Tinha-se fixado em 1962 na Dinamarca, ano em que iniciou no Velho Continente a sua segunda carreira. Até 1976 ficou por cá, e a partir de então, passou a dividir o tempo entre a Europa e a América. Em 1973 havia já uns anos em que Dexter Gordon não tocava em Paris. Aos 50 anos, mestre Dexter atravessava um pico de forma e maturidade musical. Em Fevereiro daquele ano surgem dois convites, para uma sessão no estúdio da Maison de la Radio, e um concerto na École Normale Supérieure de Paris, inicialmente programado para quarteto, com o trio do pianista George Arvanitas (Jacky Samson, contrabaixo, e Charles Saudrais – não confundir com Cais do Sodré – bateria), passado a quinteto com a adição do trompetista jamaicano, radicado em França desde os anos 50, Sonny Grey. A gravação de 16 de Fevereiro de 1973 é de qualidade razoável e dá para perceber como Long Tall Dexter contagiou toda a gente em palco, ao longo desta típica jam session de hard bop, em que os tempos são sobretudo médio-rápidos, variando entre os 9 e os 12 minutos por peça. Com duração total superior a 70 minutos, a francesa Futura publicou a gravação na íntegra em 2002, sob o título Dexter Gordon, Sonny Grey & George Arvanitas - Parisian Concert (1. Caloon Blues; 2. Fried Bananas; 3. United Ballad; 4. Some Othe Blues; 5. No Matter How; 6. Dexter Leaps Out; 7. Fried Bananas, alt.). Antes disso, tinha havido edições parcelares noutras editoras, como sucedeu inicialmente com a Spotlite e mais tarde com a EPM. A imagem é da edição Spotlite, reduzida a metade da duração para poder caber num LP simples. À boleia de Dexter Gordon e dos seus amigos parisienses, este foi um serão hard-boppish como já andava a sentir falta. Lembrei-me de o fazer por causa de uma conversa tida há coisa de uma semana, em que se falou de Dexter Gordon.