas - saxofone tenor
Rui Horta Santos - saxofone tenor
Bruno Parrinha - clarinete, clarinete alto
Manuel Mota - guitarra eléctrica
Ivan Cabral - didgeridoo
Carlos Santos - electrónica
João Silva - gravações de campo, caixa de ruído
Plan - gira-discos
Jorge Travassos - fita magnética
Miguel Martins - vibrafone
César Burago - percussão
José Oliveira - bateria, guitarra acústica
Ernesto Rodrigues (direcção)
Violinista / violista de formação clássica e interesses que vão da música contemporânea (é um habitual frequentador dos seminários de Emmanuel Nunes) ao free jazz e à livre-improvisação, Ernesto Rodrigues tem protagonizado uma abordagem reducionista e de «near silence» em que a nota é substituída pelo som puro (ou pelo ruído) e a estrutura pelas texturas, com deflagração dos fraseados em elementos atomizados, quase total desaparição dos três factores essenciais da musicalidade convencional (melodia, harmonia e ritmo) e utilização de microtons ou total atonalidade.
ZDB, Sábado, 3 de Dezembro, 23h00