Luther Thomas O jazz e a música improvisada são pródigos em histórias de surgimentos e desaparecimentos meteóricos de alguns dos seus melhores artistas. O mais recente e badalado caso ocorreu com o contrabaixista Henry Grimes, músico que nos anos da brasa do free, com Albert Ayler e outros guerrilheiros urbanos, deixou uma profunda marca na música da segunda metade do Séc. XX. Subitamente desapareceu e eis que décadas depois de ter mergulhado na total obscuridade, regressou à actividade musical, tendo passado a fazer parte da cena vanguardista de Nova Iorque, posto que havia ocupado in illo tempore.
Outro caso curioso é o do saxofonista alto de St. Louis, Luther Thomas, membro do BAG (Black Artist Group, o correlativo da AACM - Association for the Advancement of Creative Musicians, de Chicago), fundador do Human Arts Ensemble. Por razões diferentes das de Grimes, Thomas submergiu no início da década de 80, para mais de uma década depois reaparecer fulgurante, a tocar melhor que nunca, como atesta a gravação sequencial de uma série de discos trepidantes para a editora CIMP (Creative Improvised Music Projects) -«Bagin' It», «Saxcrobatic Fanatic», «Realities: Old & New» e «Leave it to Luther».
Numa entrevista recente, Luther Thomas conta parte da sua própria história, e de como passou a residir na Dinamarca.