Jazz em Agosto - Lisboa, 3 a 11 de Agosto de 2007Fundação Calouste GulbenkianSegundo fôlego
«ORNETTE: MADE IN AMERICA», 1985, SHIRLEY CLARKE (EUA)9 AGOSTO QUINTA 18h30 SALA POLIVALENTE DO CAMJAPElaborado ao longo de 20 anos e concluído em 1985 pela cineasta Shirley Clarke (f.1997), este documentário foi organizado a partir de captações footage, revelando o universo criativo de Ornette Coleman através dos seus concertos, amigos e admiradores, incluindo entrevistas e fotografias. Veremos Coleman com a sua Prime Time Band – que tivemos oportunidade de ouvir em Portugal, no Jazz em Agosto de 1988 – com uma orquestra sinfónica, e a tocar com uma lista de personalidades como William Borroughs, Don Cherry, Charlie Haden e Bryon Gisin. Num filme de 80 minutos exibido pela primeira vez em Portugal, descobrimos também Coleman em conversa com o seu filho Denardo, com 12 anos - quando este começou a tocar com o pai -, em viagem e nos palcos. O filme foi lançado recentemente em DVD para coincidir com os Grammy Awards 2007, onde o músico ganhou o Prémio Lifetime Achievement. Trata-se de uma obra que é ao mesmo tempo um registo notável da carreira de um dos músicos mais inovadores de sempre, e um documento essencial para se compreender a história do jazz e o dinamismo criativo que se viveu nos anos 60 e 70.
JOE FONDA’S BOTTOMS OUT «LOADED BASSES» (EUA, ALEMANHA)Joe Fonda, contrabaixo Claire Daly, sax barítono Joe Daley, tuba
Gebbard Ullmann, clarinete baixo Michael Rabinowitz, fagote Gerry Hemingway, bateria
9 AGOSTO QUINTA 21h30 ANFITEATRO AO AR LIVRE
Este é o novo projecto de Joe Fonda, um dos mais talentosos contrabaixistas da actualidade, antigo companheiro de Anthony Braxton e instigador de muitos projectos. Nesta formação atípica e original revela-se o talento de Joe Fonda enquanto compositor, privilegiando-se narrativas com baixos, num grupo dominado por instrumentos de registo baixo. O único registo discográfico deste grupo é “Loaded Basses”, da independente nova-iorquina CIMP, e foi produzido por Marc D. Rush em 2006.
«MY NAME IS ALBERT AYLER», 2005, KASPER COLLIN (SUÉCIA)
10 AGOSTO SEXTA 15h30 SALA POLIVALENTE CAMJAP
A exibição do filme de 79 minutos do sueco Kaspar Collin contará com a presença deste realizador em Lisboa. O filme traça a deambulação de Albert Ayler (1936-1970) a partir da sua terra natal, Cleveland, até à Suécia e Nova Iorque, registando entrevistas com os seus pais, o baterista Sunny Murray, e o seu irmão Donald Ayler. Um dos mais importantes e inovadores saxofonistas do free jazz, desaparecido aos 34 anos num aparente suicídio que permanece misterioso, Ayler gravou na Suécia em 1962 o seu primeiro disco. Foi partindo da sua estadia na Suécia dos anos 60 que Collin realizou em 2005 este documentário, estreado no ano seguinte e alvo, desde então, de uma recepção entusiástica nos festivais de cinema, pelo seu rigor e ineditismo.
CONFERÊNCIA POR ORNETTE COLEMAN (EUA)10 AGOSTO SEXTA 18h30 AUDITÓRIO 3Ornette é um pensador e um excelente comunicador. A sua conferência, sem tema específico, versará as suas concepções musicais, num sentido mais alargado.
QUARTET NOIR (SUIÇA, EUA, FRANÇA)
Urs Leimgruber, sax tenor, soprano Marilyn Crispell, piano Joëlle Léandre, contrabaixo Fritz Hauser, bateria
10 AGOSTO SEXTA 21h30 ANFITEATRO AO AR LIVRE
O oitavo concerto do Jazz em Agosto é uma estreia em Portugal. A associação destas quatro personalidades revelada no Quartet Noir aponta para um grupo de culto com raras aparições, que existe desde 1998. Dois homens e duas mulheres ao serviço da criação musical e que apenas dispõem de dois discos na canadiana VICTO. O mais recente é “Lugano”, gravado ao vivo para a Rádio Suiça em 2004, um continuum dividido em três partes.
JOËLLE LÉANDRE (FRANÇA)Joëlle Léandre, contrabaixo, voz
11 AGOSTO SÁBADO 15h30 SALA POLIVALENTE CAMJAPO derradeiro dia do Jazz em Agosto inicia-se com uma das mais reputadas contrabaixistas europeias – Joëlle Léandre, a solo. Neste concerto, Joëlle tocará peças escritas para si por compositores contemporâneos que viram nela a intérprete ideal – Giacinto Scelsi, John Cage, Phillipe Hersant, José Luís Campana. Conheceremos, ainda, Léandre enquanto improvisadora que compõe, como ela própria se define, e teremos oportunidade de ouvir os seus duetos consigo própria, ou seja, da sua voz com o seu contrabaixo.
TIMBRE (EUA, ALEMANHA, ÁUSTRIA)Lauren Newton, voz Elisabeth Tuchmann, voz Oskar Mörth, voz
Bertl Mütter, voz, trombone
11 AGOSTO SÁBADO 18h30 AUDITÓRIO 2Este grupo vocal à capela define-se como um organismo vivo que materializa som e efeitos mágicos. Com uma longa relação de vários anos, Timbre conduz-nos ao inesperado, criando um consenso de interacção vocal através de criativas composições, mas concedendo sempre espaço alargado à improvisação. Um passo realmente para a frente na sua área e onde as vocalizações, dado o seu supremo apuramento técnico, provocam tanto o espanto dos ouvintes como o dos próprios músicos. É uma longa relação a destes músicos, especializados em intercâmbios de voz expressos numa via experimental e criativa. Um dos seus últimos registos de 2003, “Timbre Plus”, conta com a participação do baterista Fritz Hauser, do saxofonista Urs Leimgrubber e da contrabaixista Joëlle Léandre.
ORNETTE COLEMAN QUINTET (EUA)
Ornette Coleman, sax alto, violino, trompete Tony Falanga, contrabaixo Charnett Moffett, contrabaixo Al Macdowell, baixo eléctrico Ornette Denardo Coleman, bateria
11 AGOSTO SÁBADO 21h30 GRANDE AUDITÓRIOO concerto mais esperado: o histórico saxofonista, em quinteto. Depois de surpreender os apreciadores com «Sound Grammar», um registo de 2005 live em Ludwigshafen, na Alemanha, e que registou o aplauso unânime da crítica, Ornette Coleman continua a ser um dos mais importantes inovadores vivos do jazz. Coleman, que não gravava há dez, demonstra uma frescura inexcedível aos 77 anos de idade, tocando categoricamente a sua música, única. Os mais recentes concertos na Europa e EUA têm sido triunfais. Dois contrabaixistas, Tony Falanga e Charnett Moffett, Al MacDowell no baixo eléctrico e Denardo Coleman, filho de Ornette Coleman, na bateria. Coleman extravasará, como sempre, do seu saxofone alto para o trompete e o violino.