A exposição "ESPAÇOS POLIFÓNICOS", de Rachele Gigli, é uma síntese do encontro da imagem com o som. Inspira-se na composição da polifonia musical de Alípio C Neto, através de um estudo realizado em conjunto na Sardegna (Itália), Alentejo (Portugal) e Pernambuco (Brasil).
"No meu trabalho tentei evidenciar a diversidade e a analogia de três lugares, aparentemente distintos e distantes geográfica e culturalmente, uma polifonia que eu defino como espacial e que se baseia nas formas polifónicas praticadas pelas três culturas étnico-musicais levadas em consideração: a da Sardegna, a do Alentejo e a de Pernambuco". (Rachele Gigli)
Rachele Gigli nasceu em Grado, Itália, estudou em Milão, Portugal, Espanha, Inglaterra, França e Rússia, terminando por se formar na Universidade de Roma Tre em Línguas e Literaturas Estrangeiras com uma tese sobre a obra "Tiempo de Silencio" do escritor espanhol Luis Martín-Santos. Actualmente Rachele Gigli prepara um outro projecto intitulado Pietra Dinamica (Pedra Dinâmica), onde, através da representação de paisagens naturais das formas lunares, busca libertar a "pedra" do conceito de inércia que a acompanha. (Foto: ACN)
Alípio C Neto BRAZILIAN ENSEMBLE
Alípio C Neto - saxofones tenor e soprano Ivan do Espírito Santo - saxofone barítono Thelmo Cristovam - saxofone C melody Osman Junior - baixo eléctrico Luciano Mamão - percussão Márcio Silva - bateria (Foto: Rachele Gigli)
Cumprindo um ciclo completo de 25 anos e, este ano, sob o conceito de Ícones e Inovadores, o Jazz em Agosto continua a proporcionar - no ambiente feérico que o caracteriza nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian - músicos referenciados na História do jazz, detentores de projectos musicais criativos, inovadores e visionários, apresentados pela primeira vez em Portugal.
O Jazz em Agosto 2009 inicia-se no sábado, 1, às 21h30 (Anfiteatro ao Ar Livre) com George Lewis e o seu projecto electro acústico Sequel. Trombonista registado em mais de 80 álbuns e que cultiva, em paridade, a vertente electrónica da Música, George Lewis volta ao Jazz em Agosto enquadrado no projecto experimental que estreou em Baden-Baden no New Jazz Meeting de 2004, sendo a segunda vez que o apresenta em público. Membro da Association for the Advancement of Creative Musicians (AACM), George Lewis é também autor do livro A Power Stanger than Itself - The AACM and American Experimental Music (Ed. The University of Chicago Press, 2008), obra que irá apresentar na conferência do dia seguinte, domingo, 2, às 16h30 (Auditório 3).
O Jazz em Agosto 2009 prossegue no domingo, 2, às 18h30 (Auditório 2) com o duo Rough Americana constituído pela italiana de descendência egípcia Giulia Loli, aka Dj Mutamassik e pelo guitarrista experimental americano Morgan Craft. Rough Americana esbate fronteiras da música via uma sampladélia provocante e revelando-se assertivo na política contemporânea através de sons que migram entre géneros musicais populares.
Lawrence D. “Butch” Morris conclui o 1º fim-de-semana do Jazz em Agosto no palco do Anfiteatro ao Ar Livre conduzindo a Nublu Orchestra, misto de vanguarda e irreverência e que reúne instrumentistas de origens variadas com ponto de reunião regular no Clube Nublu de Nova Iorque, um espaço underground multicultural. Com uma composição diferente em cada exibição pública, a Nublu Orchestra é a concretização do processo de condução de Lawrence D. “Butch” Morris, um conjunto de sinais transformados num vocabulário que o músico desenvolveu para dirigir os músicos da orquestra unindo as suas diferenças e desenhando direcções imprevisíveis.
O Jazz em Agosto 2009 regressa na quinta-feira, 6 de Agosto, com um concerto revelação…
George Russell, Bill Evans, Tony Scott, Art Farmer, Jimmy Cleveland, Doc Severinsen, Ed Thigpen, Mundell Lowe e Eddie Safranski("The Subject is JAZZ", 1958)
Sonic Youth em concerto, via NPR Music. Para um dos muitos concertos incluídos na digressão norte-americana para apresentação do 16º álbum, The Eternal (Matador Records), a 7 de Julho, Thurston Moore, Lee Ranaldo, Kim Gordon, Mark Ibold e Steve Shelley compareceram no 9:30 Club, em Washington D.C., para uma actuação à altura das expectativas. Em Outubro, o quinteto nova-iorquino tem agendadas actuações na Europa. Berlim, Bruxelas, Paris, Dublin...
De Poznan, Polónia, via AudioTong, a dupla Patryk Lichota / Piotr Tkacz chega este mês com Some Other Time? [tng1050]. Com saxofone preparado, gira-discos e objectos sortidos, o duo compôs um tríptico electroacústico improvisado de interessante visibilidade e arrojado efeito sonoro. «After a storm, the man in a hat always went at the seaside. He collected as much saltness as possible into his hat. On his way back home, his hat served him as a bowl. He added vegetables and various seafood into the right amount of previously collected saltness. While eating, he was able to sense all the experiences of sailors, who died during the storm. His entire face grew moist, and he closed his eyes in fear of yet another wave blow. He felt the sailors' lament and their urge to escape back home, to hide under their mothers' wings and eat good, salty dinner. Then he finished drinking his soup, opened his eyes widely and saw his mother, wiping drops off his face».
Jeremiah Cymerman Live on WFMU. A gravação data de Novembro de 2008 e apresenta Cymerman num impressionante set de clarinete solo e electrónica em tempo real.
Paris, 1969. Alan Silva & His Celestrial Communication Orchestra: Luna Surface. «Super session recorded in Paris on August 17, 1969. Alan Silva brought together many of the top free jazz players of the time in an amazing 11-piece ensemble featuring Grachan MoncurIII, Archie Shepp, Anthony Braxton, Dave Burrell, Leroy Jenkins and Malachi Favors. As a result, this is a very free record and a historical document of Pan-African music».
Winter Construction. dead ceo has recently assembled a small but handsome catalog of some of the finest in hard-to-find, Chicago related, low run releases (cds, cdrs, andzines) in a variety of out music genres such as electronic minimalism, 20/21st century composition, free improvisation, etc.:
1. Jojo Lasalle: 011001 2. MORA: pike, scoop, and lump 3. Kyle Bruchmann: thunk 4. Eric Leonardson / Yasuhiro Otani: Execution Piece 5. Rosenberg Skronktet: eehre 6. U. W. Sullender: The Slow Heart Awaits the Cement Factory 7. Fred Lonberg-Holm: acoustic cello 3141200 8. Metallux: Whirlpool Reversed 9. The Flying Luttenbachers: Trauma II 10. Ernst Karel / Brent Gutzeit / Jason Soliday: Splinter 3 11. Lozenge: The Agony and the Agony 12. OrErAr (Boris Hauf, Ernst Karel, Michael Hartman): _Un_ 13. TV Pow: live@metro, kyoto, japan 14. Ian Epps: sympathetic netting
I - Matt Bauder / Alex Chechile / Aaron Siegel II - Matt Bauder / Jeremiah Cymerman / Katherine Young III - Woody Sullender / Jeremiah Cymerman / Alex Chechile
IV - Katherine Young / Aaron Siegel / Alex Chechile / Woody Sullender / Matt Bauder / Jeremiah Cymerman
Led Bib mercuryzado? Ouvi bem? O experimentalismo ligado à improvisação livre e ao free jazz britânico, de entre 3000 discos propostos, foi a concurso e ganhou nomeação para o prémio. Não querem lá ver, a bizarria dos "esquisitos" e etc., Led Bib nomeados para o Mercury Prize, aquela que é tida como a mais elevada distinção da música independente no Reino Unido... Dia 8 de Setembro toca a trombeta para anunciar os mercuriais melhores discos britânicos, gravados entre dois Julhos, o de 2008 e o de 2009. Está prevista emissão rediofónica via BBC, Radio 1 e Radio 2. A peça que está a provocar tanto burburinho na imprensa britânica é Sensible Shoes, quarto disco do quinteto de dois saxofones altos, piano Fender Rhodes, baixo eléctrico e bateria, muito aplaudido pela crítica especializada do Guardian, da Wire, The Independent e, claro, da BBC. A editora está tão aos pulos quanto os artistas, pois, no imediato, para a Cuneiform Records é Natal em Julho. E em Setembro, quem sabe, talvez a grande borracheira. «We need bands like Led Bib to make the world safe for dangerous music», comentou o Observer Music Monthly. http://www.myspace.com/ledbib
Minos, rei de Creta, filho de Zeus e de Europa, encomendou a Dédalo a construção de um labirinto no qual encerrou o monstro Minotauro, corpo de homem e cabeça de touro. O monstro alimentava-se de 7 rapazes e 7 raparigas que lhe eram oferecidos em sacrifício por Minos. Teseu, o herói, consegue entrar no labirinto, integrado na terceira vaga de sacrificados. Combate o Minotauro, mata-o e salva a rapaziada. Como é que Teseu conseguiu escapar do Labirinto? Aaahh... Tales From the Labyrinth [tube 178], SPHERULEUS (Harry Towell).
«Every new CD by Joëlle Léandre on Leo Records becomes a special event. On this dazzling duet recording with multi-woodwind ace Àkosh S. (Szelevenyi Akos) at the Olympic Cafe in Paris, the musicians present seven works with a gait that intimates poetry in motion. Glenn Astarita writes in his liner notes that one might call this recording magic, for the music in whatever form or stylization is rarely as deep, moving and potent». - Leo Records Na Lulu a descarga de KOR [LR 522] custa € 5,03.
«(...) O certo é que o octeto POTLATCH se situa em Live at Fábrica Braço de Prata (edição pela “netlabel” Insubordinations) entre o free jazz e a free music. Quando adivinhamos o legado de Ornette Coleman na sonoridade e na não-hierarquização dos papéis instrumentais, surgem sem aviso situações de total e abstracto desconstrucionismo, com parasitagens eléctricas (a guitarra de Guilherme Leal) e electrónicas (os dispositivos de Nuno Lima), uma base percussiva de grande densidade, ora virada para a pulsação, ora para o desenvolvimento de texturas (a bateria de Luís Desirat e os objectos de Monsieur Trinité), e uma sólida, mesmo quando discreta e colocada ao serviço do conjunto, elaboração harmónica, garantida em permanência pelo piano (Filipe de Sousa) e muito frequentemente pelo contrabaixo (Pedro Roxo), não se limitando este, pois, a funções rítmicas. São duas abordagens distintas da improvisação que assim se conjugam, uma ligada à herança afro-americana, a outra de cunho europeu e menos codificada. À “boca de cena” estão os saxofones (Jorge Lampreia no soprano, aqui ou ali dobrando em flauta, e José Lencastre no alto), responsáveis maiores pelas conotações com o que se vai entendendo como jazz. Tal entrar e sair de formatações e tal escarafunchar das fendas entre dois mundos contíguos é o que faz as delícias deste projecto que joga com alinhamentos e rupturas, reavivando por meio do seu próprio questionamento as premissas leftfield (...)» - Rui Eduardo Paes.
Originário de Vancouver, Canadá, o trompetista Brad Turner procura inspiração para o seu jazz mainstream em Miles Davis e Keith Jarrett. A graça é que consegue evitar a sobreposição e assumir uma atitude criativa que, contornando a tentação da colagem, exprime uma visão personalizada do que pode ser o jazz contemporâneo. O Brad Turner Quartet é composto por Bruno Hubert (piano), André Lachance (contrabaixo) e Dylan van der Schyff (bateria). As composições são todas originais do trompetista, escritas dentro da tradição mas com sensibilidade "cutting-edge". A Canadian Broadcasting Company (CBC) oferece um concerto do Brad Turner Quartet gravado a 26 de Junho último, na edição deste ano do Vancouver International Jazz Festival. Na mesma série Concerts On Demand da CBC: Jeff Johnston Trio. [Foto: Jon Siddall]
Duas vezes 31 minutos de drones com a reconhecível marca de Tange (aka Gordon MacMillan) e edição na netlabel Time Theory, são como corridas de fundo. Complex Silence 2 [tmth05A]: «(...) Long-form space music composed entirely of extremely subtle changes, dissonant harmonies, stretched-out harmonics, abstract tone washes, and layers of mystical atmospheres, but never straying too far from beauty, mystery, and wonder». Produção de Phillip Wilkerson.
Free Music Archive is an interactive library of high-quality, legal audio downloads. The Free Music Archive is directed by WFMU, the most renowned freeform radio station in America. Radio has always offered the public free access to new music. The Free Music Archive is a continuation of that purpose, designed for the age of the internet.
Esta é para os lisboetas em particular: não sei se se deram bem conta do que pode vir a acontecer, mas o Menino Guerreiro anda aí com os seus exércitos a tentar fazer das dele outra vez. Com tanta falta de unidade à esquerda e com o pouco tempo (2 anos) que António Costa teve para arrumar a casa e corrigir a asneirada que Santana Lopes fez no desgoverno da Câmara de Lisboa, a tragédia pode repetir-se em 11 de Outubro. Abstenham-se, virem as costas ao voto. E depois não se queixem. Ou então, clac!
«Instants Chavirés is one of the most famous french venue dedicated to improvised music (from free jazz to most recent electroacoustic improv trends) and indie rock/noise music too. Most of improvisers from all over the world have performed in this place located in Montreuil, very close to Paris. Starting at the beginning of the 1990s, IC have always received financial support from french institutions. But at the beginning of july 2009, their subsidies have been dramatically reduced. So they had to cancel all the programmed concerts till the end of this year. We have to support them».
«ANTINOMIE, the newest aural investigation by IMPULSANTWORT + PHARMAKUSTIK from Germany contains seven powerful circles of abandoned ambiences full of contradictory particles within the microorganic complexity. The involvement of granularly shredded machine-propulsions combined with thermonuclear freezing and the final analogue screams from the subterranean draught makes ANTINOMIE an outstanding result of thesis and antithesis. Plasmatic ambiences created from the pool of infinite randomness. "The source of the new is the random». - Gregory Bateson)
The Abstract Truth (European Echoes 003) segue-se a Teatro (European Echoes 001), título do primeiro disco deste mesmo trio formado por Rodrigo Amado, Kent Kessler e Paal Nilssen-Love. Volvidos mais de dois anos sobre a gravação inaugural, ei-los de novo, agora em estúdio, numa aberta proporcionada em 2008 pela participação do trio no Festival Música Portuguesa, Hoje, do Centro Cultural de Belém (CCB). Amado, Kessler e Nilssen-Love apostam numa estratégia comum a ambas a sessões: a improvisação livre, servida por uma linguagem essencialmente tributária do free jazz, que se foi maturando e se exterioriza com sentido de forma e recorte melódico. Sabe-se de antemão que este tipo de contexto free totalmente aberto, em que predomina o pulso forte, tenso e rápido, exige capacidade de decidir no próprio instante e requer uma resposta compatível em pulmão, velocidade de articulação e atitude de ir à luta com uma boa dose de bravura e sustentabilidade. Não é pêra doce entrar neste tipo de preparação talhada para a grande combustão, na qual as marcas a assinalar são o gosto pelo risco e o prazer da composição instantânea. Nos saxofones tenor e barítono, Rodrigo Amado revela-se o homem certo para o empreendimento e não é de mais exaltar a qualidade do som de saxofone tenor e barítono, a par da autenticidade, qualidades necessárias para meter a ombros uma tarefa tão arriscada quanto esta o é. Rodrigo pensa, articula e age com rapidez, à vontade no ombro a ombro com o tornado que é a secção rítmica do norte-americano Kessler (contrabaixo) e do norueguês Nilssen-Love (bateria), músicos de excepção. O trio forma uma unidade coesa e compacta, perfeitamente oleada, em que são evidentes o espírito de entrega e a capacidade de exprimir emoções nos graus mais diversos. O triângulo funciona tão bem quanto é eficaz na instigação recíproca e na entrada sem hesitações no calor do cogumelo. A música ganha em fluidez, elevação catártica e capacidade explosiva, mesmo nos momentos de maior contracção e intimidade, nos quais se estabelecem interessantes relações de ciclo e contra-ciclo com o tumulto dinâmico, às quais a qualidade sonora da gravação confere maior nitidez e profundidade. Como não há dois sem três, o terceiro disco do trio, sequela de The Abstract Truth, deve já estar pensado ou a caminho. O que se saúda por antecipação.
«Start Here» is a collection of arrangements written in 2007/2008 by jmdkm. The actual recordings came together in collaboration with Chris Groeneveld (additional guitar, piano, feedback & FX on track 6 & 8). The recording sessions mostly took place between August 2008 in Seget Gornji, Croatia and January 2009 in Utrecht, the Netherlands. - Resting Bell, Berlin
A veterania e a provecta idade de Fred Anderson faz do saxofonista de Chicago uma figura com presença efectiva nos grande movimentos da história do jazz, a começar no Swing, período em que dava os primeiros passos e abria os ouvidos para a música, início de uma longa viagem até ao tempo presente. Entretanto, teve tempo para passar pelo bop e participar no ressurgimento do free jazz, através da experiência libertária que foi a marca da AACM (Association for the Advancement of Creative Musicians), ao mesmo tempo que abria as portas do clube Velvet Lounge a quem nas últimas décadas ia passando por Chicago e queria tocar. De então para cá, Fred Anderson ganhou nova notoriedade, com inúmeras participações em festivais internacionais e em sucessivas edições discográficas. Pela Engine Records, num arranjo estabelecido com a ESP-Disk, chegou agora Staying in the Game, a mais recente (que se conheça) investida de Anderson em CD. A formação escolhida, o trio sem piano, talvez seja aquela em que o saxofonista pare sentir-se mais à vontade. Harrison Bankhead, contrabaixo, e Tim Daisy, bateria, dois músicos da Windy City, asseguram a fluidez ritmica em que se apoia o carismática construção discursiva do saxofone tenor, com o reconhecível som quente e directo, rico em crescendos e decrescendos de intensidade. A destilar inspiração contraneana, mas também de Pres e de Hawk, a par de outro grande nome do sax tenor de Chicago, Von Freeman, em Staying in the Game, Fred Anderson não se fica pela prova de vida (fez 80 anos em Março último) e, mais que afirmar a sua permanência em jogo, primeiro facto a assinalar com satisfação, transmite a sabedoria de grande mestre da arte de improvisar e reafirma a vitalidade de um som personalizado, ao mesmo tempo evocativo do melhor que a memória do jazz transporta até nós.
TRÊS OBRAS ARTÍSTICAS EM CONTEXTO ESPECÍFICO SEGUIDAS DE TERTÚLIA À BEIRA-RIO
Sábado, 18 de Julho 09 - 18h00
Nodar, São Pedro do Sul, Portugal (40° 55' 5" N, 8° 3' 36" W)
Ben Owen (EUA) “Uma Reflexão Circundada: Ressoando Nodar”
“Em ‘Uma Reflexão Circundada’, o meio, os materiais usados para construir esta instalação foram o som e o espaço físico. Uso os meus ouvidos e um gravador para recolher sons variados e transformá-los em algo distinto através da sua combinação num percurso ambiental. ‘Uma Reflexão Circundada’ mapeia um território através de uma instalação onde uma estrutura é interpretativa, onde o som produzido pelo artista é passível de ser descoberto tal como os próprios sons da paisagem. A obra consiste em diversas peças, não processadas e compostas, que contêm tanto sons naturais como electrónicos, os quais são modelados em composições subtis num percurso pela aldeia de Nodar. Gravei sons comuns, como pássaros, abelhas ou cigarras e juntei-os de volta à natureza. Esta ‘música’ é ouvida através de altifalantes invisíveis dentro da paisagem, onde a atenção se dissolve entre o que é criado e colocado pelo artista e a própria paisagem sonora que já existe. Não estou interessado em expressar ideias na forma musical, mas mais na interacção com algo que já existe. Ao explorar a fusão entre os nossos sentidos, convido o público a parar por um momento, a escutar os sons e a pensar de onde provêm e qual o seu lugar no meio ambiente.”
Ben Owen é um artista sonoro oriundo dos EUA. Formou-se em História da Arte e BFA Studio Art (escultura e impressão litográfica) pela Virginia Commonwealth University. O trabalho actual de Ben Owen inclui performances baseadas em partituras visuais, colaborações áudio e vídeo. Os seus estudos sonoros iniciaram-se com cassetes e “live radio” em paralelo com impressão litográfica e projecções de slides. Ben encontra semelhanças complementares entre os ciclos de tintura e de recepção da impressão em superfícies e as marcas sonoras amplificadas por microfones de contacto e por gravações de campo ambientais. Ele interessa-se pela relação entre os aspectos espaciais dos campos sonoros existentes, os ambientes sujeitos a intervenções e a projecção e reflexão da luz. http://benowen.org/
“Uma voz e um violino procuram-se, buscam no encontro possível os ecos de uma animalidade imanente. A voz humana e a voz animal , o seu encontro e desajuste, as particularidades da convivência destas no Povo de Nodar são o eixo organizador do projecto tanto ao nível da produção do material audio-visual-performático como no tratamento objectual dos dispositivos escultórico-sonoros inspirados na natureza local: nas suas formas, nos seus materiais. Há um espaço para a improvisação, para a presença e experiência do lugar, do instante. Tendo em conta que é de vozes que tratamos, a herança da poesia experimental, tanto visual como sonora - fonética é de maior importância já que é difícil esquecer aquilo que a voz humana sempre tem a ver com a escrita; aquilo que a voz a animal sempre tem que ver com o corpo e a sua secreta evidencia mortal de vitalidade, ou seja, de perenidade.”
Marta Bernardes é uma artista portuguesa baseada em Espanha que trabalha nos domínios da performance e artes visuais e sonoras. Detém o Mestrado em Psicanálise e Filosofia da Cultura pela Faculdade de Filosofia de Madrid. Tem realizado diversos Workshops em Espanha, Portugal, Holanda e Bélgica e apresentado performances em várias galerias portuguesas. Ignacio Martinez é oriundo de Espanha e trabalha nos domínios da música e escultura. É licenciado em Belas Artes pela Universidade Complutense de Madrid e tem apresentado vários projectos musicais e teatrais audiovisuais em Espanha.
Luciana Ohira & Sérgio Bonilha (Brasil) “Experimentos Anfíbios: Instalações Lumino-sonoras à Beira do Paiva”
“Ao conhecermos Nodar, um mundo de coisas silenciosas levantou o pó de nossas enfumaçadas memórias paulistanas, misturando-as a lendárias noites de nevoeiro com antigas figuras subindo os rios de Piratininga, sempre remando as mesmas embarcações de bruma - visões de universos distantes, porém próprios a um mesmo lugar. Assim, respaldados pela ausência de rigor científico, apresentamos aqui nossa singela homenagem ao imensurável véu de água que cobre o suave sono das pedras, negociando infinitamente a passagem do tempo enquanto testemunho da vida ao redor...
Uma aldeia costura o vale (lasers, espelhos e parafina) sem sair do lugar (talco, componentes electrónicos e gravação de áudio) onde todos se encontram (gesso, componentes electrónicos e gravação de áudio)”.
O Centro de Residências Artísticas de Nodar, coordenado pela Binaural e pela Associação Cultural de Nodar, está situado numa comunidade rural de montanha no centro de Portugal (concelho de S. Pedro do Sul) e organiza e produz o desenvolvimento de projectos artísticos contemporâneos (com ênfase nas artes sonoras, vídeo e intermedia), seguidos de apresentações públicas na região. Os artistas residentes, no âmbito do desenvolvimento dos projectos artísticos, são encorajados a estabelecerem interacções com o local, seu espaço geográfico e social, identidade e memória.
Paris Transatlantic Magazine .... SUMMER 2009 Editorial; Interview with MATTIN; Interview with NATE WOOLEY; On Another Timbre: EKG / Max Eastley / Rhodri Davies / Annette Krebs / Octante; FILM: Les Grandes Répétitions / Trans Und So Weiter ; Asylum Lunaticum; VINYL SOLUTION: L'Autopsie.. / LCDD / Bhob Rainey & Angst Hase Pfeffer Nase / Raionbashi / Talibam! & Daniel Carter / Christmas Decorations / Nick Forte / Zaïmph; POST(?)ROCK: Maher Shalal Hash Baz / Christof Kurzmann & Burkhard Stangl / Tortoise; JAZZ & IMPROV: Akiyama, Corcoran & Kiefer / Baars, Henneman & Mengelberg / Brötzmann, Kondo, Pupillo, Nilssen-Love / Marc Edwards & Weasel Walter / Peter Evans / Graham Halliwell & Lee Patterson / Hayward, Davies & Unami / Marteau Rouge & Evan Parker / Oceans of Silver & Blood / Old Dog / Evan Parker / Evan Parker & John Wiese / People Band / Respect Sextet / Gino Robair & Birgit Ulher / Jason Robinson / Domenico Sciajno & Gene Coleman / Domenico Sciajno & Kim Cascone / Julien Skrobek & Miguel Prado / Günter Baby Sommer / Splinters / Stasis Duo / Storm of Corpses / Ton Trio / Michael Vlatkovich / Weasel Walter, Henry Kaiser & Damon Smith / Jack Wright, Hell&Bunny / Ami Yoshida & Toshimaru Nakamura; CONTEMPORARY: Tom Hamilton / Erdem Helvacioglu / Radu Malfatti / Will Montgomery (Brian Marley) / David Rosenboom; ELECTRONICA / NOISE: Alexandre Bellenger / Thomas Bey William Bailey / Seijiro Murayama & Michael Northam / Nana April Jun / Novi_Sad / Pimmon / Yui Onodera / Rice Corpse / Sébastien Roux & Vincent Epplay / Tamaru.
SALVE REGINA / LES PETITS MOTETS André Campra (1660-1774) - François Couperin (1668-1733) Les Arts florissants: Paul Agnew (haute-contre); Anne-Marie Lasla (viola da gamba); Catherine Girard (violin); Maia Silberstein (violin); Charles Zebley (flute); Ruth Unger (flute); William Christie (director)
O britânico Simon Whetham tem estado em fervilhante actividade, sobretudo no domínio das gravações de campo, segmento no qual tem privilegiado a captação sonora em paragens distantes, revelando sons absolutamente fora do comum, como aqueles que publicou faz alguns anos em editoras como a Trente Oiseaux e a Entr’acte. Há uma nova gravação de Simon Whetham realizada na Tailândia, que incide sobre objectos e diversa bicharada miúda que o artista "entrevistou" in loco. O resultado encontra-se disponível para descarga livre através da netlabel CON-V. Conta o próprio Whetham: «A rushed visit to Thailand to visit friends while they live in Bangkok led me to visit a small Mon village on the River Kwai, where some of the dwellings are built on metal pontoons which float on the river. The constant movement is both lulling and unsettling. I also spent some time on the remote island of Ko Kradan, off the South West coast of the mainland, which is still recovering from damage caused by the tsunami. A small jungle surrounded by golden beaches, it could be seen as paradise, but the inhabitants of the island - the mosquitoes, sea urchins, sand wasps, crabs and medusa - they let you know who the island really belongs to…». Simon Whetham - Ratcha Anachak Thai [CON-V 055] em dois formatos: flac e mp3.
Novo, na mais recente edição da Big O Magazine: Dave Douglas, Germany 1999. E também... Neil Young, Hyde Park 2009; John Lennon, Lost Home Tapes 1965-1969; Gene Pitney, Birmingham 1992; Suzi Quatro, Italy 1975; Miles Davis, Stockholm 1973... e Michael Jackson, Brunei 1996.
(...) This soundscape became the foundation of the composition and the subtle ambiance heard throughout Commute. Tones were designated to various sounds; watery piano for people & chimes, dulcimer drones for cars, drums for rain & subway tracks, low drones for subway cars, and synths for general ambient noise. The structure was entirely in the hands of the field recording collage. It was my conscious decision however to break Commute up into three sections. Each section represents a different leg of the commute (1 - The walk to the subway / 2 - The ride downtown / 3 - The 2nd line outbound). - Tim Dwyer
Festival MUSA – uma inspiração para um lifestyle sustentável
Na edição deste ano, o MUSA irá contar com Bambulé, Blared Manifest, Double MP, Gnu, Money Maker$, Ölga, Rejects United e Uni-Form, que saíram da selecção das 705 bandas inscritas na edição deste ano. Como cabeça de cartaz do 1º dia (3 de Julho), o Festival vai apresentar uma das bandas mais respeitáveis no panorama musical de hip-hop, breakbeat e ska – Dub Pistols (UK), que trazem como convidados especiais Rodney P, Lindy Layton, Dan Bowskill. Para fechar o 2º dia e o Festival, o MUSA irá contar com uma das maiores estrelas do reggae africano e um dos grandes nomes do panorama reggae mundial – Alpha Blondy (Costa do Marfim) acompanhado pela Solar System Band.
Local: Junto à Praia de Carcavelos, Carcavelos Horário: Abertura de Portas: 18h Início do espectáculo: 19h Bilheteira: 1 dia: € 10 / 2 dias: € 12
Bilhetes: no local do evento, Worten, Fnac, Bliss, Lojas Viagens Abreu, Liv. Bulhosa (Oeiras Parque e C. C. Cidade do Porto), C.C. Dolce Vita, MegaRede, El Corte Inglés em Lisboa e Gaia, www.ticketline.sapo.pt. Reservas: 707 234 234