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20.11.04
 
Ontem, numa breve passagem pela AnAnAna, o amigo João Santos deu-me a ver uma preciosa curiosidade:
«Flammable Material - 2004 Tour Poster Boxset Opus»
(Caixa Posters + CD Atavistic)
conteúdo: 20 posters diferentes, assinados e numerados, em papel com tratamento de brilho especial (cada poster foi criado por um artista diferente para a digressão «Elements», dos Vandermark 5). Tamanho individual a rondar os 35x25.CD «Elements: Live From The Green Mill», fabricado à mão, em cartão, assinado pelos artistas, com design de Dan Grzeca. Caixa original, numerada, limitada a 60 exemplares.
A Folha Informativa diz assim:

"A 11 de Agosto de 2000, Ken Vandermark veio a Lisboa confirmar tudo o que de melhor tinha sugerido ao longo de uma década de gravações. Nessa altura já conhecíamos 3 álbuns dos Vandermark 5 e outros tantos dos seus trios DKV e AALY, havíamos já sugerido a sua gravação dedicada à música de Joe Harriott, outra no Octeto de Peter Brötzmann, outra ainda com o NRG Ensemble de Hal Russell, e o seu nome saltava à vista em colaborações com Joe Morris, Joe McPhee, Fred Anderson ou Paul Lytton. À nossa escala era demais e difícil de gerir. Mas esse festival de Jazz em Agosto, tornou a sua discografia subitamente redundante pelo impacto dos seus concertos. Os discos serão sempre discos, mas o bilhete de entrada para essa noite foi investido pelo poder da transcendência, da beleza e do testemunho directo do grau mais elevado da capacidade humana. Vandermark não fazia apenas bons discos – parava a rotação da terra, suspendia o tempo, anulava de uma só voz a nossa efémera condição. E depois foi só esperar por mais. Territory Band, Spaceways Incorporated, Tripleplay em concerto - e os bilhetes guardados, à parte – numa caixa ou numa gaveta - ou junto aos discos. Hoje, Vandermark está numa posição única no mundo da música. Reconhecido e respeitado sem que nada - mas absolutamente nada - do que diz, do que deseja ou daquilo em que toca, deixe de ficar iluminado pela urgente radiação que reconhecemos no que, muitas vezes inexplicavelmente, pressentimos como inabalavelmente verdadeiro. A sua consistência, num quotidiano de progressiva volatilidade, é uma benção rara. Ainda para mais temperada pela humildade e pelo seu amor e admiração genuínos por tudo aquilo que, antes de si, fizeram figuras como Ornette Coleman, Cecil Taylor, Sonny Rollins, Joe McPhee, Archie Shepp, Don Cherry, Eric Dolphy, Sun Ra, Julius Hemphill, Carla Bley, Frank Wright, Jimmy Giuffre, Lester Bowie ou Anthony Braxton (para nos ficarmos apenas por aqueles representados em versões nos vários volumes dos «Free Jazz Classics» gravados pelos V5). Já dissemos que não lhe reconhecemos ainda um sinal de fadiga, uma cedência ao facilitismo virtuosístico ou criativo, a renuncia a qualquer desafio ou uma indulgência auto-referencial. E mantemo-lo. Agradecemos o privilégio de assistir a um processo histórico em pleno andamento. Hão de haver, certamente, mais concertos, e, para lá de qualquer dúvida, dezenas de discos".
 


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