Mais tarde...
Maré alta na Trem Azul. Noite cheia com o AMP, o projecto novo de Abdul Moimême, Manuel Mota e Pedro Gonçalves. Duas guitarras eléctricas e contrabaixo. Não conhecia o AMP e penso - não sei se estou em erro - que esta foi a sua primeira apresentação "formal" ao vivo. O que sei, porque que me foi dito pelo próprio Abdul Soimême, é que esta foi a segunda vez que tocaram juntos. E muito! Aconteceram momentos sublimes no fluir constante da livre-improvisação, alto nível técnico e comunicação emocional entre os artistas e os outros fruidores. Convergindo com os músicos e o público, a acústica da sala deu uma apreciável ajuda ao desenvolvimento do som e à exploração das estruturas abstractas. Fragmentos de luz, jazz e blues totalmente abertos à transfiguração, lançando pistas em várias direcções a partir do tronco, ramos e folhas da mesma árvore. Pura intuição. E puro talento das 16 válvulas, digo cordas. AMP! Bonito de se ver e de se ouvir.