Durante o mês de Junho, saldos na Potlatch.
David S. Ware Quartet
Passage to Music (1988)
Great Bliss, Vol. 1 (1990)
Flight of I (1991)
Third Ear Recitation (1992)
Great Bliss, Vol. 2 (1994)
Cryptology (1995)
Earthquation (1995)
Dao (1996)
Oblations and Blessings (1996)
Wisdom of Uncertainty (1997)
Godspelized (1998)
Go See the World (1998)
Surrendered (2000)
Corridors & Parallels (2001)
Live in the Netherlands (2001)
Freedom Suite (2002)
Threads (2003)
Live in the World (2005)
BalladWare (2006)
Renunciation (2007)
Além do legado extraordinário composto por esta vintena de discos, entre o estúdio e as gravações "oficiais" ao vivo, onde só encontro um título fraco (Threads - para isto mais valia ter estado quieto e dado folga ao pessoal...), há centenas de concertos gravados um pouco por toda a parte, à espera de um dia poderem ver a luz. Este que se segue conseguiu espreitar e foi apanhado nas malhas do tapping: David S. Ware Quartet [Unissued / Soundboard & Broadcast Tape 99.08.29]. David S. Ware (saxofone tenor); Matthew Shipp (piano); William Parker (contrabaixo); Guillermo E. Brown (bateria). Gravado no austríaco Jazz Festival Saalfelden, a 29 de Agosto de 1999, no mesmo ano em que veio tocar ao Centro Cultural de Belém, Lisboa, onde o DSWQ deu um concerto memorável. Alinhamento de 29.08.1999: Aquarian Sound (25.25); Lexicon (13.59); The Way We Were (Part I) (03.57); The Way We Were (Part II) (06.25). Lamentam-se os ligeiros cortes nas passagens entre temas, mas que é lá isso comparado com a substância wareana que existe entre uma extremidade e outra, mesmo que num concerto incompleto? (Foto: Nuno Martins)
THE BLACK ARK reeditado!!! Excelente sessão de 1969, com Noah Howard (saxofone alto), Arthur Doyle (saxofone tenor), Earl Cross (trompete), Leslie Waldron (piano), Norris Jones (contrabaixo), Mohammed Ali (bateria) e Juma (congas). Um luxo musical condignamente empacotado nesta nova apresentação da Bo Weavil, que surge oportuna depois de o LP original ter estado muito tempo esgotado. É caso para grandiosas festividades. A Esquilo também tem esta nova edição. A antiga, rippada do Lp original, tem um som mais remediado. Já para não falar na falta de apresentação... por falta de suporte físico.
Andrew Hill (piano); Jimmy Vass (saxofone soprano); Chris White (contrabaixo); Leroy Williams (bateria). Depois de mais de uma dezena de discos na Blue Note, tarefa que lhe ocupou quase a década de sessenta toda, a partir de 1969 Andrew Hill tirou uma prolongada sabática, que durou até 1974. Este Blue Black foi publicado no ano seguinte e revela um Hill mais solto que nos discos precedentes. O disco foi reeditado em 2005 pela Test of Time Records ........ This is the third release of Andrew Hill’s work for Test of Time Records after Hommage and Nefertiti. All five tracks featured in this album are Hill’s originals. Andrew Hill’s rich soundscapes are taken to another level in the form of a quartet. Accompanying him are Chris White on bass, Leroy Williams on drums, and Jimmy Vass on soprano sax / alto sax / flute. These are the same players who performed on another Andrew Hill album recorded later in 1975 called Divine Revelations from Steeple Chase Records. Enjoy the imaginative and challenging compositional style of Andrew Hill that has withstood the test of time. - 441 Records
Pharoah Sanders, Pharoah (India Navigation, 1976)
1. Harvest Time; 2. Love Will Find A Way; 3. Memouies of Edith Johnson
Pharoah Sanders_saxofone tenor, voz, percussão
Lawrence Killian_percussão
Steve Neil_contrabaixo
Munoz_guitarra
Jiggs Chase_órgão
Greg Bandy_bateria
Bedria Sanders_harmonium
Está longe de se parecer com o melhor e mais excitante
Pharoah Sanders, este
Pharoah saído em 1976 na India Navigation. Ainda assim merece ouvido atento. Parece que Sanders andava a ouvir Santana e a Mahavishnu Orchestra, de John McLaughlin, a julgar pela amostra. Lembra também a
Mother Alice Coltrane. O certo é que o saxofonista parecia andar à procura de um caminho, depois de ter sido
The Son de John Coltrane e de ter seguido a via inspirada no mentor, extensivamente documentada na
Impulse!. Além da improvisação
groovy, tem interesse ouvir o som do seu tenor em registo menos extremo que aquele que lhe ficou colado à pele, num contexto com órgão e guitarra. De uma ingenuidade comovente. E mais, Pharoah canta
Love Will Find A Way. O LP é hoje uma raridade.
Aida. Há quem diga que sim, que é o melhor, o
opus magnum. Sinceramente, não sei. São muitos e bons os solos de
Derek Bailey (discos a solo, bem entendido), rememorando apenas os
Incus,
Emanem e
Tzadik, por exemplo, ou o póstumo na
Samadhisound (
To Play: The Blemish Sessions). Fazer afirmações categóricas desta natureza é atrevimento estulto. É possível que o seja: "
Aida is possibly the finest of
Bailey's several solo LPs, records that forever changed what it meant for a guitarist to play alone. He transforms the guitar into a small orchestra of strings and percussion; the music is simultaneously lyrical and aggressive (lyrically aggressive? aggressively lyrical?)". Um comentário interessante é o de
Christoph Cox, que entre outras coisas, sobre
Aida, disco de guitarra acústica solo, escreveu ainda o seguinte: "To the listener straining for points of reference, slices of Japanese koto, punk rock, country blues, flamenco, and folk guitar might seem to surface momentarily only to dissolve again, as Bailey draws his lines of escape from all habit, cliché, and resolution".
Derek Bailey. Aida: Paris (19.00), Niigata snow (06.00), An echo in another's mind (14.00). Gravado em Paris e Londres, em 1980; editado pela Incus em 1988 ("Dedicated to the memory of Aida Akira 1946-1978"). Em memória de Derek Bailey (1930-2005).
Imagens e textos do caderno de apontamentos de Dennis González, tomados em diferentes momentos on the road: durante a digressão americana (Costa Este) com os Yells at Eels e Rodrigo Amado, realizada no Verão de 2006; aquando da actuação em Portugal com os Lisbon Improvisation Players (Rodrigo Amado, Zé Eduardo e Bruno Pedroso), em Valado dos Frades, Abril de 2007; outra vez com os LIP em Montemor; e um pequeno excerto da actuação do trompetista no TONIC, Nova Iorque, em 2003.
A commemorative short road film by the trumpeter of the group Yells At Eels focusing on the three other members of the quartet on a jazz tour on the East Coast Summer of 2006.
A short film that takes you on the road with the Lisbon Improvisation Players to Valado dos Frades Jazz Festival in Portugal. Filmed from the group's trumpeter's point of view, it commemorates that time in visual and audio images.
We continue our roadtrip with the Lisbon Improvisation Players, this time as they perform in the shadow of the great castle in Montemor-o-Velho, Portugal...Video by the quartet's trumpeter, Dennis González.
In 2003, Dennis González played the Temple of New Jazz, Tonic, in New York. Here is a movement from the song "Afrikanu", where Dennis solos his ass off. Video footage courtesy Downtown Music Gallery.
Terceira incursão do
Jazz on 3 no programa da recente edição do
Cheltenham Jazz Festival, dedicada ao concerto que o novaiorquino
Claudia Quintet deu na Town Hall Pillar Room, no passado 5 de Maio. O quinteto de
John Hollenbeck foi a Inglaterra dar a conhecer ao vivo o mais recente
For, por entre temas dos discos anteriores e composições que hão-de fazer parte do próximo. Hollenbeck conta o que se passa com o Claudia 5tet na entrevista que deu a
Jez Nelson, que também passa na emissão de hoje à noite, acessível durante toda a semana via
webcast na
Radio 3, da
BBC.
Disco 3000, gravado em Itália em 1978. Extravagante improvisação caleidoscópica alienígena. Sun Ra toca piano, órgão e Crumar Mainman drum box, uma caixa de ritmos que era novidade para a época e com a qual o músico experimentou interessantes possibilidades de repetição, tremolo e vertigem rítmica; John Gilmore, saxofone tenor; Michael Ray, trompete; e Luqman Ali, bateria. Quatro temas: Disco 3000, enche o lado A do LP, já se atira para os 26 minutos de duração. Por volta dos 5 minutos de exposição há uma breve passagem por Space Is the Place, o mais conhecido dos hinos de Sun Ra, cantado pelo quarteto. O lado B preenche-se com a dupla Third Planet e Friendly Galaxy, que inclui um solo impressionante de John Gilmore, que não fica trás do solo de Disco 3000, e com Dance of the Cosmo-Aliens. LP Saturn CMIJ 78. Faz para com outro disco extraordinário, Media Dreams, gravado durante a mesma estadia italiana, a fazer jus ao pico criativo do artista anteriormente conhecido por Herman Poole Blount – os seventies. Bizarro, surpreendente, inclassificável, fora do comum? Isso, e tudo o que é costume dizer-se do criador. Da mesma época, Cosmos, Sleeping Beauty, Sound Mirror e Lanquidity sublinham a grande arte de Sun Ra. Disco 3000 foi reeditado o ano passado em vinyl de 180 gramas pela britânica Art Yard, com tiragem reduzida. O velho Saturn, convenientemente rippado, tem dado para o gasto e para o gosto, enquanto não chega uma edição em CD da Evidence, por exemplo.
The Mysteries Of Mr. Ra
Boas ondas agitam o meio jazzístico português de tempos a tempos. A que ontem à noite bateu na praia de Belém veio de um grupo que já circula há algum tempo por esses palcos fora e que, segundo os ecos que vão chegando, tem causado boa impressão junto do público aficionado: o Luís Lopes Humanization Quartet. A noite em que travámos o tão aguardado encontro foi a de ontem, em mais uma edição de Jazz às 5ªs, na Cafetaria Quadrante, do Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Enquanto quarteto, digo, posto que, individualmente, estou familiarizado com os vários projectos e incursões avulso destes quatro improvisadores: Luís Lopes (guitarra), Rodrigo Amado (saxofone tenor), Aaron González (contrabaixo) e Stefan González (bateria), os sendo os dois últimos os rebentos do grande trompetista de Dallas, Texas, Dennis González. Muito interessante em razão dos resultados, esta convergência de esforços luso-americanos que, posta em movimento, deixou à evidência o intenso trabalho de preparação, ensaios, concertos e toda a rodagem que faz soar o Humanization Quartet como um organismo vivo, praticante de um jazz no qual o groove é quem mais ordena. Daí a fervura que levantaram e a segurança com que evoluíram, a evidenciar algumas notas importantes, de que destacam a fluência discursiva e a gana com que atiraram ao trabalho, sem hesitações nem engasgamentos; o notável sentido de tempo e de oportunidade de ataque e retirada; as excelentes trocas de informação e instigação recíproca sobre inesperadas mudanças de tempo; a naturalidade com que incorporaram, processaram e devolveram marcas e memórias de vários géneros musicais – o LLHQ é um ser omnívoro que pratica uma dieta rica em vitaminas que lhe vêm do rock, dos blues e do jazz, influências que o grupo transcende –; e, finalmente, o som cru e intencionalmente “sujo”, de belo efeito estético e irresistível apelo.
Partindo das estruturas escritas por Luís Lopes – um naipe de boas composições amigas do ouvido – o quarteto assentou o seu programa de improvisação fundamentalmente sobre a base rítmica endiabrada criada pelos manos González, potente propulsor de duas cabeças, ideal para embalar Luís Lopes e deixá-lo soltar o melhor do seu groove moderno e inventivo, ele que na prática se assume como um guitarrista que se quer não guitarrístico na abordagem, e o chamejante Rodrigo Amado, que deu largas à elevada gama tímbrica e potência sonora que extrai do seu instrumento. Entusiasma sentir e perceber como estes músicos se atiram com paixão ao que estão a fazer, rasgam pano sem medo de se atirarem para a frente, com equilíbrio e proporção, inteligência e ousadia ao serviço duma prática musical rica de variações dinâmicas, mudanças de velocidade, drive, potência sonora, improvisação vigorosa, de enorme plasticidade no seu conjunto, que fomenta a criatividade free dentro das estruturas e permite ampla liberdade de expressão e de movimentos. Música espumante, naturalmente gaseificada. Sábado 26, o quarteto ataca na ZDB, em Lisboa.
Stefan González, Aaron González e Luís Lopes
(Foto: Cristina Cortez)
digitalbiotope independent netlabel dedicated to improvised & experimental music_
improvisation / electroacoustic / experimental electronica / comtemporary audio / video
Michael Trommer, Sleeping Satellites. Drones, percussões, field recordings, texturas arrevesadas, ruído, electrónica ambiental ... um vasto mundo de possibilidades sonoras a ter em conta. Do Canadá, via Test Tube.
Variable Geometry Orchestra ernesto rodrigues, violin, viola, direction; guilherme rodrigues, cello; hernâni faustino, double bass; sei miguel, pocket trumpet; eduardo chagas, trombone; miguel bernardo, clarinet; alípio c. neto, tenor saxophone; nuno torres, alto saxophone; jorge lampreia, soprano saxophone, flute; rui horta santos, electric guitar; armando pereira, accordeon; adriana sá, electronics; rafael toral, electronics; jorge trindade, tapes; césar burago, percussion; monsieur trinité, percussion; josé oliveira, drums. (Photo: Rui Portugal)
AFFENHAND, Rodrigo Amado, DIDGIN'... no IST, Lx, a 26 de Maio.... Rádio Zero
Na ZDB, Sábado 02 de Junho, às 23h00
The_way_ahead_sessions
John Butcher (UK)
Telectu (PT)
John Butcher
A par de músicos como Evan Parker ou Derek Bailey, o saxofonista John Butcher é uma das figuras essenciais da livre-improvisação britânica dos últimos 50 anos. As suas explorações nos terrenos da microtonalidade, da amplificação e do feedback, essencialmente em saxofones tenor e soprano, têm-no conduzido através de um amplíssimo espectro sonoro, frequentemente no contexto de inflamatórias performances a solo, formato a que tem vindo a dar particular relevância desde o início dos anos 90.
Telectu
Duo de Jorge Lima Barreto e Vítor Rua, os Telectu possuem um celebrado corpo de trabalho de enorme importância no universo das novas músicas, cruzando-se com tangentes da música contemporânea, livre-improvisação e exploração electroacústica. Já actuaram com celebradíssimos nomes, casos de Sunny Murray, John Edwards, John Butcher, Eddie Prèvost, Ikue Mori, Jac Berrocal, Chris Cutler, Elliott Sharp, Evan Parker ou Louis Sclavis.
Galeria Zé dos Bois, Rua da Barroca (Bairro Alto), Lisboa
Steuart Liebig, contrabaixista e compositor de ofício, não é dos nomes que no panorama do jazz/improv actual mais entre pelos ouvidos dentro. Menos por falta de interesse da sua música, que por nele repararem os media, generalistas ou especializados. É mais um segredo bem guardado de Ventura, Califórnia. No entanto, uma leitura atenta das contracapas de alguns dos discos mais importantes que têm vindo ao mundo a partir daquelas paragens, revela que Stuart Liebig tem estado em grande actividade, tanto no desenvolvimento dos seus próprios projectos, como na colaboração com gente da estirpe de Vinny Golia e outros papas da música improvisada da Costa Oeste dos EUA. Para Sulphur (enxofre) - nome que evoca algo essencial tanto à vida da células como à morte dos seres vivos, elemento químico que, por exemplo entra na composição de fertilizantes, pólvora ou insecticidas -, Steuart Liebig escreveu três peças fragmentadas, Kaleidoskope (44’44), subdividida em 23 miniaturas. De tonalidades escuras, a peça desenvolve-se com um grande painel de mosaico, construído pedaço a pedaço e organizado segundo os princípios da forma poética japonesa Haiku: depuração, beleza, simplicidade e fluência. The Cherry Blossom is Only Perfect When it’s Falling From the Tree (17’16), também segue a forma poética, só que aqui a composição é em terza rima, ABA, BCB, CDC, etc, e apresenta-se como um movimento contínuo subdividido em 13 partes, formando palíndromos harmónicos. Necrological Pieties (4’16), tema que encerra Sulphur, peça de dança, foi escrita para a coreógrafa e bailarina Shuriu Lu, e privilegia o uso de técnicas extensivas de todos os instrumentos. Música centrada na fala colectiva, de onde se autonomizam as vozes solistas, como forma de avançar no terreno, ocupar novos espaços, onde o colectivo se reagrupa para de novo levantar ferro e estabelecer-se mais adiante. Steuart Liebig (baixo), Andrew Pask (clarinete e clarinete baixo), Sara Schoenbeck (fagote) e Brad Dutz (bateria, marimba e percussão), formam um pequeno grupo de câmara – o quarteto MINIM – companhia ideal para dar sequência a este projecto musical, que para Braxton caminha e de Braxton regressa ao ponto de partida, vivendo por dentro do cruzamento de linguagens. De todas, a new music é a que mais se fala, em concomitância com o afluente do jazz post-bop, numa confecção que se pode designar genericamente por moderna improvisação West Coast. Gravação de 2007, editada pela pfMENTUM com produção de Jeff Kaiser.
(1995)
Peace Prayer [2:24]; Panoramic [3:35]; Sun Love [4:34]; Kepler's Groove [7:10];
C.T. [4:29]; Turned Around [4:36]; Emerging Light [5:16]; Warm [5:45]
Glenn Spearman_saxofone tenor
Larry Giustino_guitarra
Stevens St. Clair_contrabaixo
Spirit_bateria, percussão
"4x3 é quanto mede o estúdio da rádio zero, onde músicos da cena experimental/alternativa portuguesa se expõem sem preconceitos. O programa é mensal (4º sábado de cada mês) e vai já na 5ª edição. Por lá já passaram Out Level, Paulo Raposo e André Gonçalves, DOPO e Tsuki. Na próxima emissão (dia 26 de Maio) é a vez de Affenhand (em directo da Áustria), Rodrigo Amado e Stefan González (ao vivo no técnico) e DIDGIN'. O mentor do projecto é Pedro Lopes (o autor do programa A New Kind Of Blue na mesma radio)". - André Pintado
Variable Geometry Orchestra - Live at ZDB
ernesto_rodrigues violin, viola , direction; pedro_costa violin; guilherme_rodrigues cello; hernâni_faustino double bass; sei_miguel pocket trumpet; eduardo_chagas trombone; eduardo_lála trombone; miguel_bernardo clarinet; jorge_lampreia flute, soprano saxophone; nuno_torres alto saxophone; rui_horta_santos tenor saxophone; alípio_c._neto tenor saxophone; rodrigo_amado baritone saxophone; luís_lopes electric guitar; ivan_cabral didgeridoo; jorge_trindade tapes; adriana_sá brazilian harp, electronics; carlos_santos electronics; rafael_toral electronics; plan turtables; peter_baastian poetry; armando_gonçalves_pereira melodica; miguel_martins melodica, xylophone, percussion; césar_burago percussion; josé_oliveira drums.
video recorded at zdb gallery, in lisbon, by nuno moita on april 1, 2006.
Sun Ra - Featuring Pharoah Sanders and Black Harold
Chris Capers, Al Evans, Black Harold, Teddy Nance, Bernard Pettaway, Marshall Allen, Danny Davis, Pharoah Sanders, Pat Patrick, Robert Cummings, Sun Ra, Alan Silva, Clifford Jarvis, Art Jenkins. - Nova Iorque, 31.12.1964
Ciclo de concertos do Luís Lopes HUMANIZATION Quartet, de Maio a Junho - Luís Lopes (guitarra eléctrica); Rodrigo Amado (saxofone tenor); Aaron González (contrabaixo); e Stefan González (bateria).
O HUMANIZATION 4TET é um jazz combo orgânico, luso-americano, que junta dois músicos portugueses, o guitarrista Luís Lopes e o saxofonista Rodrigo Amado, a dois músicos norte-americanos, Aaron e Stefan Gonzalez, respectivamente contrabaixista e baterista, filhos do trompetista Dennis González. São quatro músicos oriundos do jazz e da música improvisada com percursos que não dispensam a passagem pelos mais variados estilos musicais como o rock/pop, o blues, o hip-hop e o punk. O grupo apresenta seis composições de Luís Lopes cunhadas pela interacção triangular de Performers – Composição – Improvisação, criando uma textura densa e homogénea que constrói/desconstrói o(s) jazz(es) obedecendo a uma estética de música criativa universal como forma de expressão artística.
Ravi Coltrane homenageou a mãe,
Alice Coltrane (‘Mother of Many’), falecida Janeiro passado. Foi em Nova Iorque, quinta-feira passada, durante a
Alice Coltrane Ascension Ceremony, que teve lugar na catedral de St. John the Divine. Na foto, o filho de Alice e de
John Coltrane,
Ravi Coltrane (saxofone soprano) e
Jack DeJohnette (bateria).
Foto: Hiroyuki Ito.
O contrabaixista norte-americano Mark Helias dirige o trio Open Loose, com Tony Malaby (saxofone tenor) e Tom Rainey (bateria). Ellery Eskelin (saxofone tenor) dá uma mãozinha num tema. Nada de novo, tudo de novo, sempre que esta gente se põe ao trabalho. Dentro da tradição, fora da tradição, a descrever linhas escritas ou a improvisar, power trio ou melodia swingante, tanto dá. A musicalidade, a liberdade de criar dentro e fora de parâmetros pré-definidos, e a coesão do grupo são uma constante. Aspecto fundamental: o som espesso e rústico de Tony Malaby é um caso raro. Jazz moderno, no sentido que se lhe pode dar neste tempo, é isto. Atomic Clock data do ano passado, com edição da Radio Legs Music. Fortíssimo, como já o eram Verbs of Will (Radio Legs Music) e New School (Enja), os anteriores discos do trio Open Loose. “Too many people give up on doing something in life that really inspires them. Don’t watch CNN, don’t watch Fox News, don’t watch stupid television shows - read some books, go to the theater, go hear music, speak with your friends, have experiences that are real… People think self-expression is a provenance of the arts, but it’s not, that’s where it gets worked out in a lot of cases, but everybody should be into self-expression". - Mark Helias
Open Loose
A ouvir com a atenção... Mother, Live at Barnsdall Art Park: "An ongoing project to learn more about the nature of sound and the auditory ties we all have to the emotional experiences of our lives. (...) Mother is an attempt to push the concept of story telling as far away from song writing as possible and still communicate to the listener". - Chris Komashko (Mother), citado por Pedro Leitão, da Test Tube.
Ainda a tempo...
Bitches Brew tem
Bennie Maupin. E também
Jack Johnson,
Big Fun e
On the Corner. A gente tende a esquecer-se dos "pormenores" que às vezes fazem a diferença. Maupin é muito mais que um pormenor, um
pormaior no que respeita ao clarinete baixo. O veterano mantém-se no activo e a rodar. Na última edição do
Cheltenham Jazz Festival, Bennie actuou com o seu
Ensemble no britânico Everyman Theatre, a 6 de Maio, e parece que foi de arromba, a julgar pelos rumores. A edição desta semana do
Jazz on 3 passa a gravação desse concerto, que serviu para apresentar o álbum
Penumbra, de há um ano, com
Darek Oles,
Michael Stephans e
Munyungo Jackson. Na mesma emissão John Fordham entrevista Bennie Maupin.
Estreia ao vivo de YO MILES!, grupo de Henry Kaiser e Wadada Leo Smith, a 21 de Outubro de 1999, no Fillmore Auditorium de S. Francisco (San Francisco Jazz Festival). Recriação das composições originais de Miles Davis, de entre 1973 e 1975. Henry Kaiser, guitarra; Wadada Leo Smith, trompete; Zakir Hussein, tablas; Michael Manring, baixo eléctrico; Nels Cline, guitarra; Chris Muir, guitarra; Alex Cline, bateria; Tom Coster, teclados; ROVA Saxophone Quartet - Bruce Ackley, Steve Adams, Jon Raskin e Larry Ochs.
Yesternow Part 1 > Right Off > Agharta Prelude; Black Satin; Great Ancestor Part 1 > Calypso Frelimo > Ife > Great Expectations > Ife; Right Off Parts 4 & 5; Encore: Hollywuud / Big Fun
Salvem a crítica…
O Ípsilon, suplemento do jornal Público, que agora anda à caça de talentos, abre hoje com a notícia de que o americano National Book Critics Circle está empenhado numa campanha para salvar a crítica literária. Dessa campanha fazem parte ideias como mandar cartas aos directores dos periódicos que mais ou menos ostensivamente vão comendo espaço à crítica de livros, participar nos debates e discussões organizados por livrarias, inscrever-se num clube do livro, criar um blog para agitar o marasmo, e por aí adiante. Isto, na América. Por cá, os dois jornais diários que já valeu a pena ler (Público e DN) estão como estão, o primeiro a correiodamanhãzar-se a passos largos (Deus tenha a sua alma em descanso...), o segundo a vinte-e-quatrohorizar-se sem vergonha nenhuma, o que significa, entre outras coisas, que o espaço dos livros e da literatura tem mirrado a olhos vistos. As razões são por demais conhecidas e entroncam na baixa circulação de jornais, nos envergonhantes hábitos de leitura da população portuguesa, na baixa educação, no baixo poder de compra, mas também (sobretudo?) na baixa cultura e educação de donos e directores de jornais - muito de tudo, claro. E quanto à crítica musical? Aí vamos de mal a pior. O suplemento cultural do Diário de Notícias ardeu (era muito elitista e incompreensível para o Sr. Oliveira, patrão à moda antiga). Nesta matéria, diga-se em abono da verdade que não se deu pela perda, pelo menos no que à música improvisada (jazz incluído) diz respeito. O que abundava era a sempiterna cultura pop massificada, semanalmente servida aos leitores como enlatado que se consome e esquece no próprio dia, que para mais não presta. Na semana seguinte havia mais uma dose e tudo parecia andar no mais ilusório Galopim. No Público passava-se continua a passar-se mutatis mutandis o mesmo (o estilo "ombro do teu cão" veio para ficar), salvos os períodos que foram do cada vez mais saudoso Fernando Magalhães e, mais recentemente, de Rodrigo Amado. Fora isso, popalhada da mais vulgar e esteticamente irrelevante, o habitual nicho da clássica… e estamos conversados. Se a crítica literária se pode queixar, a crítica musical, de tão tíbia e insignificante, nem voz tem para se lamuriar. Isto quanto aos diários. Nos semanários é diferente: o Expresso enquistou há 30 anos e o Sol não tem queda nem nasceu para a música.
Frank Zappa & The Mothers of Invention - King Kong (BBC 1968)
"Information is not knowledge / Knowledge is not wisdom / Wisdom is not truth / Truth is not beauty / Beauty is not love / Love is not music / Music is THE BEST" - F.Z.
"Na história da música contemporânea há um capítulo que é, seguramente, um dos mais marcantes: o jazz, pela sua musicalidade, envolvência, experimentação, improviso e genialidade. Por ser contemporâneo, vários dos seus grandes mestres pisam hoje os palcos, dedilham os contrabaixos e os pianos perante os nossos olhos. Muitos desses grandes nomes, como Jason Moran and the Bandwagon, Brad Mehldau ou o genial Keith Jarret, passaram pelo CCB recentemente. Agora, para além da temporada de concertos dedicada ao género que tantas influências têm colhido e semeado, a partir de Maio e até Setembro, todas as quintas-feiras há jazz no CCB.
Uma vez por semana, a Cafetaria Quadrante recebe um concerto e transforma-se em clube de jazz, num ambiente dinâmico, confortável e de convívio. No espaço de entrada pode-se refrescar com uma bebida enquanto se deixa contagiar pela música que vem da outra sala, assistir aí ao concerto ou, se preferir, sob as estrelas das primeiras noites quentes do ano, na varanda que estará aberta sobre o rio.
Quintas-Feiras, a partir das 22H45 // Cafetaria Quadrante // Entrada Livre
HOJE: EVAN PARKER, HERB ROBERTSON E AGUSTÍ FERNÁNDEZ
We would like to announce our next workshop: "New Sounds and Concepts in Modern Jazz", which will take place in Faro on the 12th & 13th of July 07.
The teachers line up will be Zé Eduardo’s Unit: Jesús Santandreu - tenor saxophone, Zé Eduardo - double bass & Bruno Pedroso - drums.
Passada a metade da sétima década de vida, a actividade criativa de Fred Anderson continua a causar espanto. Ao mesmo tempo que preparou a reabertura do seu mítico espaço de Chicago, o clube Velvet Lounge que dirige há mais de 25 anos, onde serviu ao balcão e tocou saxofone com quem aparecia – e aparecia muita gente para tocar – Fred Anderson permanece febrilmente activo, com o seu inconfundível saxofone tenor, que privilegia registos médios e soa tanto a AACM como ao espírito cultivado por John Coltrane e Pharoah Sanders. Retomado o convívio com os antigos companheiros de lide, Fred Anderson gravou este ano From the River to the Ocean, provavelmente o disco mais eclético e estilisticamente diversificado que se lhe conhece, bem dentro do espírito mais genuíno da escola AACM. Dela emergiram sucessivas gerações de músicos, como é o caso do baterista Hamid Drake, com quem Anderson mantém uma relação musical há 30 anos, e de novo assume o papel de co-autor. Isto porque o disco é essencialmente fruto da profícua colaboração entre os outrora mestre e pupilo, e emerge da plena comunicação espiritual entre os dois criadores – magnífica ponte entre gerações –, a que se soma o imenso talento do contrabaixista Harrison Bankhead (8 Bold Souls, Frequency, também em piano e violoncelo), do guitarrista Jeff Parker (Chicago Underground, Tortoise e Isotope 217), e do contrabaixista Josh Abrams (Town and Country, Sticks and Stones, Prefuse 73). From the River to the Ocean, disco consistente e bem construído, apela às coisas do espírito, com uma atmosfera de serenidade contemplativa, temperada de blues profunda e intensamente vividos, e influências afro-orientais. Jazz, swing, groove, bop, free e world em recriação inventiva, que liga o momento presente, a tradição e o devir numa linha de continuidade sem fim à vista. From the River to the Ocean irá certamente marcar esta época. Para já, conta-se entre os melhores de 2007. Edição da Thrill Jockey, com distribuição lusa pela Dwitza.
The release of this CD marks the 50th anniversary of Sainkho Namchylak, the extraordinary and totally unique artist from Tuva. Nomad is a compilation consisting of 14 songs presenting Sainkho in different contexts from solo to big-band and in different styles of singing accompanied by different sets of musicians. Almost half of the songs have never been released in the West before. Prepare yourself for the most beautiful melodies followed by the most extraordinary sounds which can be produced by the only singer on this planet - Sainkho Namchylak. - Leo Records
[insub17] ADRIÁN JUÁREZ sandias correntinas
Adrián Juárez: guitars, bows, n'vique, latex,
metals, voices, percussion and other objects
[Insubordinations]
[insub15] ROSA LUXEMBURG NEW QUINTET topophonies
Heddy Boubaker: alto saxophon
Fabien Duscombs: drums, percussion, objects
Françoise Guerlin: voice, text
Piero Pepin: trumpet, melodica, objects
Marc Perrenoud: doublebass, electric guitare
recorded live at café du Burgaud, 24th & 25th february 2006
[Insubordinations]
Jazz em Agosto 2007 – 3 a 11 AgostoPianos, Baixos, Tubas & Vozes é o tema que enquadra o painel de conhecidos músicos, Europeus e Americanos, personalidades relevantes no actual mundo do jazz, presentes na edição deste ano do Jazz em Agosto. Em formações diversas, do solo à orquestra, as actuações previstas ocuparão os vários espaços da Fundação Calouste Gulbenkian: Grande Auditório (1,200 lugares), Auditório 2 (350), Auditório 3 (134), Anfiteatro ao Ar Livre (1,000) e Sala Polivalente (140), de 3 a 11 Agosto (interrompe a 6, 7 e 8). A edição deste ano apresenta também dois filmes sobre músicos inovadores da História do jazz bem como duas conferências proferidas pelos próprios músicos.
O jazz tem-se mantido em consonância com a civilização. Nos nossos dias ele é fractal, caleidoscópico e, sobretudo, livre de preconceitos. No seu género, o Jazz em Agosto oferece uma melhor compreensão do jazz de hoje, desafiando o público a alargar o leque da sua percepção estética.
Programa completo do Jazz em Agosto 2007 disponível em breve.
Tiner / Baggetta / Filiano / Ligeti: In Brooklyn
Recorded at Goodbye Blue Monday, in Brooklyn, NY, January 11, 2007
1. Part 1 (22:37)
2. Part 2 (21:51)
Kris Tiner (trumpet), Mike Baggetta (guitar/effects), Ken Filiano (bass), Lukas Ligeti (drums & percussion). Recorded from the stage using a Rode NT4 stereo microphone direct to the PreSonus Firebox to a G4 PowerBook running Logic Pro.
Free Improvisation. Editado pela Deutsche Grammophon em 1974, o disco pretendeu servir de amostra representativa da livre-improvisação europeia de meados dos anos 70, através da música de três grupos distintos: o francês New Phonic Art, o britânico Iskra 1903, e o alemão Wired. New Phonic Art, um quarteto, reuniu a nata dos compositores da época, como Michel Portal, Vinko Globokar, o argentino Carlos Roqué Alsina, e Jean-Pierre Drouet. Iskra 1903, trio formado em 1970, foi tendo diferentes line-ups nas décadas subsequentes. Correspondeu ao convite da casa de discos alemã com a sua formação original - Derek Bailey, Barry Guy e Paul Rutherford. Finalmente, Wired, quarteto germânico composto por Mike Ranta, Karl-Heinz Böttner, Mike Lewis e Conny Plank. Três em um de três em pipa.
Fundado em 1972, o Schlippenbach Trio editou logo nesse ano uma obra-prima da música improvisada, Pakistani Pomade (FMP). A seguir, e durante um relativamente longo período, o trio passou a quarteto com a adição alternada de dois contrabaixistas: Peter Kowald e Alan Silva. Foi a época de Three Nails Left (FMP, 1974) e de The Hidden Peak (FMP, 1977), com Kowald; e de Das Hohe Lied (Po Torch, 1981) e Anticlockwise (FMP, 1982), com Alan Silva. De volta à formação original, posto termo ao interregno com contrabaixista, o trio gravou este Detto Fra di Noi (Po Torch, 1982), a 21 de Junho de 1981, no Teatro Verdi, em Pisa, Itália - um regresso mais que feliz à pura forma do triângulo. Seguiu-se uma década ininterrupta de participações em concertos e festivais, até à gravação de um dos escassos discos de estúdio, Elf Bagatellen (1990), de um novo live, Physics (1991), seguido de outros dois ao vivo, Complete Combustion (1998) e o duplo CD Swinging the BIM (1998), a somar à participação em 2X3=5 (1999). Detto Fra di Noi inscreve-se nesta linha de continuidade de grandes discos ao vivo, o elemento por excelência da sua expressão estética, o meio ideal para afirmar o universo da criação espontânea de uma das mais importantes formações da livre-improvisação europeia - o Schlippenbach Trio.