A cada concerto, a VGO / Variable Geometry Orchestra renova-se em graus que se assinalam e registam entre o ínfimo e quase imperceptível, e o passo de gigante entre a formulação precedente e aquela que já fica próxima no horizonte dos nossos desejos de liberdade. Movida por um motor potente que ruge nas suas expressões mais variadas, cria jogos intermodais de abstracção profunda – utopia de liberdade plena, reflectida num corpo orquestral com personalidade em construção, mas em que habitam sinais identitários próprios.
Neste melting pot da comunidade improvisadora de Lisboa, sucedem-se os quadros e os momentos de beleza massiva e extravagante. Entre o momento inicial e o estertor final, a evocam-se sons próximos e longínquos, novas e antigas imagens visuais projectam-se num espaço de grandes proporções, onde se desenha o nascente e o poente, e em que a energia explode numa tridimensionalidade espectral que nos sacode corpo e espírito. O que fica na memória é uma catedral em que habitam sentimentos que perduram na partilha da experiência radical, entre a catarse e o êxtase abrasador.
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Foi um Acontecimento! A VGO é um acontecimento!
Foi a primeira vez que a vi. Terei estado no mar ou em Marrocos mas sempre em lua nova, com certeza...
Foi cataclísmico! Uma catarse! Uma Big Ban(g)d!
(Quando dei por mim estava debaixo dum umbral de porta, agarrado a um beiral, não fosse a casa vir abaixo...).
Para mim, mais do que isto só o Sun Ra em Vilar de Mouros em 1982. Parecia-me impossível poder-se chegar tão perto... engano meu, com a VGO tudo há-de ser possível!!!
Continuemos!
Sempre!
Obrigado.
Rui Portugal
VGO - Lisboa, 13 de Maio de 2006
(Fotos: Rui Portugal)