Investigação e experimentação laboratorial levada a cabo por um cientista vienense, homem que é bioquímico de profissão, Sascha Neudeck, inventor (ou adaptador) dos seus próprios instrumentos electroacústicos. São-lhe conhecidos trabalhos a solo na austríaca Chmafu Nocords, e em parceria com artistas com os quais mantém afinidades estéticas, entre os quais Jos Smolders, Christopher McFall, David Velez, Adrián Juárez, Staplerfahrer, Martin Clarke e Ulrika Wedin. Sascha Neudeck usa o seu computador pessoal (max/smp) em linha com geradores sinusoidais, órgão e outro material para compor e executar peças musicais em que a microscopia sonora de melodias breves convive harmoniosamente com a síntese granular e o noise abstracto, sendo este último o território de eleição do conterrâneo de Freud, ou se já não é assim, é de lá que surge. Neudeck, sem se preocupar demasiado com a inovação num campo que regista níveis populacionais apreciáveis nos dias que correm, consegue com Seroton um compromisso original entre aquelas linhas de força, que doseia livremente, sem comprometer a noção de estrutura global. Seroton, o EP (22') publicado pela CON-V em Janeiro de 2007, é uma das melhores realizações de Sascha Neudeck, a que regresso regularmente e com gosto. A imagem que serve de base ao grafismo da capa é do próprio Sascha Neudeck.