Uma das mais importantes reedições dos últimos tempos: Promises (Argo), do Michael Garrick Sextet. Quando, em 1965, saiu com este disco, o pianista britânico, que completa 75 anos em 2008, não estava à espera de fazer história. História, porque marcou um corte concepual com o velho jazz britânico que vinha lá de trás, uma sombra snob, revista e modificada da grande invenção americana. História, porque abriu caminho à experimentação, momento de ouro que foi de inspiração e génio criativo. Daqui partiram sementes que iriam desembocar nas várias formulações que, agrupadas, ficaram conhecidas como a British School of Improvisation. Foram protagonistas deste marcante episódio, além do pianista Michael Garrick, o saxofonista alto Joe Harriott, Ian Carr, trompete; Tony Coe, saxofone tenor, Coleridge Goode, contrabaixo; e Colin Barnes, bateria. Música original de Garrick, fresca e angulosa, com uma maneira muito personalizada de compreender o swing, a que não falta o clássico de George Gershwin, I’ve Got Rhythm. O sexteto, solto e coeso, brilha à vontade tornando Promises numa obra de referência do jazz da década de 60. Reedição oportuna da Dutton Vocalion, em 2008.