Michael Bisio, contrabaixista de Seattle, a trabalhar em Nova Iorque, publicou este Connections em 2005, disco que foi parar a muitas listas de melhores do ano, entre as quais a minha, se bem me lembro. Eclético no estilo, Connections impressiona positivamente, mais de um ano sobre a primeira e subsequentes audições, que deram para todo um verão. Bisio dirige uma sessão muito agradável, entre o freebop corrente e laivos de ressurgimento do som west coast, rica em fluidez e em inesperadas mudanças de tempo. Na frente do quarteto ajudam os homens dos sopros, Avram Fefer, músico que, volta não volta, tem andado na companhia do pianista Boby Few, em saxofones (tenor, alto e soprano), clarinete baixo e flauta; e Stephen Gauci, saxofone tenor. O resto, que é muito, fica por conta de Michael Bisio – uma das grandes figuras do contrabaixo actual, e o ubíquo Jay Rosen, bateria e percussão.
Excelente sessão, a que não faltou a curiosidade de um pequeno incidente durante a gravação, mesmo no final do segundo tema duma sequência de oito (Basic Deconstruction), quando subitamente se partiu uma peça do contrabaixo de Bisio (ouve-se o impacto de madeira a cair e a rolar pelo chão da Spirit Room) pormenor conscientemente assumido pelos artistas e produtores, e que, como tal, foi deixado para a posteridade. Grande som CIMP. Há quem dele fuja por o achar demasiado seco e outras coisas mais. Pessoalmente, sou daqueles que desde o início aprecia o lado cru, directo e imediato da produção caseira da casa dirigida por Bob Rusch a partir do seu rancho situado ao Norte do estado de Nova Iorque, quase no Canadá.