sound political art, and the sound of our politics
Ultra-red - Play Kanak Attak
O italiano Tonino Miano (piano) e o francês Frantz Loriot (viola), ambos a residir em Nova Iorque, conheceram-se no myspace. Como acontece com tantos músicos que se encontram na rede, resolveram agendar uma sessão de música improvisada. Do encontro virtual passaram à realidade física, na tentativa de encontrar um discurso convergente, uma base de entendimento e de comunicação musical. Encontrado o denominador comum, começou a concepção de ULYSSES, a pensar na edição através da Impressus Records, micro-editora independente fundada e dirigida por Tonino Miano. Tal como na obra de Homero, o ponto de partida é a viagem intemporal, descoberta do interior de cada um, a forma como se processa a assimilação das diferenças e das contradições inerentes à condição humana. O resultado é uma música de carácter austero e despojado, intensa e exploratória de interessantes combinações sonoras dos instrumentos acústicos. Nesse sentido, ULYSSES, muito próximo da composição contemporânea de matriz europeia e da livre improvisação vizinha daquela, é mais um produto de longa maturação individual dos intervenientes, mesmo que talhado à vista e instantaneamente. Como é marca habitual da produção de Tonino Miano, evidente em The Curvature of Pace e em Edus Tonus, ambos de 2008, ULYSSES abunda em momentos fascinantes e em pormenores subtis que cativam o ouvinte e o impulsionam à audição repetida, prática que favorece novas e surpreendentes descobertas.
Desde 2001 que Maximilian Marcoll e Hannes Galette Seidl mantêm uma colaboração sonora sob a designação colectiva de dis.playce. A actividade da dupla alemã, baseada em Essen, foca-se no trabalho sobre as múltiplas relações entre sons ambientais, captados com microfone, e sons inventados através de software de desenho original. A estratégia do dis.playce parte de um conceito base, que é depois desenvolvido a partir do desenho de sons novos e de pedaços de memória recuperados e remontados em conjunto para fruição em novo contexto, dissociado da provável fonte original, cuja identidade e proveniência apenas se pode conjecturar. No entanto, percebe-se um plano, uma linha de orientação que ocasionalmente se insinua para logo se esconder por entre as sombras furtivas, que deixa entrever traços intermitentes de um mapa escondido, qual desenho a carvão por debaixo da tinta sonora. Como um leitmotiv que estabelece conexões formais e informais entre múltiplos pontos de uma história fonográfica que se conta em dois capítulos. É de mapas que se trata na peça Karl Ortmann, homenagem sob a forma de arte sonora ao cartógrafo germânico com o mesmo nome (1917 – 1879), que em vida se dedicou ao estudo das estruturas sociais urbanas no contexto da cartografia, ciência que, em seu entender, deveria fazer reflectir os aspectos sociais da vida em sociedade. Que se passa aqui em termos acústicos? Intrigante, a peça questiona o ouvinte: imaginamos sons ou temos deles uma percepção real? Ian W. Cowell, peça apresentada no CD em versão adaptada, serviu originalmente para sonorizar uma instalação vídeo homónima, montada no piso de entrada do Dresdner Bank, em Frankfurt, construída a partir de material pré-gravado em ambiente de escritório, misturando sons de pessoas a escrever em computador e vozes de empregados num dia normal de trabalho, com o ruído da rua frente ao prédio para cujo hall a peça foi preparada. Em HABITAT (Creative Sources Recordings # 105), antigos e novos métodos de montagem e edição sonora adquirem interessantes e renovadas formulações no modo como sugerem espaços vivos com gente dentro.
Sweet Freedom - Now What? - Reedição oportuna pela suiça Hatology da obra de Joe Mcphee, em trio com o pianista Paul Plimley e o contrabaixista Lisle Ellis. Uma pausa para reflexão datada de 1994, em que o multi-instrumentista McPhee homenageia Max Roach do período mais politicamente interventivo. O material de Freedom Now Suite e Percussion Bitter Sweet revisitado pela paixão do saxofone de McPhee, com o extasiante contributo dos canadianos.
Sonic Circuits Festival of Experimental Music
29.03.2009, with Ernesto Rodrigues (viola) & Eduardo Chagas (trombone) & Nuno Torres (alto sax), Crew Hassan, Lisbon 01.04.2009, with Abdul Moiméme (guitare), Trem Azul, Lisbon
02.04.2009, with Woods (5tet), Cabaret Máxime, Lisbon
03.04.2009, with Miguel Mira (cello) & João Camões (viola), Braço de Prata Association, Lisbon
04.04.2009, with João Pedro Viegas (bass clarinet & tenor sax) & Bruno Parrinha (alto clarinet & alto sax), Salão Brazil, Coimbra
05.04.2009, with various guests, Fabrica de Som, Porto
http://www.dincise.net/diatribes/home.html
http://www.insubordinations.net/releasescdr03.html
brunk (Bert Vanden Berghe) - winter ep [rb055]
http://www.brunk.be/
http://brunkville.blogspot.com/
brunk is the solo-project of Bert Vanden Berghe, homerecording musician, born in 1977 and now living in Ghent, Belgium. Bert started with brunk in 1998; he just wanted to record and experiment with music in a free way, without stylistic restrictions or a predefined direction. Other brunk-releases are available from WM Recordings and Dog Eared Records.
The “winter ep” contains 4 tracks with a complete duration of 21 minutes, recorded in February 2008. All 4 pieces are slow, contemplative and guitar-driven with additional sounds and noises. Only “Laika’s view”, the first track, is really drone-based with floating noises and haunting melodies. The three other pieces are full of beautiful envolving guitar-melodies, enriched with background-noises, nature-sounds, talking, walking, footsteps and feedbacks. - Resting Bell
nicola ratti - èsope [zym022]
Originally done for the exhibition ésope reste ici et se repose #1, which took place in Montpellier between October 30th and December 13th 2008, it's a single track based on processed field recordings taken in Montpellier between the 22nd and 25th April of the same year and was conceived of as the musical background for the exhibition.
Está pronta e já disponível nalgumas distribuidoras on-line (é caso da ReR Megacorp, por exemplo) a caixa seis CDs que a Transparency preparou, contendo a integral de dois concertos que Sun Ra e a Arkestra deram no Slug's Saloon, em Nova Iorque, no Verão de 1972. Ficaram célebres as noites de segunda-feira que durante cinco anos seguidos Sun Ra preencheu, de que suspeitava que deveria haver algum registo. As fitas recém-descobertas compõem a edição de Live at Slug's Saloon 1972 (6xCD), a única gravação até hoje descoberta das sessões completas de Junho e Agosto daquele ano. Música da fase psicadélica de Ra, maturada e desenvolvida no decurso da prolongada estadia em Nova Iorque, antes de embarcar de vez para Filadélfia. O filão Sun Ra não pára de surpreender, sempre com novas jazzidas...
Sun Ra and his Solar Myth Arkestra, feat. Lester Bowie, Don Cherry, Archie Shepp, Philly Joe Jones & Don Moye (1983)
d’incise - Cendre et Poudre [antisocial #28]
(...) "archéologie minutieuse d’un espace encore habité, livres restés ouverts à des pages à demi-effacées, ce que d’autres ont voulu dire et que personne n’a su taire, empreintes soyeuses minérales, temps mis en chairs et ossatures, notes sans portées et rythmes sans attaches, souffle indifférent à la poudre, cycle du retour à la cendre". http://www.dincise.net/
Toda a superfície é enganadora. Todo o equilíbrio instável. Droning sine waves accompanied by sounds generated by a laundry list of seemingly unrelated objects like styrofoam blocks, slide whistle, tin toys and motors. Seth Cluett (n. 1976) ao vivo no Studio Soto, em Boston. A Position in Equilibrium (Stasisfield, 2009).
Na homeboy music... Here we have two heroes, Joe Rigby [Praise: Joe Rigby, Ted Daniel, Ken Filiano, Lou Grassi] and Arthur Doyle [Nature Boy: Arthur Doyle, Charles Stephens, Rashied Sinan] who were part of the Milford Graves sound explosion, which spread the message through Brooklyn and Harlem back in the day. Lembrar A. Doyle é recordar Alabama Feeling ...
2nd Sally Can’t Dance China Avant-garde Music Festival
Beijing, China - March, 21-22
Lao Wei, Yan Jun + Li Zenghui, Zhou Risheng, Tinnitus Movement, TAPE (Ma Meng, Ma Yuan, Zhu Wenbo, Simon Frank), Lin Chiwei, Hong Qile, Feng Hao, Sheng Jie, White Ensemble (Li Wentai, Shen Hai, He Fan, Wang Xu, Zhang Shouwang), Tea Exploding (Li Jianhong, Li Tieqiao, Huang Jin, Sun Mengjin), Wuna + Yan Jun, Liang Yiyuan + Li Daiguo, Wang Changcun, Mafeisan, Dawanggang, Torturing Blowjob (Cao Junjun, Zhou Pei), Lucky (Bruce Gremo, Zhang Shouwang, Li Tieqiao), Vagus Nerve (Li Jianhong, Vavabond), IZ (Mamur, Wu Junde, Song Yuzhe, Ye’er Boli)
Ouvidos bem abertos para este trio italiano de primeira água, liderado pelo saxofonista Sandro Marinoni. A aposta é no formato clássico de sax tenor, contrabaixo (Fabrizio Baracco) e bateria (Cesare Petrelli). Estávamos assim tão precisados de outro trio, ocorre perguntar? Deste calibre, sim. Para confirmar a ideia ouça-se a frescura das composições instantâneas, a espontaneidade da invenção, o amplo vocabulário utilizado e a revisitação do melhor da tradição free jazz, revista e aumentada. Merece atenção. Editado pela netlabel Clinical Archives, Incoming Call, gravado em Abril de 2008, está disponível para descarga gratuita através do Internet Archive. Incoming Call [ca228]: Sandro Marinoni / Fabrizio Baracco / Cesare Petrelli.
O artista mexicano PISCIS (Arturo Ortega), fundador e curador da netlabel AMP, lançou uma das suas mais emocionantes expedições electroacústicas dos últimos tempos. Black Maria foi desenhada e registada entre Outubro e Dezembro de 2008, na cidade de Guadalajara, México. Com Piscis, que toca percussão, electrónica, guitarra eléctrica, baixo, violino e manipulação de field recordings, estão Andres Orozco, em guitarra, e Andres Gonzales, bateria. Edição da russa Clinical Archives.
imperfect silence
cadavre esquis compilation one
[whi 010]
Gosia Bazinska - Barry Chabala - Paolo Cruciani - Bruno Duplant
David Grundy - phil hargreaves - Bret Hart - Massimo Magee
Lee Noyes - Matt Sekel - Glenn Smith - Glenn Weyant
[ruidemos 086]
«Una muy bella realización, donde se equilibran, con mutuo empuje, la densidad y tensión de ásperos y rudos sonidos, propios de Juan Antonio Nieto (aka Pangea), con el lado más frío y envolvente del arte del dúo madrileño Oikos. Fruto de este encuentro, surge una obra de fuertes razones y una música de los elementos (tierra, agua, aire y fuego), que suena pura y sólidamente a los primeros momentos de la planetaria creación. Las texturas, trabadas con brillantez, no desdeñan, a más de esto, y a pesar de la tenacidad, un arraigado contenido emocional, frente al fuego de la disconformidad, al agua de la vida, al almacén del tiempo y al vapor de las almas desarmadas. Bajo un cielo oscurecido crecen bosques de humo, llamas arrebatadoras e insectos sedientos hostigados por una lluvia helada. Un magma impenetrable de figuras turbadas, encendidas por una honda luz en el corazón, y un suave oleaje dominando un vaivén de ruido y bulliciosa actividad, sobre un manto de sílice, todo, antes de la evolución, son motivos de intensos pigmentos, para siete grandes temas de reflexión».
offthesky - Dwelling Spells [zym021] - «An old lonely abandoned house that is full of growing things and subtle new organic life, as depicted on the cover which was taken by italian photographer Fulvio Romiti. The music is evocative yet nostalgic of something past (a place, a room, an atmosphere...) which doesn't exist anymore». Com Subtle Trees, na Rope Swing Cities, Jason Corder desenvolve idêntica temática.
INSTAL 09
The Arches, 253 Argyle St. - Glasgow, Scotland
INSTAL [Brave New Music] is an experimental music festival for people interested in un-average musical ideas and experiences; where music, art (visual, live & performance), language and thought meet.
Hopefully you'll be there too.
http://apoundforabrown.blogspot.com: This 5-CD set reissues the important free jazz albums Old/Quartet (Roscoe Mitchell), Numbers 1&2 (Bowie/Mitchell/Jarman/Favors) and Congliptious (Roscoe Mitchell Art Ensemble), plus unreleased recordings taken from rehearsals by the members of the group that would by 1969 become known as The Art Ensemble of Chicago.
SUSPENSÃO
Música de câmara electroacústica para seis músicos, baseada em improvisação estruturada, próxima da corrente estética near silence ou reducionista.
A abordagem de cada músico aos diferentes instrumentos (neste caso, cordas acústicas e eléctricas, percussão, saxofone, trompete e electrónica), põe
em evidência a exploração textural e sonora dos timbres em situações de micro-grupos ou em densidades e dinâmicas de conjunto, acentuando
a sua relação com o espaço envolvente.
ERNESTO RODRIGUES - violino, viola
GUILHERME RODRIGUES - violoncelo, trompete
NUNO TORRES - saxofone alto
ANTÓNIO CHAPARREIRO - guitarra eléctrica
CARLOS SANTOS - electrónica (max/msp)
JOSÉ OLIVEIRA - percussão
Institut Franco-Portugais Lisboa - 19.06.2009, 21h30
(Miso Music em residência no IFP)
«El abismo inclinado is a selection of free improvisations executed during the summer of 2008, using field recordings manipulated into taking them to the extreme limit of pure abstract noise, using sounds clean and clear and far from the usual distortion of this type of music. All items have been recorded directly to two tracks without edits or overdubs». - larraskito
Richard Steinitz
Throw Down Your Hammer And Sing, disco do trio formado pelo trompetista Nate Wooley, pelo contrabaixista Jason Roebke e pelo violoncelista Fred Lonberg-Holm, saído há pouco na Porter Records. Para ouvidos amaciados pela prolongada exposição ao jazz para-canónico, habituados a navegar à vista ou pouco mais, e mesmo para outros mais atrevidos, talhados no mais áspero e tantas vezes oco "arrebimba o malho", a experiência poderá soar a coisa do demo, desprovida de consistência, descarnada, até. Às vezes, sim, outras nem tanto. Esquisito, dir-se-á. Mas uma coisa é certa: Nate Wooly continua a saber arriscar fora do conforto dos trilhos previamente demarcados, e tem nos cordofones de Roebke e Lonberg-Holm o contraponto necessário à feitura desta obra bela na estranheza da sua configuração. Que é apenas inicial, já que meia dúzia de passagens depois, eis que os contornos adquirem definição e todo o conteúdo se articula com graça e flexibilidade. Como tantos dos melhores discos, Throw Down Your Hammer And Sing (belo título, além do mais) não pede adesão imediata, antes exige paciente e cuidada atenção aos inúmeros detalhes - a maneira mais simples de ganhar intimidade com a heterodoxia destes sons extraordinários.
DIAS DA MÚSICA EM BELÉM 2009 > CCB, 24, 25 E 26 DE ABRIL
Para a sua terceira edição, o Festival Dias da Música em Belém aborda uma temática fundadora da música ocidental dos dois últimos séculos: por que razão (ou razões) a música de Johann Sebastian Bach (1685-1750) traça o meridiano entre a tradição da “música antiga” e o da música “moderna”? Quem lhe recolheu o legado, quem o conservou e expandiu, de forma a preservá-lo até à actualidade? De que forma o século XX “voltou” a Bach, num movimento de redescoberta e reapresentação que acabou por torná-lo o mais “canónico” dos compositores da tradição erudita? De Mendelssohn a Kurtag, de Chopin a Arvo Pärt, de Stravinski a Britten, da música sacra à escrita instrumental, o festival oferece três dias de viagem através de dois séculos e meio da história da música – incluindo incursões no jazz e na música improvisada.
Con este nuevo número de ORO MOLIDO, primero de los tres previstos en 2009, hemos editado 25 portadas diferentes desde el año 2001. No queremos decir aquello de “...y parece que fue ayer” porque es totalmente falso. Todo lo que hemos conseguido aprender, compartir, ver, escuchar, viajar, leer, discutir, razonar, escribir, reir, saborear, disfrutar, experimentar... en torno a la música no se consigue, precisamente, en un día.
La experiencia de estos años nos ha servido para, en cuanto al fanzine se refiere, pulir o encaminar los contenidos hacia el punto donde nos encontramos ahora. El tiempo transcurrido ha permitido que ORO MOLIDO consiga -llevando a cuestas fracasos y defectos-, arrancar propuestas y descubrimientos desde un abanico sonoro muy abierto, con flexibilidad hacia las músicas creativas y a las colaboraciones de auténticos especialistas.
Prueba de ello pueden ser los tres grandes apartados que conforman los ingredientes de este número: empezamos con un informe actualizado sobre, precisamente, la más reciente experimentación en Cataluña, centrada sobre todo en Barcelona, una vez que algunos de los músicos, grupos y sonidos vuelven a los escenarios y a editar discos. Escrito por Emili Miró, al que encargamos este extenso, suculento informe, esta es su primera -y esperemos no la única- colaboración con nosotros ¡¡Bienvenido Emili!!. El segundo bloque lo empleamos en cerrar el tercer y último capítulo de la más extensa y desarrollada lectura que conocemos acerca del Spontaneous Music Ensemble y su principal motor, John Stevens, escrita por Jean Michel van Schouwburg desde Bélgica, vía Improjazz. Precisamente, el director de esta publicación francesa, Philippe Renaud y su colaborador Jean Michel completan las críticas de Loose Torque, en nuestro dossier dedicado a un sello discográfico.
En nuestro último tramo, como segundo capítulo del tema de la enseñanza de la improvisación, os aconsejamos la lectura de este sobresaliente texto escrito por el músico canadiense Scott Thomson. Su teoría acerca del imperativo pedagógico en la improvisación musical es de una interesante lectura y debate que, además, te permitirá descubrir algunos enclaves y músicos de Toronto (Canadá).
Algunas de nuestras ya habituales secciones completan las ochenta páginas; las que recomendamos para, como siempre, saborear la diferencia. Con mi agradecimiento a lectores y colaboradores,
Chema Chacón, 5 de marzo de 2009.
Na catalã audiotalaia, a landscape experimental label:
Ryonkt - Periodic Wind [at019]
Composta e processada em estúdio para difusão através de equipamento de reprodução sonora, a peça sonora AnimaLi, de Graziano Lella (Creative Sources Recordings # 127) tem como ponto de referência e inspiração principal textos de Julio Cortazar retirados do romance Rayuela (1963), obra de transgressões várias, das mais relevantes da literatura latino-americana do Séc. XX (edição portuguesa sob o título O Jogo do Mundo, pela Cavalo de Ferro, em 2008). Mas também das vozes de Luisa Merloni, Patrizia Romeo, Laura Riccioli, Manuela Cherubini e Michiko Hirayama. Referência ou referências principais, porque, além dos aspectos “intertextuais”, a escuta atenta de AnimaLi revela um manancial imenso de outras “vozes”, fora do universo literário e dos protagonistas físicos que o habitam, sons imersos no vasto mundo de possibilidades extravagantes que a criação electroacústica contemporânea tem para oferecer. Graziano Lella, sob o nome artístico de ARG, fundiu com mestria elementos de música concreta (vozes, sobretudo) e sons electrónicos processados para servir uma estratégia composicional voltada para a performance acusmática (som de fonte escondida – a expressão tem origem na Grécia Antiga, quando os discípulos de Pitágoras escutavam o mestre sem o ver, para que se concentrassem no que dizia e menos na sua imagem), em nove movimentos. O fito original era o da execução em espaço aberto, como fundo para a representação teatral, contexto físico e visual para o qual a peça foi desenhada e composta. Mas, se se quiser, AnimaLi, no rigoroso equilíbrio das suas proporções, ampla espacialização e potencial de fantasia, pode constituir uma boa proposta sonora para, por exemplo, ao luar, seguir com proveito acústico o curso das nuvens e o movimento das estrelas.
Sun Ra - Featuring Pharoah Sanders & Black Harold, novidade na ESP-Disk, entretanto remoçada: «In 1964, Sun Ra asked the young tenor saxophonist Pharoah Sanders to join him, while Arkestra mainstay John Gilmore was busy working with Paul Bley, Andrew Hill, and Art Blakey. Before the recording's original release in 1976, Sun Ra stated: "It should be very interesting to the world to show what the pre-Coltrane Pharoah Sanders was like." Also appearing on "Featuring Pharoah Sanders & Black Harold" is the little-heard flautist, Black Harold (Harold Murray), who takes the lead on the track "The Voice of Pan," continuing into "Dawn over Israel." Bassist Alan Silva (ESP 1091) also does some fine bass work on the release.
"Featuring Pharoah Sanders & Black Harold" is notable not only for its unique lineup, but also for the first known recording of the composition "The Shadow World," here titled "The World Shadow," which was featured on later Arkestra albums. This release contains an additional 45 minutes and 36 seconds of unreleased material».
Musgos e Líquenes
Exposição Colectiva de 6 Artistas Contemporâneos da Estónia
Galeria Santa Clara, Coimbra
De 28 de Março a 28 de Maio / 2009
A Galeria Santa Clara acolhe entre 28 de Março e 28 de Maio 2009 uma exposição colectiva de 6 artistas contemporâneos nascidos ou residentes na Estónia, John Grzinich, Evelyn Müürsepp, Toomas Thetloff, Anna Hints, Svetlana Bogomolova e Peeter Laurits.
A exposição, que pretende dar a conhecer a vitalidade criativa da comunidade artística de um país báltico situado no outro extremo da Europa, é realizada no âmbito de um acordo de cooperação existente entre dois centros de experimentação artística, o Centro de Residências Artísticas de Nodar, um espaço de criação em artes media gerido pelo colectivo artístico Binaural, localizado numa pequena aldeia rural do concelho de S. Pedro do Sul, e o MoKS – Centro para a Arte e Prática Social, localizado na aldeia de Mooste, Estónia.
Três dos artistas presentes na exposição (John Grzinich, Evelyn Müürsepp, Toomas Thetloff) foram artistas residentes em Nodar no ano de 2008, sendo que respectivas obras a expor foram realizadas a partir do contexto rural daquela aldeia. Os outros três artistas (Anna Hints, Svetlana Bogomolova e Peeter Laurits) serão artistas residentes em Nodar ao longo de 2009 e apresentarão na exposição obras emblemáticas anteriores.
A exposição envolve três séries de obras fotográficas (“Charons Crossing” da autoria de Peeter Laurits, “Early Childhood Lessons" de Anna Hints e “Aliens and Gummy Bears" de Svetlana Bogomolova) e três criações vídeo (“Nodar Flowlines” de John Grzinich, “Kudum” de Evelyn Müürsepp e “A Film” de Toomas Thetloff).
A exposição é curada por Luís Costa, coordenador do Centro de Residências Artísticas de Nodar, por Olga Maia Seco, responsável pela Galeria Santa Clara e por Peeter Laurits, artista visual da Estónia e membro do MoKS.
A SamadhiSound, editora de David Sylvian, informa que está quase pronto para edição o novo disco do músico e cantor britânico, Manafon. A sessão de estúdio, registada em Dezembro de 2007, contou com as contribuições de Evan Parker, John Tilbury, Keith Rowe, Christian Fennesz e Otomo Yoshihide. Sylvian nas mãos de Parker, Tilbury, Rowe e outros? Bem entregue. Como quando esteve nas de Derek Bailey. Let the Happiness In.
Cologne Commons - Konferenz und Festival für freie Musikkultur
Cologne Commons findet am 12. und 13. Juni 2009 statt und ist eine Konferenz zu den Themen freie Musik, Internet und Zukunft der Musikindustrie. Neben Workshops gibt es auch am Konzertabend Musik auf die Ohren.
Cologne Commos Compilation 01 (15 Titel, Cover Art + Playlist - 122 MB)
Oliver Lake - Shine!
Oliver Lake; Michael Gregory Jackson; Pheeroan ak Laff; Anthony Davis;
Abdul Wadud; Carl Ector; George Taylor; Clifford Morrison; Felix Farrah
[Arista Novus LP, 1979]
Grande filme! Clint Eastwood fechou a conta da melhor maneira. Obra-prima, sim.
http://www.thegrantorino.com/
Estava curioso para ouvir como se teria safado Steven Baker na sua estreia sonora na norte-americana independente Edgetone Records, e muito me apraz saber que o construtor de instrumentos de Pacifica California, na Bay Area de S. Francisco, fez um figurão com este Lunar Etudes - Time Differentials, conjunto refinado de drones invulgares de base acústica, criados com o afagamento de superfícies vidradas e/ou metálicas, como cálices, folhas, placas, etc., enfeitados por um bouquet mínimo de electrónica microtonal não intrusiva. Lunar Etudes - Time Differentials, bela e poética meditação nocturna, tem o adicional interessante de contar com a participação do pianista Thollem Mcdonas, aqui servido por um órgão mecânico datado de há 117 anos.
Bengt Frippe Nordström, Creative Addition [Ayler Records]. Bengt Frippe Nordström: clarinete, sax tenor e voz; Lars Svanteson: violino; Björn Alke: contrabaixo; Peeter Uuskyla: bateria. Gravação histórica no Frölunda Kulturhus de Gotemburgo, Suécia, a 6 de Março de 1988. Amostras na página da All About Jazz. Descarga via www.ayler.com.