KATIE BULL canta jazz e trabalha com multi-media. Nasceu e vive em Nova Iorque. No meio de uma floresta imensa de cantoras (quase tantas como fadistas novas surgiram nos últimos 3 anos em Lisboa), umas que realmente cantam alguma coisa que se ouça, outras que fazem de conta que sim (tão bem que chegam a parecer que não miam, com mais ou menos cio), é difícil encontrar hoje uma voz que se desvie um pouco que seja de um padrão demasiado gasto, tanta é a vulgaridade e tantas são as cópias e as imitações umas das outras. Já para não falar no reportório, que invariavelmente usa e abusa dos clássicos do American Songbook a um ponto em que satura ouvir as mesmas canções de sempre, cantadas da mesma maneira. Há excepções, e Katie Bull é uma delas. Senhora duma voz agridoce, com as rugosidades próprias de quem já viveu um pedaço, Bull pertence a este tempo, não se gasta nem esgota em tentativas de ressuscitar e reproduzir hoje os estilos dos anos 40 ou 50. Dela, as velhas canções recebem um tratamento vocal que as transformam em peças de insurgente actualidade, com alargada gama emocional, balanço equilibrado entre respeito pela tradição e investimento na inovação, timbre e volume fora do comum, e intenso trabalho de reformulação melódica e improvisação. Sheila Jordan é quem a inspira na cor, no tom e no ritmo. Com três discos gravados, Conversations With The Jokers, Love Spook e Cup of Joe, No Bull, Katie Bull pode ser regularmente vista ao vivo na companhia de Frank Kimbrough, Martin Wind e Matt Wilson, ou de Michael Jefry Stevens, Joe Fonda e Lou Grassi.