Está pronta a sair, a mais recente obra de grande fundo de
Anthony Braxton,
9 Compositions (Iridium) 2006 – nove CDs e um DVD contendo a integral das gravações realizadas na Primavera passada pelo
12teto + 1 de A. Braxton, no
Iridium Jazz Club de Nova Iorque. O Lançamento oficial está marcado para 3 de Abril, na
Firehouse 12 Records, de
Nick Lloyd e
Taylor Ho Bynum. A edição de
9 Compositions (Iridium) 2006 inclui a estreia das
Compositions 350 a
358, que corresponde ao fecho do ciclo
Ghost Trance Music (GTM), iniciado há 11 anos, e um documentário em DVD sobre a preparação e execução das obras, com um conjunto de documentos inéditos e excertos de actuações ao vivo do
12teto + 1 (Anthony Braxton, Mary Halvorson, Nicole Mitchell, Sara Schoenbeck, Reut Regev, Carl Testa, James Fei, Andrew Raffo Dewar, Jay Rozen, Stephen H. Lehman, Jessica Pavone, Aaron Siegel e Taylor Ho Bynum). Na
Downtown Music Gallery haverá sessão de autógrafos, e as primeiras encomendas via net receberão cópias autografadas pelo autor. Anthony Braxton tem estado a actuar no Iridium desde 29 de Março, numa curta residência que durará até 1 de Abril.
Dave Douglas: "
Going to hear Anthony Braxton in Times Square is a unique event. The quizzical looks of tourists who just happened to come down for this set and seem to be asking themselves if this is some sort of introduction to something else or if in fact this is the thing itself. Rapt listeners aware that we are in for a very special treat. The tension was palpable, and it was inspiring to think that after all these years of brilliance-years of composing, performing, teaching, writing, living-this man is still on the front edge of what it means to hear new music, to be in time, to exist. There is a power in this music that urges us to do better, to learn, to grow, to change and adapt. To excel in each moment."
John Kelman (AllAboutJazz.com): "
Braxton is one of the past forty years' great radical musical thinkers. He simply operates on a different plane than the vast majority, and his compositions reflect the kind of rich complexity that is so beyond the conventional that one really has to listen to them with a different set of ears".
Chris Kelsey (All Music Guide): "
The multi-reedist/composer might very well be jazz's last bona fide genius. The best of his work is on a level with any art music of the late 20th century, jazz or classical".
No Jazz on 3 de hoje, Jez Nelson apresenta um concerto dos Digital Primitives, trio de Assif Tsahar (à direita na foto), gravado no Tea Lounge, em Brooklyn. O israelita de nascimento toca saxofone tenor e clarinete baixo, Cooper-Moore (ao centro), piano e uma série de cordofones, flautas e percussões por si inventados; e Chad Taylor, do Chicago Underground Duo (à esquerda), bateria e percussão, tal como no disco homónimo publicado o ano passado pela Hopscotch, editora que Tsahar fundou e dirige em Nova Iorque. Não se espera nada menos que uma música intensa, tributária da tradição afro-americana, algo muito impregnado das estéticas vanguardistas de Nova Iorque e de Chicago. O trio actua no próximo Abril em Londres, no âmbito do festival All Tomorrow's Parties.
Bending Corners - a monthly jazz~n~groove podcast of jazz and jazz-inspired grooves. If you enjoy the groove side of all things "jazz", this is your thang. Mistura de Março: Mike Westbrook, Metropolis; Chick Corea, Guijira; Kenny Clark / Francy Boland, Sakara; McCoy Tyner, African Village; Max Roach, Effi; Pierre Leduc, Soya; Sadik Hakim, Greek Street Break In; Medeski, Martin & Wood, Your Lady; Nostalgia 77 Octet, Desert Fairy Princess.
Os
Blue Notes Dudu Pukwana,
Chris McGregor,
Johnny Dyani e
Louis Moholo, num disco assombroso, gravado ao vivo no 100 Club, de Londres, em Abril de 1977, simpaticamente colocado ao nosso dispor pelo
Templo.
Blue Notes In Concert, Vol. 1.
Depois da Blue Note, editora que lhe deu nome e projecção, no final da década de 60 Joe Henderson assinou pela concorrente Milestone. Esta casa, que o recebeu bem e lhe abriu as portas à experimentação, permitiu-lhe pôr em prática as ideias pessoais que trazia consigo e expôs no extenso catálogo que lá deixou, influenciado pelas que circulavam nos mundos DC (Depois de Coltrane) e AME (Antes de Miles Eléctrico). Electricidade é a palavra de ordem neste Power To The People (Milestone, 1969). A reedição é do Concord Music Group, inserida na Keepnews Collection. De Orrin Keepnews, o fundador de Milestone em 1966, são as notas incluídas na edição original em LP, reproduzidas no CD. Comum às duas fases (Blue Note e Milestone) é o característico fraseado de Joe Henderson, tal como fenomenal sentido de tempo e a capacidade de explodir nos momentos de maior tensão, equilibrando arestas aguçadas com ângulos arredondados. Power To The People é bom de ponta a ponta. O estilo varia entre o hard bop em fim de ciclo e respira as novidades que chegavam dos lados do jazz eléctrico, de que Miles viria a ser a figura central, a partir de 1969. Com Henderson toca um super-grupo formado por Mike Lawrence (trompete em dois temas), Herbie Hancock (pianos, eléctrico e acústico), Ron Carter (contrabaixo e baixo eléctrico) e Jack DeJohnette (bateria).
Sun Ra: Collected Works Vol. 1 - Immeasurable Equation: recolha de prosa e textos poéticos de Sun Ra, dos anos 60, 70 e 80, por James, L. Wolfe, Adam Abraham (filho do homem que dirigiu a Saturn Research) e Harmut Geerken, autor do texto introdutório. Edição da Phaelos Books & Mediawerks, EUA. Leitura dedicada ao trombonista Tyrone Hill, membro da Arkestra, falecido este mês. RIP.
The past is a dream
A fictitious fantasy devised
By some sardonic kindly mind
In the hope that we might see
The meanings of today and all its possibilities
And that in our gratitude
We would not live in such a way
That we should regrogress
To all the mean lowliness
Of our imagined yesterdays.
The past is some fictitious thing
A one dimension fantasy
Made to be or seem to be... in the hope that we might see
Beyond the scene of shadow-past
Yes to see, we must to see
The Living beauty sympathy,
The greater Alter-universe
Is just the place where we should be.
This present dream is not the thing
This dream we will that it not be
This one dimension fantasy.
Tyrone Hill
No centro social e cultural La Casa Encendida, na Calle Ronda de Valencia, 2, em Madrid, esta semana... The Neshama Alma Band, dos californianos Ernesto Díaz-Infante e Marjorie Sturm, e também Charanga Cakewalk e Michael Ramos Quartet. Detalhes.The Neshama Alma Band es una colaboración del compositor Ernesto Díaz-Infante y la videoartista Marjorie Sturm. Su último proyecto The Sun Heals Life es una performance espiritual que reflexiona sobre los conceptos de retribución, perdón y guerra. En la guitarra bajosexto, Díaz-Infante interpreta un trance-mantra improvisado, basado en los ritmos de los nativos americanos, mientras se visualizan imágenes minimalistas e hipnóticas.
Ernesto Díaz-Infante
En sus composiciones incluye piezas de cámara, de piano preparado, manipulación electrónica de grabaciones de campo, improvisaciones, guitarra golpeada y cinta magnética. Desde mitad de los años 90, es uno de los creadores imprescindibles de la costa oeste norteamericana en el terreno experimental. Tiene 15 discos publicados y es comisario del Big Sur Experimental Music Festival (desde 1999) en San Francisco, donde reside.
Marjorie Sturm
Ha recibido varios premios por sus cortos Smoke the Pipe Dream, Honey and Egss y Treehouse. Ha vivido en Nepal, India, Israel y México, estudiando poesía, cine, música y religión. Ha colaborado como letrista y flautista con Díaz-Infante y es la creadora visual del dúo The Neshama Alma Band.
José Valente, músico português (viola), participou num concerto da banda de Paquito d'Rivera no Carnegie Hall, em Nova Iorque, a 19 de Março passado. Paquito D'Rivera Young Artists Concert.
José Valente was born in Porto, Portugal. After finishing his degree in Austria, he received a Scholarship from the New School for Jazz and Contemporary Music to study jazz viola in New York. Among others, he studied with: Brian Finlayson, Mathias Buchholz, Christian Howes, and Mark Feldman. For the ORF radio show Kaertner Talente, he recorded live the premieres of Rudolf Kaettnig’s String Quartet and Gian Carlo Menotti’s operas The Medium and The Telephone. He played live at the RTL’s televised broadcast of the ski jumping world championship in Planiza, Slovenia; at the Olympia Park and the Prinzregententheater in Munich; and at the ZDF television show Wetten das. He was a founding member of Acies String Quartet; Trítono; José ’n’ Friends; and Electro-Acoustic Super Band, with whom he released the CD Other Languages, presenting it in a tour in Portugal.
Triplo CD solo de Roscoe Mitchell. SOLO [3], Mutable Music, 2004.
"You have to be responsible for all the music – I thought it was part of what I had to learn. To be a good improviser you have to improvise by yourself and also with an ensemble. It’s a good way to get where you’re not following people – inexperienced improvisers will definitely start following the first strong idea that comes along".
The Final Frontier [New York Public Radio]
One of the founding fathers of Minimalism, Terry Riley joins host John Schaefer today in advance of the New York premiere this weekend of “Sun Rings,” an evening-long work inspired by sounds discovered in deep space, and featuring 40-foot projections of NASA photographs of deep-space imagery. Along with an ambitious visual component, performers will include the Kronos Quartet and the 70-voice Dessoff Choirs. Also opening this weekend is the Rubin Museum of Art, which will display art from the Himalayas and surrounding regions. Located steps away from the bustling Chelsea art district in the space that once housed Barneys, the museum will feature five floors of galleries, a library and an auditorium for live performances. We get a preview today from museum curator Tim McHenry.
Com um ouvido especial para a história do saxofone tenor, de Coleman Hawkins para a frente, Seth Meicht (n. 1976) reelabora sobre o swing de anos passados, filtra-o, mistura-o com groove moderno e surge com um som maduro, incisivo e despretensioso. Ao trio que reunira para Trio, disco editado pela Cadence Jazz Records, com o contrabaixista Matt Engle e o baterista Lonnie Solaway, de entre Filadélfia e Nova Iorque, juntou o saxofonista tenor Matt Bauder (n. 1976), do trio Memorize the Sky, com intensa actividade em Chicago e na zona de influência da editora 482 Music, e registou Illumine na Creative Improvised Music Projects (CIMP), em 28 e 29 de Março de 2006. Pelo que se ouve, a sessão correu pelo melhor, ao nível da exploração harmónica, das melodias enunciadas em uníssono, e no equilíbrio entre improvisação em quarteto e improvisação individual. Tema a tema, o disco enche-se de luz e cor exuberante, projectadas nas diferenças de estilos e no contraste entre diferentes maneiras de dizer, de ouvir e de responder. Combinação de suavidade e delicadeza, mas também músculo e energia, como o próprio líder aponta nas notas que escreveu para o disco. Bob Rusch, o produtor, é certeiro quando refere as propriedades do som dos dois saxofonistas, atribuindo a Seth Meicht uma inclinação para sonoridades próximas de Coleman Hawkins, Sonny Rollins ou Roland Kirk, e a Matt Bauder uma propensão para sabores west coast, como os de Warne Marsh ou Lee Konitz, duas das principais matrizes da história do saxofone tenor que nunca se opuseram, antes se complementaram. Se a estas características somarmos a riqueza de vocabulário de ambos os instrumentistas e a capacidade de elaborar a partir da citação histórica, como maneiras de exprimir tensão e convergência, encontramos sentido num projecto que prima por mostrar facetas distintas do saxofone tenor moderno, novas possibilidades para o jazz e a originalidade de vozes só agora se começam a afirmar.
Durante esta semana sai mais um número (19) da indispensável ORO MOLIDO (improvisación libre, arte sonoro y nueva música), fruto sasonal do labour of love dedicado de Chema Chacón. A apresentação deste número será abrilhantada com um concerto do guitarrista californiano Ernesto Díaz-Infante, em casa de Chema Chacón, em Madrid, a 1 de Abril.
¡¡¡Hola, bienvenidos a ORO MOLIDO!!! La espera ha merecido la pena.
Los contenidos de este número ofrecen por primera vez en un medio escrito en nuestro país, una conversación/entrevista con el músico François Bayle, principal representante de la acusmática. Nos brinda su publicación desde París la compositora madrileña de música electroacústica Edith Alonso.
Insistimos y acabamos la serie de Improvisación en China con la segunda de las entregas: una entrevista a Christiaan Virant, del dúo FM3, realizada por el periodista y crítico norteamericano Marc Weidenbaum.
El mayor número de páginas –más de veinte- en este primer número de 2007, es un seguimiento riguroso y actualizado de la escena musical en Beirut. Para ello, contactamos con músicos y periodistas que conocen y viven en la zona: Sharif Shenaoui, Thomas Burkhalter y Kaelen Wilson-Goldie. Este dossier se compone de dos artículos especialmente seleccionados para nuestra publicación y críticas de discos con participación de músicos libaneses, incluido el sello discográfico Al-Maslakh.
En Lisboa, Portugal, el músico Jorge Lima Barreto escribió hace unos meses su Manifiesto XXI; como otras publicaciones y bitácoras on-line, nos hicimos eco de sus opiniones que compartimos desde aquí en la medida que, también en nuestro país, hay un gran desprecio de la industrial cultural por las artes creativas, incluída la música. Según JLB, la realidad de la “Música Portuguesa de Hoy” no está tan reconocida como algunos creen o pretenden.
Nuestras secciones habituales de Escenarios (Festival Hurta Cordel 06 y ciclo Play. Cine en directo, en Madrid; concierto de Looper + John Tilbury, en Huesca), ¿No te jode? (con el texto elaborado y difundido en internet por el músico francés Pascal Contet acerca de la supresión en abril del programa de radio Á l´improviste, de France Musique), numerosas citas de conciertos y convocatorias para el siguiente cuatrimestre en todo el mundo, Flores.... y Coronas, Discos, con la participación de Jesús Moreno, Eduardo Chagas, Nuno Catarino, Rui Eduardo Paes y Rubén Gutiérrez.
Mi agradecimiento a los colaboradores y lectores por su confianza en esta publicación, ¡ah, no olvidéis venir al concierto del guitarrista residente en San Francisco, California, Ernesto Díaz-Infante, en su primera visita a España! Será el 1 de abril, en mi casa, donde haremos la presentación de este número.
Seguimos apostando por la música viva. Saborea la diferencia.
Ernesto em Madrid
Em Maio próximo vai sair Memorize the Sky (482 Music), o primeiro disco do trio homónimo formado pelo saxofonista Matt Bauder, pelo contrabaixista Zach Wallace, e pelo percussionista Aaron Siegel. Matt Bauder, Zach Wallace, Aaron Siegel first met in Ann Arbor, Michigan and since the late 1990's have toured the Unites States and Europe as a collective entity, despite living in three different cities. They consider their continuing collaboration an ongoing composition that fleshes out its own aesthetic through improvisation. In addition to its recording with Braxton, Memorize The Sky has released three 3" CD singles and appeared on numerous compilations. The group has also collaborated with musicians such as Josh Abrams, Jim Baker, Jeb Bishop, Greg Davis, Greg Kelly, Fred Lonberg-Holm, Rob Mazurek, Sean Meehan, Phil Minton, Jason Roebke, Scott Rosenberg and Ken Vandermark.
Fora das bocas do mundo e das páginas das revistas, há coisas acontecer no excitante mundo renovado da improvisação emergente do jazz/rock. Um pouco por todo o lado proliferam projectos que se dedicam à experimentação neste segmento estético, com resultados melhores ou piores. Neste domínio, interessa ao observador acompanhar quem é capaz de correr riscos de evitar a imitação de modelos preexistentes, quem recuse engrossar as há muito saturadas fileiras do pós-Miles eléctrico. O caso do Grilly Biggs é interessante neste aspecto. Originário de New Orleans e formado em 2004 por Matthew Golombisky (baixo acústico e samples), Matthew McClimon (vibrafone), Quin Kirchner (bateria e electrónica) e Milton Villarrubia (bateria e electrónica), o grupo foi desmembrado na sequência do furacão Katrina, que forçou o pessoal a reinstalar-se noutras cidades, de Santa Fé a Chicago. Daí o título: New Orleans/Katrina = Santa Fe + Chicago. E como há males que vêm por bem, e Santa Fé, no Novo México, é a cidade da High Mayhem Emerging Arts, associação cultural que anualmente promove o High Mayehm, festival de música e multimédia, estava criada a oportunidade de reunião do grupo para actuar numa das edições do festival, a quarta, em Outubro de 2005.
Uma invulgar mistura de contrabaixo, vibrafone, duas baterias e electrónica toca a todos, estão na base da proposta que o Grilly Biggs levou ao palco do High Mayhem. Para a confecção dos 9 temas do disco, todos gravados no mesmo concerto, a receita é simples, despretensiosa, mas eficaz: o vibrafone desenha melodias psycho-groovy, o baixo bombeia linhas rítmicas, as baterias assíncronas reforçam o groove sem encher demasiado a panorâmica, e a electrónica preenche espaços com texturas. O “segredo” está em saber combinar os ingredientes e em ter mão no tempero, coisa que o Grilly Biggs faz sem brilho especial mas com assinalável competência. Serve-se fresco.
A palavra ao Pedro Gomes: Na terceira investida para a revitalização do poder da matiné, no próximo domingo, dia 25 de março, pelas 16h e com a entrada a tocar a módica quantia de 3€ , as Produções FRISSOM apresentam um cocktail tuga de norte a sul, FRANGO em duo: Vítor Lopes e Rui Dâmaso; GUSTAVO COSTA em solo de bateria e bases pré-gravadas; e PEDRO BOAVIDA "Solo electrónicas, Max-Msp e essas merdas eventualmente guitarra", diz o Afonso.
@ ESPAÇO Centro de Desastres
R. Maria Andrade, #5 - Anjos, Lx - Metro ANJOS
No fim deste mês nasce o Jazz'n'Douro, 1º Festival Internacional de Jazz de Gaia, de 29 a 31 de Março, no Auditório Municipal. O cartaz é equilibrado, entre músicos portugueses e uma selecção de nomes estrangeiros. O cartaz é bem equilibrado: Maria João a solo, como cabeça de cartaz, a 29/3; a 30/3, o Trio de Bernardo Sassetti (Carlos Barretto, contrabaixo e Alexandre Frazão, bateria); Eddie Henderson Quartet; a 31/3, Tito Pascoal Qauintet; e o Toni Solà Quartet, com Scott Hamilton. Organização do Pelouro da Cultura, Património e Turismo da Câmara Municipal de Gaia, em colaboração com a Gaianima, E.M..
DAY & TAXI é um projecto musical originário da Suíça e liderado pelo saxofonista alto e soprano Christoph Gallio. O grupo tem vindo a apurar procedimentos desde o final da década de 80, com entradas e saídas de pessoal. Nasceu como quarteto em 1988, com Christoph Gallio e Urs Blöchlinger (saxofones), Lindsay L. Cooper (contrabaixo) e Dieter Ulrich (bateria), mas entretanto, de quadrado passou a triângulo, com voz única de saxofone alto e soprano num dos vértices, preenchidos os outros dois pelo contrabaixista Christian Weber e pelo baterista Michael Griener. Em 2001, Gallio reformulou o Day & Taxi, que se tem mantido estável desde então, com o contrabaixista Daniel Studer, e o baterista Marco Käppelli.
Gravado em 2004, e Zurique, Suiça, Out (Percaso Production 023) é um trabalho minucioso e delicado, variado no estilo e irrepreensivelmente bem tocado por músicos de sólida competência técnica, bons improvisadores. Gallio favorece a opção por temas geralmente curtos, miniaturas que nalguns casos têm a duração de breves segundos. Louva-se o espírito de síntese mas em certo sentido talvez fosse preferível não haver tantas interrupções, para que Out pudesse soar de modo mais fluido e contínuo, sem tantos cortes entre os 20 temas que os 50 minutos de exposição comportam. Aspecto menor, é certo, que em nada prejudica a qualidade das peças, e eventualmente reforça a sua marca expressionista, de tradição europeia, bem como as ocasionais incursões pelos lados do minimalismo, enquanto easpectos contrastantes com os elementos do jazz. Digamos que o que se perde em fluidez discursiva enquanto todo, ganha-se em intensidade emocional, condensada peça a peça nos tais curtos períodos de tempo. Por outro lado, o processo facilita o encontro de famílias musicais diferentes, do mesmo tipo das que vivem no universo de Steve Lacy, figura que Gallio assume como seu "mentor, professor e amigo". Sem dúvida que a música do trio acorda memórias de Lacy no ouvinte informado, despertando-o para um mundo sonoro que em muitos aspectos toma a música do improvisador norte-americano citação, pretexto ou ponto de partida. Influências que, ou se manifestam de modo explícito, ou se deixam apenas pressentir no som global do trio (a espaços, faz lembrar o excelente The Window, S. Lacy com Jean-Jacques Avenel e Oliver Johnson) e em particular no saxofone soprano de Christoph Gallio, tão rico em insólitas asperezas, como em movimentos suaves. O desenho melódico é fora do vulgar e as inesperadas variações rítmicas são uma constante. A participação da mezzosoprano Sara Maurer em dois temas (New Music e Curtains Dream), e a dimensão onírica que transporta consigo, enriquecem ainda mais uma sessão que em trio era já de altíssimo nível. Sem dúvida que o Day & Taxi merece maior reconhecimento por parte do público aficionado. A participação do trio no Vision Festival pode ser o princípio da correcção dessa “anomalia”, e Out, editado em 2006, aí está para ajudar à festa.
No Church Number Nine, também conhecido no millieu por Capelinha das Aparições, há mais um segredo que se desvenda. Outro. E este é praticamente seguro que nem a Irmã Lúcia conhecia... ou se calhar era o que se ouvia mais lá no Carmelo. Como diz o povão, quem está no convento é que sabe o que lá vai dentro. Pois é. Cecil Taylor, Nuits de la Fondation Maeght, Vol. 1, precioso LP de 1969 da Shandar, em rigoroso e exclusivo ripanso da amiga CNN (Church Number Nine, of course). Cecil Taylor (piano) Jimmy Lyons (saxofone alto), Sam Rivers (saxofones tenor e soprano) e Andrew Cyrille (bateria). Um disco gravado em Nice que é muit'a nice. Chorai por mais...
Wishful Thinking, disco de estreia. Concertos de lançamento:
Quarta, 21, 18:30 // Casa Fernando Pessoa
Quinta a Sábado, 22, 23, 24, 23:00 // Hot Clube
Domingo, 25, 19:30 // Bacalhoeiro
Carlos Barretto, Mário Delgado, José Salgueiro, João Moreira, Bernardo Sassetti e Hugo Menenezes ::: In Loko. "De Jimi Hendrix a Stockhausen, tudo é permitido." Onda Jazz, Lisboa. 21 de Março, 23h00.
Outra boa notícia que acaba de cair aqui na redacção é a de que New & Old Gospel, o incrível disco de 1967 (ano em que Coltrane passou o testemunho a outros, note-se) de Jackie McLean, foi rudyvangelderizado e hoje mesmo (20/3) posto em circulação pela Blue Note. Recordo que além do som bluesy e gospelizado do grande senhor McLean, que não é demais incensar, temos o aliciante de ter a bordo Ornette Coleman, em trompete. Lamont Johnson (piano), Scott Holt (contrabaixo) e Billy Higgins (bateria) fazem o pleno da secção rítmica. A reinvenção da forma e do conteúdo que o jazz sofreu na década de 60 prosseguia com discos como este, um dos mais out de sempre de mestre McLean. Em LP sonha divinalmente, em CD simples nem tanto; agora vamos lá ouvir o que Rudy Van Gelder nos tem para (re)oferecer em mais uma RVG Remaster Edition.
Alípio C. Neto. Hoje, 20 de Março, no O’Gilins, bar Irlandês do Cais-do-Sodré, em Lisboa, com o novo projecto FRAMES FOR SOUND (Alípio C. Neto, Ben Stapp, Alex Maguire e Rui Gonçalves, que substitui Mark Sanders), e com o WISHFUL THINKING, a 22, 23 e 24, no Hot Clube de Portugal (Foto © Luis Filipe Catarino)
Um, dois, três discos do festival High Mayhem, edição de 2005. O que musicalmente se passa em Santa Fé, no Novo México, terra de valentes cóboaiadas, constitui motivo de interesse para quem segue de perto ou de longe as movimentações ligadas ao jazz e à música improvisada em geral. Max Friedenberg é uma das pessoas mais dinâmicas daquelas terras áridas, que assim não o perecem tanto. Dirige uma associação sem fins lucrativos, uma editora discográfica, promove concertos, festivais e workshops. Divulga artistas das diversas áreas da inovação musical e do experimentalismo ligado às mais variadas franjas da improvisação, e também do jazz, rock, vídeo, artes performativas, exposições. Criou e dinamiza um pólo importante de educação pela arte que escapa à padronização e à homogeneização que tem vindo a tomar conta do jazz corrente.
O escopo da editora, ligada ao festival High Mayhem, é o de registar e editar os concertos que promove. Um bom exemplo, antes de mais. Nessa medida, o CD High Mayhem Festival 2005, pensado como um cartão de visita do Festival, dá uma ideia do que se passa na cena de Santa Fé. Carlos Santistevan, contrabaixista e director da editora, organizou a mostra a partir de remisturas de gravações dos concertos ocorridos. O produto é musicalmente apelativo, na maneira como capta e devolve o espírito e a forma do festival. Um sampler com vida. O Out of Context é um ensemble de 10 músicos dirigido por J.A. Deane há já alguns anos. Para esta edição do High Mayehm, o grupo improvisou sobre uma peça única, Wenomadmen, escrita para uma produção teatral. Percussão, flauta, fagote, trompete, voz e sons electrónicos, crescem juntos e desenvolvem-se lentamente em camadas que se expandem até atingir momentos fulgurantes de explosão catártica, após o que se regressa à mais tranquila meditação por sobre ondas sonoras que flutuam a toda a volta em movimentos ascendentes e descendentes.
É do Out of Contest que nasce outro dos grupos desta edição do festival, o Taiji Pole. Em trio, J.A. Deane, flauta, Carlos Santistevan, contrabaixo, e Matt Deason, contrabaixo, com electrónica adicionada à mistura, evoluem dentro do mesmo tipo de improvisação do Out of Context, assente em camadas de texturas sonoras de tonalidades escuras, com sentido de progressão e eficiente gestão dinâmica. Uma longa viagem, contínua e sem movimentos bruscos ao longo das três peças, de 38’17, 1’13 e 32’55, respectivamente. Outro sucesso musical do High Mayhem, o que dá três tiros em cheio.
Dias 22, 23 e 24 de Março, entre quinta-feira e sábado, no Hot Clube de Portugal, Lisboa, Wishful Thinking: Alípio C. Neto (saxofone tenor), Johannes Krieger (trompete), Alex Maguire (piano), Ricardo Freitas (baixo eléctrico) e Rui Gonçalves (bateria). Foto © Hernâni Faustino
21. MARÇO (Qua), no
MusicBox (Rua Nova do Carvalho, 24 - Lisboa)
NEW JAZZ FROM LISBON
_SWEET VIOLENCE (Concerto_23.00h)
_CORTEZ (DJ Set_02.00h)
As quartas-feiras no MusicBox são noites reservadas para a rubrica NEW JAZZ FROM LISBON. Com início em Janeiro, propõe a divulgação de projectos na área do jazz apresentando diferentes formas de abordagem desta estética musical. A partir do mês de Abril, a rubrica que até agora tem tido uma periodicidade quinzenal passa a ser semanal. Esta quarta, subirão ao palco Vítor Rua (guitarra eléctrica de 8 cordas), Marco Franco (bateria e electrónicas), Flak (guitarra eléctrica) e Cláudia (voz), num projecto ao qual deram o nome de Sweet Violence.
Hits / Stills é a mais recente edição da e Percaso Production, editora Suiça dirigida pelo saxofonista soprano Christoph Gallio, músico e editor com um ouvido aguçado para sons delicados. A obra é o resultado da colaboração entre Gallio e o videasta e fotógrafo Beat Streuli, sob a forma de disco de duas faces, DVD e CD, um híbrido de música e imagem artisticamente ligadas e apresentadas no mesmo suporte físico. Beat Steuli, que trabalha com Gallio desde 1988, apresenta imagens fotográficas registadas em Tóquio, em 2006. A música, 80 miniaturas impressionistas com a duração de alguns segundos cada, foi composta por Christoph Gallio entre 2001 e 2003, e é executada ao piano por Claudia Rüegg, pianista suiça de formação clássica, essencialmente dedicada à música do Séc. XX. Belo cruzamento do trabalho destes três artistas.
Antecipa-se a saída, prevista para 15 de Maio, de Sky Blue Sky (nonesuch), próximo disco dos WILCO, grupo de rock de pendor acentuadamente folk, onde milita o mano Clein (Nels) das guitarras. Boa malha, Mr. Jeff Tweedy, Nels Cline e restante rapaziada! Too long story shorter, when Leroy Bach left Wilco after recording "A Ghost Is Born", it was deemed intriguing to ask me aboard. Jeff called Carla [Bozulich - Geraldine Fibbers] first, sounding her out. He knew that any involvement in Wilco on my part would kind of take me out of any serious Carla touring scenarios. But Carla and I both knew that this was a great opportunity. Right?!?! At first, in deference to the seemingly monolithic enterprise that is Wilco, I told Jeff that I should come out to Chicago and see if there was any chemistry. You know, see if it was a better concept than a reality. But after one particularly long and in-depth phone call with Mr Tweedy (there had been a few), it was becoming apparent that this was already kind of working! Now, after months of Wilcoid endeavor, I must say that we were right - - it's working! This is a real pleasure, to be sure. - Nels Cline
Cecil Taylor Unit em concerto europeu (Lubliana, antiga Jugoslávia), em 18 de Junho de 1976. Raphe Malik (trompete), Jimmy Lyons (saxofone alto), David S. Ware (saxofone tenor) e Marc Edwards (bateria). Streams and Chorus of Seed, peça integral, sem cortes (61'01). Cecil Taylor essencial.
Mafalda Costa entrevista Rodrigo Amado. Domingo 18, 21h00, na Rádio Europa. (Foto: Luís Lopes © 2006)
So what happens when you take one free jazz pioneer, one band of noise-metal experimentalists and stick them on a stage together? Well Victo have come up with the answer – everyone’s favourite noisy fellers Wolf Eyes and jazz supremo Anthony Braxton teamed up unannounced at the 2005 Victoriaville Festival last year, and since then all I’ve heard has been whispered words and rumours about the set. There was a cassette tape release shortly after, but selling my mother wasn’t an option, so this cd has been a real excitement and a revelation for me and as soon as it landed on my desk I knew I was in for something rather special. Wolf Eyes are a very important band for me, and this album only goes to show how good they are at what they do. It’s noise, yes indeed, it’s metal, probably, it’s aggressive, angry and sometimes evil, of course – but it’s also incredibly measured and put together with the utmost skill and understanding. I often tell people that there’s noise and then there's noise, there’s amateurish noise and then there’s this – pure visceral abandonment on every level. And what exactly does Braxton add to the proceedings? Well his soprano sax wails and screams drench the waves of white noise and rousing percussive squelches perfectly – it sounds like they were always supposed to be there, and that’s an achievement in itself. Hearing ‘Stabbed in the Face’ (a classic cut from the Burned Mind album) performed live with Braxton’s accompaniment makes me truly sorry I couldn’t have been there to witness this earth shaking meeting of minds. So for us unlucky souls who couldn’t attend, all that’s left for to do is lap up this disc, and lie in wait for Wolf Eyes’ hugely anticipated next album ‘Human Animal’ (take it from me…it’s worth it). Hugely recommended. - Boomkat