O remédio é forte, sem dúvida. Peter Brötzmann (saxofones tenor e alto, clarinete e tarogato), o ícone alemão do free jazz/improv gravou pela quarta vez com os escandinavos Peter Friis Nielsen, em baixo eléctrico, e Peeter Uuskyla, bateria. Noise of Wings, Flying Feathers, Live at Nefertiti’s, e, em 2003, Medicina, primeira edição Americana (Atavistic, 2004) de um dos mais carismáticos power trios do free jazz actual. Intenso, Medicina, ao longo dos seus 8 temas (é verdade, desta vez não é uma hora seguida...), intervala ferocidade com momentos mais calmos, quase líricos(?!), embora a marcha seja dura e difícil durante a maior parte do caminho. Brötzmann continua cheio de força propulsiva e não faz concessões.
A melhor parte está reservada para o fim do disco (Hard Times Blues). Quem disse que Brötzmann não toca blues, inspirado e cheio de emoção?
«There is not too much time to talk about it while you better play it, guts out, music as life security, as a daily spoonful of strong kicking medicine - and you may be able to handle reality» - Peeter Uuskyla.