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6.12.04
 
O divertido site Música a 2, brinda-nos com uma prosa de estalo. Vale a pena ler.
Sob o título "Tudo Jazz" (o mesmo que "All Jazz", certamente), falam do que constitui uma “surpresa para aqueles que pensam que o jazz é só guinchos de solos de saxofone, ou montes de fileiras de latão de uma grande banda". Tomem lá, seus ignorantes! Bom, aos "guinchos de solos de saxofone" ainda chego, mas que será isto dos “montes de fileiras de latão”?! Alguém esclarece?

E esta: “O jazz é fabuloso e hoje em dia também abarca a dança, a música do mundo, as melodias para descomprimir, tudo junto numa cada vez maior mistura madura de sons relaxantes”. Boa!

Mas o delírio da prosa prossegue: “Não esqueçamos que foi o jazz que inventou a noção de 'cool' (relaxante). Em 1956, Miles Davis e Gerry Mulligan até lançaram um álbum chamado Birth Of The Cool, que anunciava um estilo musical completamente novo e relaxado, mas autêntico: o Cool Jazz. E era tão fresco, que parecia vir directamente do congelador. (De gritos!) Davis, é claro, era o derradeiro ícone do cool. E embora mais tarde se mostrasse suficientemente flexível para abraçar com sucesso o rock e o funk, podia-se escolher quase qualquer um dos seus álbuns dos anos 50 como ajuda ideal para o relaxamento. O clássico, no entanto, é o Kind Of Blue – um álbum obrigatório para todos os amantes da música, quanto mais para um fã do jazz.Talvez o artista mais intimista e relaxante do Cool Jazz tenha sido Chet Baker. Com o seu aspecto de estrela de cinema e timbre de trompete liricamente romântico, Baker é o pôr-do-sol californiano de um trompetista. Mas Baker não tocava apenas, também cantava – num timbre de menino-perdido que levava as mulheres a cair por ele...” (Não é de ir às lágrimas?!) ... O timbre de menino-perdido é lindo...

A canção, é claro, sempre esteve no próprio âmago do jazz. E um grande dom do jazz – de que mais nenhum estilo de música se pode gabar – é a capacidade de pegar em músicas populares e reinventá-las. Seja como instrumental ou nas mãos dos grandes vocalistas, uma transformação das músicas populares mais comuns nos padrões do jazz mais emotivo. Ouça Coleman Hawkins, nos anos 30, a revitalizar uma balada como 'Body & Soul' (Corpo & Alma) como uma viagem sem palavras mas profundamente emocional que ainda hoje é revigorante. Ou recline-se com Billie Holiday, apoiada pelo saxofone doce e sentimental de Lester Young, quando canta uma música que pensávamos sempre ter conhecido, como 'Summertime' (Tempo de verão), e a transforma em algo novo, quente e especial”.
Quando ouvir o tema "Corpo e Alma", vou ver se me consigo esquecer do que acabei de ler...

"Summertime". Tempo de verão, ou silly season permanente? A palavra de novo a Música a 2:
Mas o jazz não é só sobre história. Os artistas modernos estão a revisitar e a revitalizar os padrões da biblioteca dourada do jazz. Um bom exemplo é Jamie Cullum, um jovem cantor e pianista com pouco mais de vinte anos. Ao mesmo tempo novas bandas como os St Germain, ou instrumentalistas (sic !!!) deslumbrantes como Guy Barker e Courtney Pine, estão a trazer uma lufada de ar fresco para o jazz, imbuindo-o do espírito de dança, de bandas sonoras de filmes, de reggae e até de hip-hop. No mundo do hoje aqui, amanhã estrelas pop idas, o Cool Jazz ainda oferece uma riqueza de emoção, uma tradição de música de animação que ultrapassa a mais profunda adversidade, que o torna simplesmente entre todos os estilos musicais o mais satisfatório e relaxante”.
A mesma obsessão com o relaxamento... . Mas, se repararmos no link colocado a meio e no canto inferior esquerdo da página (“Informação disponível sobre disfunção eréctil”), já se percebe afinal para que é que “eles” acham que o jazz serve. Pode ser que sim. O progresso científico é imparável... tal como o jazz.
 


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