MULTIMEDIA
A História da Música multimedia é um empreendimento criativo que reúne vários media e sectores artísticos, da imprensa ao computador, da rádio ao satélite, numa interdisciplinaridade sem precedentes.
Discurso sobre todos os géneros com uma multiplicidade de azimutes telemáticos, informáticos é o situacionismo da pósmodernidade musical. Introduz novas percepções, numa versão interactiva do mundo musical.
A música multimedia é uma forma espectacular contemporânea, do monumental, como os megaconcertos, ao discreto, como acções de video-art.
A infoarte considera a imagem mental, virtual, e conduz a interacção dos materiais e das artes nele envolvidas.
Na arte multimedia são chamadas as mais diferentes tendências estéticas, sob duas facetas:
mixed media, com a dependência da música; intermedia com independência da música, projecto da democracia de materiais mediáticos e musicais.
A música é envolvida nos light shows, nas criações poliartísticas (na dança, na performarte, no cinema, etc.), ambiências, instalações, circuitos fechados de video music dos movimentos pluriartísticos dos anos 1970, às proliferações tecnológicas dos anos 1980, e a ulterior e progressiva disseminação da musica cibernética.
O computador é o mass media mais importante da música multimedia. Podemos considerar o computador como uma tecnologia auxiliar da criação musical, mesmo como um instrumento musical, mas jamais como compositor ou executante. O ecrã video está integrado no computador.
O computador permite a análise dos sons, as codificações, as sínteses sonoras e os processos de controle de todos os aspectos da criação musical multimedia, onde substitui a regente de orquestra a criação da partitura sintética e a operatividade em tempo real.
No mundo da criação multimedia imaginam-se outros espaços musicais, outras atitudes instrumentais, muitas planificadas no computador.
A sua mais elevada expressão estética-musical na vertente clássica é a ópera multimedia e, na vertente popular, é o megaconcerto pop/rock como extensão tecnológica, está a arte (música) robótica e a transmitida via satélite.
Se Nam June Paik, nos anos1960, foi o profeta da música multimedia (da video music à música telemática), grandes autores prosseguiram uma work in progress em diversas áreas (o teatro musical de John Cage, video ópera de Bob Ashley, brain music de Alvin Lucier, paisagismo de Murray Schaeffer, a instalação de Brian Eno, o show de Laurie Anderson, etc.).
De qualquer forma a música multimedia é o avatar da música do futuro.
JORGE LIMA BARRETO