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23.11.05
  Breve conversa com Charles Gayle

Hernâni Faustino - No concerto de Coimbra ouvi um Charles Gayle diferente, menos sónico e muito mais melódico. Procuras actualmente uma nova forma de expressão para a tua música?
Charle Gayle - A música que toco actualmente é diferente....tento fazer com que seja mais melódica do que era e conseguir atingir diferentes vias de expressão.....hoje em dia já não sinto interesse em produzir sonoridades sónicas....preciso de mudar....a situação estava a tornar-se insuportável, foram anos a fio a tocar sempre da mesma forma...senti que já não era um processo genuíno, mas sim algo artificial. No entanto, a minha alma continua livre, permitindo a continuidade da procura através de outras formas de expressão.
HF - A tua música é muito espiritual. Qual a importância da religião na tua vida?
CG - A fé e o acreditar em Deus (Pai, Filho, e Espirito Santo) é a única verdade para mim....tudo o que faço é em nome de Jesus Cristo. A religião é o que de mais importante existe na minha vida, na minha música, e em todas as outras coisas.
Toda a minha música é dedicada a Deus.
HF - Muitas das tuas composições têm uma forte ligação à Bíblia. A Sagrada Escritura é a tua principal fonte de inspiração?
CG - A Bíblia é uma fonte de inspiração, Deus é uma fonte de inspiração....é através da Bíblia que a palavra e o coração de Deus chega até nós. Continuo a usar nomes e expressões da Bíblia para as minhas composições.
HF - Li numa entrevista tua que não sabias o que é o free jazz. Como é que defines a tua música?
CG - A minha música não tem nome....apenas me considero um músico de jazz, porque passei a maior parte da vida envolvido no jazz....no entanto a música de igreja exerceu em mim uma enorme influência...
HF - Continuas a tocar nas ruas de Nova Iorque?
CG - Sim, continuo a tocar nas ruas e no metro.
HF - Qual é a relação que existe entre o palhaço “Streets” e o Charles Gayle?
CG - O “Streets” é um personagem que me permite explorar diferentes abordagens. Através dele consigo criar uma espécie de pantomina nas varias situações e questões da vida. De vez enquanto necessito de recorrer ao “Streets”...por vezes a música não é suficiente para me expressar....através do “Streets” consigo obter uma grande liberdade interior, que me permite participar de maneira mais clara e directa sobra a vida.
HF - Achas que a vinda para a Europa foi importante para o teu desenvolvimento como músico?
CG - Sem dúvida, a minha vinda para cá ajudou-me imenso.....sempre.....seja como for contínuo a sentir que tenho que tocar como “Streets” para me sentir mais em contacto.
HF - Qual é a tua opinião sobre o panorama actual do jazz?
CG - Hoje em dia as coisas são muito diferentes....longe vão os dias das ideias frescas e dos novos inovadores. Existem muitas razões para que isto aconteça, acho que é mais psicológico do que qualquer outra coisa....mas este é apenas um tópico que requer mais tempo e espaço, para que de forma respeitadora se possa discutir o jazz e os músicos da actualidade.
HF - Tocas quase sempre com um trio de contrabaixo e bateria. Porque não uma formação diferente?
CG - Toco em trio porque não consigo fazer dinheiro suficiente para tocar em quarteto ou um quinteto.
HF - Sei que tens uma “marching band”, como é que nasceu o teu interesse por uma banda com estas características?
HF - O principal objectivo desta banda é tocar música para as pessoas que circulam nas ruas e de uma forma esperançosa trazer-lhes alguma alegria e sorrisos...a música da banda tem uma forte componente edificante e cheia de swing.....adaptado ao nosso estilo.
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Hernâni Faustino conversou com Charles Gayle em Lisboa, 2003 (foto de Tony Rogers)


 


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