Image hosted by Photobucket.com
2.9.05
 
ForUmusic - dia I

Foi morna a noite do A Jazzar no Zeca. No concerto inicial do festival ForUmusic, José Eduardo (contrabaixo), Jesus Santandreu (saxofone tenor), e Bruno Pedroso (bateria) desfiaram ao vivo temas do excelente disco homónimo gravado para a Clean Feed, e exclusivamente dedicado à recriação jazzística de originais do cancioneiro de Zeca Afonso. Trabalhando sobre aquelas composições, durante cinquenta minutos o trio executou de forma escorreita os arranjos que José Eduardo escreveu, e teve em Grandola Vila Morena e Canto Moço os pontos mais altos. Foi uma sessão interessante e agradável de seguir, sobretudo nas prestações individuais, em especial a de Jesus Santandreu, a destilar energia post-bopper, com Coltrane e Rollins a espreitar nalgumas passagens. Pese igualmente a favor a boa condução e o som do contrabaixo de Zé Eduardo, sem esquecer a batida certa e criativa de Pedroso. Porém, a actuação do trio, enquanto ente colectivo, terá sofrido de algum défice de rasgo e de vontade deliberada de se soltar das coordenadas que para si próprio desenhou. Faltou ainda aumentar a temperatura da improvisação, tépida na sua incontestável competência.


Terranova. Afonso Pais (guitarra), Carlos Barretto (contrabaixo), e Alexandre Frazão, (bateria). Tive o gosto de assistir em Dezembro de 2004 ao lançamento do disco de estreia deste trio, em concerto no Fórum Cultural do Seixal. Opinando na altura sobre aquela actuação, escrevi esperar, a partir do disco e do concerto, mais ousadia ao nível da invenção, solidez e dinâmica colectivas, tendo por referência aquela que me pareceu uma estreia auspiciosa em disco, a deixar antever voos mais altos. Nove meses depois, constato que parte daquelas promessas ficou por cumprir. Afonso Pais e companheiros têm talento e dominam os instrumentos bem demais para se confinarem ao desperdício de fazer bonito e sem falhas. É que ao longo da sua actuação, o Terranova, também ele um trio de músicos competentes no fazer, deixou-se ficar coladinho ao disco, não se aventurando um milímetro para além da linha da costa, como se os músicos tivessem marcado uma fronteira intransponível que se abstiveram sequer de pisar, sob pena... de arriscarem um grande concerto. Consequentemente, a música deixou-se tomar por uma dormência adocicada, teimando em persistir decorativa. Nem mesmo na leitura de Round Trip, de Ornette Coleman, as coisas aqueceram verdadeiramente, por falta de real interacção e desafio entre os protagonistas - três linhas que não se interseccionaram nem se questionaram entre si. Foi pena.

 


<< Home
jazz, música improvisada, electrónica, new music e tudo à volta

e-mail

eduardovchagas@hotmail.com

arquivo

setembro 2004
outubro 2004
novembro 2004
dezembro 2004
janeiro 2005
fevereiro 2005
março 2005
abril 2005
maio 2005
junho 2005
julho 2005
agosto 2005
setembro 2005
outubro 2005
novembro 2005
dezembro 2005
janeiro 2006
fevereiro 2006
março 2006
abril 2006
maio 2006
junho 2006
julho 2006
agosto 2006
setembro 2006
outubro 2006
novembro 2006
dezembro 2006
janeiro 2007
fevereiro 2007
março 2007
abril 2007
maio 2007
junho 2007
julho 2007
agosto 2007
setembro 2007
outubro 2007
novembro 2007
dezembro 2007
janeiro 2008
fevereiro 2008
março 2008
abril 2008
maio 2008
junho 2008
julho 2008
agosto 2008
setembro 2008
outubro 2008
novembro 2008
dezembro 2008
janeiro 2009
fevereiro 2009
março 2009
abril 2009
maio 2009
junho 2009
julho 2009
agosto 2009
setembro 2009
outubro 2009
novembro 2009
dezembro 2009
janeiro 2010
fevereiro 2010
junho 2011
maio 2012
setembro 2012

previous posts

  • forUmusic - Jazz no Forum LisboaDe 1 a 4 de Setemb...
  • Brincar às casinhas
  • EDGEFEST 2005, na Kerrytown Concert House - 415 No...
  • Cellar Door Sessions 1970 (Columbia/Legacy). Caix...
  • ENTREVISTA COM ROBERT ASHLEYJORGE LIMA BARRETORob...
  • Fusion. Fusão. Electricidade. Contaminação. Uhm? G...
  • Disponível para download está o número de Setembro...
  • Para o serão, Sun Ra. Nova Iorque, 1973: Ra e a Ar...
  • Mephista (Susie Ibarra, Ikue Mori e Sylvie Courvoi...
  • Quem o conta é João Santos, da Dwitza, distribuido...

  • links

  • Improvisos ao Sul
  • Galeria Zé dos Bois
  • Crí­tica de Música
  • Tomajazz
  • PuroJazz
  • Oro Molido
  • Juan Beat
  • Almocreve das Petas
  • Intervenções Sonoras
  • Da Literatura
  • Hit da Breakz
  • Agenda Electrónica
  • Destination: Out
  • Taran's Free Jazz Hour
  • François Carrier, liens
  • Free Jazz Org
  • La Montaña Rusa
  • Descrita
  • Just Outside
  • BendingCorners
  • metropolis
  • Blentwell
  • artesonoro.org
  • Rui Eduardo Paes
  • Clube Mercado
  • Ayler Records
  • o zurret d'artal
  • Creative Sources Recordings
  • ((flur))
  • Esquilo
  • Insubordinations
  • Sonoridades
  • Test Tube
  • audEo info
  • Sobre Sites / Jazz
  • Blogo no Sapo/Artes & Letras
  • Abrupto
  • Blog do Lenhador
  • JazzLogical
  • O Sítio do Jazz
  • Indústrias Culturais
  • Ricardo.pt
  • Crónicas da Terra
  • Improv Podcasts
  • Creative Commons License
    Powered by Blogger