Quem providencia a satisfação da nossa necessidade de conhecer raridades inalcançáveis, das tais que só vão à mesa do rei, é a nossa mui devotada e amiguinha Church Number Nine: imagine-se, ou por outra, realize-se o facto de nos estar a ser servido, a troco de nada e pela primeira vez desde o advento desse suporte que dá pelo nome singelo de mp3, nada mais nada menos que Scorpio, disco de 1969 do trio de Arthur Jones (America), com Beb Guérin, contrabaixo, e Claude Decloo, bateria. Profícua associação franco-americana em conveniente gravação parisiense, que, pessoalmente, só conhecia daqui. De considerável raridade (está ou esteve um LP à venda no ebay), não sei de ninguém que tivesse ao menos tido Scorpio entre mãos, quanto mais degustado. A que soava Arthur Jones em 1969, no exílio de Paris? A ele próprio, com vestígios do que na mesma época faziam Ornette Coleman, Prince Lasha, Jacques Coursil ou Sonny Simmons. Obrigado à Igreja Número Nove (o título original foi bem sacado ao reverendo Frank Wright), que tem em mim um seguidor e professo da mesma e inabalável fé. Amen.