Chegou-me às mãos uma compilação de que consta um tema tocado ao vivo pelo Claudia Quintet, nome do ensemble novaiorquino praticante de uma música excitante, cravada nos domínios do além-jazz. O baterista John Hollenbeck, a quem Meredith Monk muito diz, e as outras quatro claudianas figuras, Chris Speed, sax tenor e clarinete, Matt Moran, vibrafone, Ted Reichman, acordeão e Drew Gress, contrabaixo, aplicam-se a fundo na arriscada arte de abrir espaços muito para lá das fronteiras de um género que as tem já de si muito flexíveis. Curiosamente, de entre as duas dezenas de temas da compilação, o do Claudia Quintet chama especialmente a atenção, pelo impacto do funk ácido sobre a moleirinha do mais distraído dos ouvintes. Respondi à chamada. Não sabia de quem se tratava, mas feita a investigação junto da fonte que me havia abonado a colectânea, eis que quem pelo modus me parecia Chris Speed veio a revelar-se ser nem mais nem menos que o próprio. E com um gás que a sua figura franzina não deixaria suspeitar. Ele e os outros, que o Claudia Quintet ao vivo é de se lhe tirar o chapéu, e um groove destes apetece sempre repetir.