Entre 1986 e 1995, a pianista Irene Schweizer gravou um ciclo de duos com cinco bateristas/percussionistas da sua predilecção. Sequencialmente, e sem que a intenção inicial fosse empreender uma série de concertos ao vivo, encontrou-se em palco à vez com Louis Moholo, Günter Sommer, Andrew Cyrille, Pierre Favre e Han Bennink. Irene Schweizer e Han Bennink, o ultimo disco da série, gravado a 5 e 6 de Janeiro de 1995, em Zurique. Superconcentrado de piano e percussão, ultra-precisão tanto em alta velocidade como nas monkianas mais oblíquas. Han Bennink arcaico e sofisticado, estabelece com Irene uma proximidade de opostos tal que o tempo adquire outra dimensão. Densidade, harmonia, virtuosismo. Memória. Tradição e inovação. O velho falso problema: improvisas ou compões, Irene? E tu, Han? Uma resposta possível: tocam piano a quatro mãos e percussão a outras tantas. Outro swing, outros estados de intensidade, outro nível de conversação.
Irene Schweizer - Han Bennink (Intakt, 1995)