Jess Rowland saiu em 2007 com The Shape of Poison (Edgetone Records, 2007). A pianista, dramaturga, compositora de música para dança e teatro e marionetas de S. Francisco tem variado muito na forma e na substância. Da improvisação livre em piano acústico, à electrónica e ao free jazz, Rowland debica aqui e ali para compor as suas diversas realizações a solo e em pequenos grupos. Entretanto, surgiu-lhe a oportunidade de integrar a Shift Physical Theater, uma companhia de dança moderna, em acumulação com a residência artística no ODC Theater, de S. Francisco. Foi a partir desta colaboração que nasceu o projecto The Shape of Poison, trabalho que vem na sequência de outros realizados para a Pax Recordings, como H.29, disco de improvisações em piano solo, a que seguiu o excelente Scenes from the Silent Revolution, a chave que lhe abriu as portas para a participação no Big Sur Experimental Music Festival. The Shape of Poison, três peças de longa duração (1. The Waves Sound Sometimes Close and Sometimes Far Away; 2. A Dragonfly Tries Vainly to Settle onto a Leaf; 3. Kotekan Seniman Alam/Waves Fade into the Distance) escritas para piano e executadas em directo, avança por territórios ainda pouco explorados pela artista, como é o caso da interacção em tempo real do piano e da electrónica analógica (Casiotone) e digital (Laptop), com o propósito específico de servir a dança, dramaturgia e movimento em conjugação. Esteticamente, nestas reflexões musicais sobre a cura para o sofrimento segundo as regras taoistas que a pianista prossegue através do som, encontram-se referências distantes às marcas minimalistas de Steve Reich e de Michael Nyman, sem se comprometer demasiado com aquelas estéticas, deixando transparecer a interessante e multifacetada personalidade musical da improvisadora.