Tony Coe andou sempre em boa e diversificada companhia: Clarke-Boland Big Band, Derek Bailey, Stan Getz, Dizzy Gillespie, Kenny Wheeler (Coe, Wheeler and Co.), London Sinfonietta, só para dar uma ideia da versatilidade do som de saxofones (tenor e soprano) e clarinete do soprador britânico, tão dextro a tocar dentro como fora. Em 1978, o produtor Howard Lambert, interessado em preservar a música que os jazzmen britânicos iam fazendo no decurso da década de 70, gravou Coe-Existence nos estúdios da BBC, em Londres. O disco foi editado na Lee Lambert, pequena editora independente que Lambert fundara no início da década. Entretanto, esta refrescante e atípica sessão de bop-groove revisto e actualizado pelo olhar brit jazz, perdeu-se durante três décadas, até que há uns anos a Whatmusic resolveu republicá-lo em CD e LP. Mantém-se a minutagem (40') e o alinhamento do LP original (Rio Vermelho; Lover Man; Killer Joe; Don't Get Around Much Anymore; Você; What Are You Doing For The Rest Of Your Life?; Lee Thompson's Blues; I'm Getting Sentimental Over You), jazz mainstream autêntico e com personalidade, tal como executado pelo quarteto em 78, com sopros (Tony Coe), piano (John Horler), contrabaixo (Ron Rubin) e bateria (Trevor Tomkins). Entre duas folhas de jornal, cai muito bem na última tarde de 2007.