Domingo, 13 de Novembro, no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian, ouviram-se as peças Wednesday Greeting e Kontakte, de Karlheinz Stockhausen. Da segunda, uma das obras mais famosas do compositor e de toda a música electrónica, o compositor escolheu a versão exclusivamente electrónica. Esta resultou das experiências de projecção espacial realizadas em Colónia, nos anos 50, base a partir da qual Stockhausen se constituiu pioneiro de muitas dos principais avanços musicais surgidos no pós-Guerra, com especial incidência na música electrónica, na estatística musical e na música aleatória, trabalhando de forma inovadora sobre a projecção musical no espaço. Do serialismo de Webern e Messien, à música electrónica, passando pela música aleatória e, por fim, pela música de 
natureza mística, que marca sua produção desde a década de 70. Altura, desenvolvimento de escalas de timbres, tempo e intensidade do som, sofreram progressos e novas formulações às mãos do grande compositor alemão. Mais de 300 obras, inúmeros estudos musicais (entre eles, os afamados 10 volumes de escritos sobre música) e um amplo catálogo discográfico estão aí para testemunhar a importância de Stockhausen no desenvolvimento de novas formas e abordagens da música do Século XX.
trumentação acústica, excepto voz de soprano na primeira das composições), que o compositor apresentou em ambiente escuro (de luz, apenas uma pequena "lua" projectada ao fundo do auditório) e sem intérpretes ao vivo, em que as sonoridades concretas e electrónicas puras formam uma tessitura sonora que compatibiliza técnica e esteticamente as duas tendências.
 Da esquerda para a direita: John Cage, Henk Badings, Mauricio Kagel, Earle Brown, Henri Pousseur, Luciano Berio, Marina Scriabine, Luc Ferrari, Pierre Schaeffer. Sentado: Karlheinz Stockhausen - Brussels World Fair, 1958.