Acabei a longa e interessante entrevista que
Salim Washington deu à mais recente edição da
Cadence Magazine, cuja leitura recomendo. Washington é um saxofonista tenor (também toca oboé e flauta) nascido em 1958 (Memphis, Tenessee), actualmente radicado em Nova Iorque, para onde se deslocou a fim de continuar a carreira académica e musical. Não anda nas bocas do mundo nem faz parte de grupos daqueles que a imprensa habitualmente carrega ao colo, mais próximos da ortodoxia de
Wynton Marsalis e do "seu"
Lincoln Center. "Apenas" tem talento a rodos e um imenso saber sobre a música que pratica, o que por vezes não chega. Além de saxofonista,
Salim Washington é doutorado em música e lecciona no conservatório da
Brooklyn College, onde é professor associado. Há uma década estreou-se com uma bomba de disco,
Love in Exile (Accurate Records), com um grupo alargado –
The Roxbury Blues Aesthetic – em que se encontravam o pianista e arranjador
Joe Bonner e o trombonista
Kuhumba Frank Lacy. Infelizmente, o disco passou despercebido por entre as letras gordas das revistas.
Love in Exile aconteceu já depois de Salim se ter licenciado em Harvard com uma dissertação intitulada
Beautiful Nightmare: Coltrane, Jazz and American Culture. Digna de referência é também a participação nos grupos do ex-membro da
Arkestra de Sun Ra, o trompetista
Ahmed Abdullah, de que é exemplo
Diaspora - Dispersions of the Spirit of Ra, e no potente disco do quarteto de
Carl Grubbs,
Brother Soul (CIMP), editado em 2007. Salim tem muitos escritos publicados, três deles acessíveis através da sua página pessoal: