Há um mês ou dois já aqui tinha falado na estreia de um novo quarteto, The Engines, que lançou recentemente um disco homónimo na Okka Disk. Baseados em Chicago, Jeb Bishop (trombone), Dave Rempis (saxofones alto, tenor e barítono), Nate McBride (contrabaixo e baixo eléctrico) e Tim Daisy (bateria) são quatro dos mais activos e conhecidos músicos da geração dos 30 anos, já a bater nos 40. O quarteto formou-se em 2005, ainda sem Bishop, que entrou para um concerto e foi-se deixando ficar. O circuito de rodagem deste 'motor', que culminaria na gravação do disco, tem sido a terra que o viu nascer e tudo à volta da Windy City. O que têm de comum estes quatro distintos cavalheiros, além de serem todos músicos de primeira; sem descurar uma boa melodia, possuírem um gosto comum pelo jazz moderno com arestas e rugosidades; terem o gosto variado quanto ao que ouvem; serem quase todos oriundos de Chicago (Nate McBride é da Carolina do Norte e tem estado a viver em Boston) ... é claro, a companhia de Ken Vandermark! Vantagem e desvantagem, tanto quanto me é dado ouvir. Porque, se por um lado o grupo já nasceu com alto nível de rendimento colectivo, fruto das muitas andanças em que os quatro, em pacote ou em separado, se têm visto; por outro, e no que ao disco diz respeito, o fantasma de Vandermark paira ao longo dos 73 minutos de duração de The Engines, tão forte é a influência estilística, instrumental e composicional que o saxofonista e clarinetista tem vindo a exercer sobre os (seus) rapazes. Quer-me até parecer que o grupo está hesitante entre ser uma espécie de Vandermark 5, sem o dito, e uma versão menos vincada do Spaceways Incorporated. Fora este problema de identidade, a resolver ou não (é lá com eles), a música é boa, os músicos excelentes e The Engines soa bem e fresco. A gravação é de Julho de 2006. Bishop - Rempis - McBride - Daisy