Ainda não tinha dito, mas gostei muito de ter assistido ao concerto de Paulo Curado (saxofones alto e soprano, flauta) e Carlos Zíngaro (violino), há dias, nas já habituais sessões musicais à tardinha, promovidas pela Trem Azul. Apontados como pertencentes a duas famílias diferentes da música improvisada, o jazz e a livre‑improvisação, tal conotação representava um aliciante adicional, no sentido de ver que soluções haveriam os músicos de encontrar para se entenderem. De duas uma: ou se deixavam encostar aos referenciais que lhes colam à pele, ou convergiam para um espaço e tempo comum a ambos, criando uma base comunicacional entre si e com o público. A opção foi felizmente pela segunda alternativa, sem concessões. Curado e Zíngaro, Zíngaro e Curado, à vez, tomaram a dianteira, improvisando sempre por bom caminho. Jazz e experimentação, fragmentos, segmentos, intersecções e sequências - práticas diversas numa linguagem efectiva comum. Resultou.