Quem tem unhas é que toca guitarra. E esta menina tem
chops para o ofício. Muito mais que técnica, em que é versada,
Mary Halvorson, de Brooklyn, Nova Iorque, tem sensibilidade, anda em boa companhia e teve mestres influentes, como
Anthony Braxton ou
Elliot Sharp, que prestaram atenção ao seu timbre, tonalidade e fraseado originais. Pessoalmente, interessa-me muito o seu trio com
John Hebert e
Ches Smith, que descobri depois de a ter ouvido no trio de Braxton, com
Taylor Ho Bynum, e em duo com a violinista
Jessica Pavone. Já estranhava que as invenções de
Joe Morris não tivessem sido assimiladas por guitarristas desta geração. O
New York Times e outras publicações, como a francesa
Macao, perceberam o seu valor.