1957 estava a chegar ao fim, quando a editora Bethlehem, fundada três anos antes em Nova Iorque, gravou uma sessão de Art Blakey, organizada em duas secções. A primeira, em quinteto com um John Coltrane contemporâneo da fase Prestige e pós Blue Train, numa altura em que o saxofonista se encontrava em pleno processo de regeneração física, mental e espiritual. E outra secção, em que Coltrane integra a big band de Art Blakey. Com Donald Byrd, Ray Copeland, Bill Hardman, Idrees Sulieman, Jimmy Cleveland, Melba Liston, Frank Rehak, Bill Graham, Sahib Shihab, Al Cohn, Bill Slapin, Walter Bishop Jr. E Wendell Marshall.
A par da colaboração com Thelonious Monk – a mais importante daquele ano de 1957 - Coltrane pretendia diversificar e expandir a sua música, através da associação com outros músicos. É neste espírito que se enquadra a colaboração com Art Blakey, da qual nasceu Bethlehem Years / John Coltrane - John Coltrane with Art Blakey´s Quintet and Big Band. Duas sessões hardbop produzidas por Lee Kraft, com larga vantagem para os sopradores, na melhor tradição dos Jazz Messengers. Ambas as secções foram recentemente reunidas numa única edição da Lone Hill Jazz, sob o título John Coltrane with Art Blakey – Complete Lee Kraft Sessions With Art Blakey. O disco inclui ainda Hard Drive (Bethlehem), álbum de Outubro de 1957 de Art Blakey & The Jazz Messengers (Art Blakey, Johnny Griffin, Bill Hardman, Junior Mance, Sam Dockery e Spanky De Brest), com o tenor de Johnny Griffin em destaque e os Messengers ainda a definir a imagem que viria a marcar os seus 30 anos de actividade, baseada em swing forte, diferentes tonalidades de blues e intensas participações solísticas. No centro destas três sessões, em pequenos combos e big band, está o poder rítmico e a condução de Art Blakey.