COMA é a sigla de California Outside Music Associates. Depois de Shrubbery, segundo disco desta associação cultural e recreativa sob a forma de trio, com John Vaughn (saxofones, percussão e theremin), Zone (violoncelo, baixo eléctrico e percussão) e Dax Compise (percussão), chega o terceiro disco, Big Words, na Edgetone Records. Está de volta a mesma vivacidade aplicada no primeiro disco homónimo e no segundo, Shrubbery, tal como o exercício nos limites do precipício. Se a escorregadela e estatelamento ao comprido não aconteceu antes, também agora o COMA soube contornar os obstáculos, conseguindo concretizar musicalmente o potencial que tinham deixado em bruto no capítulo anterior. Sopros, vozes, cordas electrificadas, theremin e percussão, misturam-se livremente em composições instantâneas cuja euforia e irrequietude geral me levam a dizer preto no branco que são impróprias para quem só se governa com doces melodias. O primeiro tema, 10 minutos a rasgar pano, é o mais frenético e chega a cortar a respiração, de tão intenso e incisivo. Dali para a frente as coisas acalmam substancialmente, dando lugar a ambientes de disposição variada, que por vezes evocam o Revolutionary Ensemble, de Leroy Jenkins, Sirone e Jerome Cooper. Fora isso, embora com resultados desiguais e um ou outro aspecto menos conseguido, Big Words, se nem sempre é big, tem pelo menos o condão de entreter satisfatoriamente o ouvinte com um discurso que prende a atenção e a que apetece regressar.