Música psicadélica originária de Filadélfia por um dos grupos mais saudavelmente bizarros da América dos dias de hoje. Os
Temple of Bon Matin andam nesta vida desde 1993, animando ruas e praças com esta espécie de rock para-atonal, de texturas ácidas e formas desfocadas, que cruzam elementos de improvisação electroacústica, tribalismo urbano, groove e free jazz (contam com colaborações de Arthur Doyle, Daniel Carter e Marshall Allen, três históricos do free). Este composto deliciosamente decadente, mistura rica e variada que não perde o fio conductor entre as diferentes partes que a compõem, tem como ponto de partida a troca de ideias entre o baterista
Ed Wilcox e o pianista
John Mulvaney, e os esforços de uma lista de convidados variável de disco para disco. Em
Flower Footed Ghost, por exemplo, alinham Eric Baylies, Jim Flagg, Yinnie Paternostro, Jay Reeve, Charles Cohen, Jerry Mayall, Cory Neal e Jeff Kohlmeyer. Umas mais notórias que outras, os
Temple of Bon Matin reclamam influências de Sun Ra, Harry Parch, Ornette Coleman, Henry Cow, Can, Hawkwind, Captain Beefheart, DMX, Allman Brothers, Albert Ayler, Boredoms, Arthur Doyle, Laundry Room Squelchers. A lista completa seria fastidiosa e diria mais que o necessário. Muito mais interessante será ouvir o som luxuriante, bem amassado e deixado fermentar, de
Flower Footed Ghost, disco editado em 2007 pela portuguesa
Ruby Red Editora.