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30.1.07
 
Por voragem desmedida, por ter mais olhos que barriga, ser um consumidor compulsivo de discos (deixai-me dizer que estou francamente melhor, mesmo sem terapia especializada, auxiliado apenas por um suave cold turkey), há discos – e não são assim tão poucos – que mal entram em casa vão obedientemente ocupar o seu lugar na prateleira e aí repousar por vezes durante longos anos, até que uma mão redentora (neste caso, a minha) os recupere para a finalidade para que, em última análise, foram criados. Foi o que sucedeu com Floating Phantoms (o disco de estreia da alemã all Records, subsidiária da Free Music ProductionFMP), de Tony Oxley com o B.I.M.P. Quartet, que estava a dormir o sono dos justos há pelo menos cinco anos.
Não sei como soava quando foi produzido, mas quero crer que este é como um bom vinho, que ganha qualidades com o passar do tempo, desde que preservado em boas condições. Gravado no Total Music Meeting de 1999, em Berlim, Floating Phantoms é constituído por cinco “lines”: Line In, Line Out, On Line, Stream Line e Beam Line, peças improvisadas por Tony Oxley, percussão; Phil Wachsmann, violino e electrónica; Pat Thomas, piano, e teclados electrónicos; e Matt Wand, samplagem – o denominado B.I.M.P. Quartet. Que nos contam estes quatro maduros, dois deles (Oxley e Wachsmann) mais maduros que os outros dois? Cinco histórias electroacústicas esteticamente balizadas entre dois pólos principais: a “tradição” da escola britânica de inícios de 70, confinada a aspectos que se poderão designar formais, e as mais recentes manifestações criativas, que usam o último grito digital para produzir sons electrónicos e processar em tempo real estes e os gerados pelos instrumentos acústicos – piano, percussão e violino. Daí que os estilos e as referências se misturem e (re)combinem momento a momento, com ênfase na criação de texturas e clusters subtis, que partem de diálogos e se alargam progressivamente para se tornarem conversas a quatro, à roda das estruturas que vão nascendo, geradas no seio do movimento policromático não linear. Floating Phantoms é um disco de fusão no sentido actual do termo, de bom resultado, que abarca aspectos relacionados com a improvisação livre, o jazz, a new music e a electrónica contemporânea. A capa reproduz uma composição de Tony Oxley, Score No. 4, gouache sobre papel.

 


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