Boustrophedon é Evan Parker de novo na ECM, a capitanear o Transatlantic Art Ensemble, formação euro-americana de excelência, cuja liderança alterna com Roscoe Mitchell, e que inclui, além daqueles dois, Neil Metcalfe, Corey Wilkes, Phil Wachsmann, Nils Bultmann, Marcio Mattos, Craig Taborn, Jaribu Shahid, Barry Guy, Tani Tabbal e Paul Lytton. Evan Parker e companhia deslizam suavemente das instâncias free improv que mais se lhes colaram à pele ao longo das décadas e enveredam por ambientes típicos da moderna escrita contemporânea. O disco faz par com o anterior Composition/Improvisation nr. 1, 2 & 3, um pastel muito massudo e de difícil audição, um pouco pomposo até, embora aqui e ali o sol consiga romper um céu cinzento e geralmente muito nublado. Este segundo volume, chamemos-lhe assim, escrito por Evan Parker, é felizmente menos pantagruélico e opulento que o precedente, tornando mais fácil e acessível a digestão das seis peças que o compõem. Não é este o Evan Parker que me encanta, nem o Roscoe Mitchell que admiro, mas considero-os como complementos ao lado espontâneo de que deram mostras nas largas dezenas de gravações que um e outro realizaram. Distribuição em Portugal: DARGIL.