Assumed Possibilities designa o quarteto do britânico Chris Burn, músico que habitualmente passa mais tempo dentro do piano do que na posição ortodoxa, ou entretido com pianos de brincar. Os pianos que Burn traz para Still Point (Rossbin, 2002) combinam com os sons esparsos do harpista Rhodri Davies, e dos outros dois cordofones, o violino de Phil Durrant e o violoncelo de Mark Wastell. Espécie heterodoxa de quarteto de cordas, Assumed Possibilities improvisa num estilo minimal, extremamente sossegado, com ênfase nos detalhes tímbricos e texturais, e no tempo que lhes é dado para que se produzam e se desenvolvam em ambiente de rarefacção sonora. Como brisa outonal que espalha folhas de árvores num jardim, permanecendo o ouvinte suspenso até ao próximo movimento. Variante reducionista da improvisação livre (não-idiomática, chamou-lhe Derek Bailey) que exige do ouvinte atenção devotada, Still Point, assinala o terceiro aniversário do quarteto e constitui um interessante progresso a partir das ideias formuladas no disco homónimo do grupo, editado em 1998 pela Confront Recordings, de Mark Wastell, de que foram publicados apenas 100 exemplares. Ainda que extremamente delicado, Still Point pode soar estranho a quem não esteja familiarizado com as linguagens da escola Inglesa, inscritas numa linha de continuidade acústica pós-AMM e pós-SME.