A francesa RogueArt tem desde Novembro no seu catálogo um novo lançamento do saxofonista norte-americano Larry Ochs. Ochs em trio, com uma estratégia idêntica à das anteriores aparições desta rara combinação instrumental e idiossincrática, que começou por responder a uma encomenda para um concerto em S. Francisco, corria o ano de 2000. Viria depois a dar origem a um disco intitulado Fly, Fly, Fly, gravação californiana de 2002, editada pela suíça Intakt Records. Nela participaram, além de Ochs em saxofones, a violoncelista Joan Jeanrenaud e a kotista japonesa Miya Masaoka. Em Spiller Alley, gravado em 2006, produziram-se algumas mudanças sensíveis em relação ao trabalho anterior. Além da canadiana Peggy Lee ter entrado para o vértice que Joan Jeanrenaud ocupava no triângulo, a música ganhou outro arejamento, o que faz sobressaír o núcleo de qualidades que fizeram de Fly, Fly, Fly um sucesso artístico. O trio convoca idêntica delicadeza tímbrica, é a mesma leveza e fragilidade de aromas que se fazem sentir, porventura levados a extremos de refinamento, fomentado pela depurada linguagem musical em que o trio comunica ao longo da bela peça de música de improvisação camerística que Spiller Alley é.